Diabetes Mellitus: sua influência na resposta inflamatória e na evolução clínica da sepse
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-20032020-151715/ |
Resumo: | A sepse é manifestada por um conjunto de reações fisiológicas do organismo que ocorrem de maneira desregulada em resposta à uma infecção. A mortalidade por essa síndrome é de aproximadamente 60%, a depender da gravidade das manifestações clínicas. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), pelo menos 30% dos leitos são ocupados por pacientes com sepse e estima-se que após esse agravo, há um aumento da morbidade e do risco de óbito. O diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) é uma comorbidade presente em 20% dos pacientes com sepse. O diabetes acomete 415 milhões de pessoas no mundo, com expectativas de aumento da prevalência nos próximos anos. Acredita-se que diabéticos são mais susceptíveis às infecções e apresentam diferenças nas defesas do organismo como a redução da fagocitose dos leucócitos, elevação dos níveis séricos de fator de necrose tumoral alfa, que associados podem acarretar a inflamação mais persistente, especialmente em face à sepse. O objetivo deste estudo foi analisar a influência da resposta inflamatória em cultura de sangue total e a evolução clínica de diabéticos e não diabéticos com sepse. A resposta inflamatória foi analisada por delineamento experimental, em culturas de sangue total ex vivo. Foram exploradas variáveis relativas ao perfil antropométrico, glicêmico, lipídico e inflamatório basal. Após as culturas de sangue serem estimuladas com lipopolissacarídeo, foram dosadas as concentrações de nitrato, atividade da enzima catalase e IL-10. A evolução clínica foi estudada por desenvolvimento não experimental do tipo coorte, em que foram avaliadas as características sociodemográficas, clínicas, laboratoriais e relativas à internação em uma UTI. Ambos os delineamentos incluíram grupos de pacientes: não diabéticos e diabéticos. No delineamento experimental 25 pacientes compuseram cada grupo. Observou-se diferenças estatísticas significantes em relação a idade, a presença e o número de comorbidades e os níveis de LDL, glicemia, Hb1Ac, concentrações de nitrato e nitrito basal. Nas culturas não se obsersou diferenças entre os grupos. No estudo de coorte, cada grupo foi composto por 102 pacientes. Os números de óbitos e de comorbidades, a gravidade/prognóstico na admissão e os índices glicêmicos foram mais elevados em pacientes diabéticos quando comparados com pacientes não diabéticos com sepse. O perfil inflamatório e metabólico basal difere em pacientes diabéticos e não diabéticos, mas a hipótese de que o DM2 influencia na resposta inflamatória não foi comprovada, entretanto, a evolução clínica foi diferente entre os grupos, com piores resultados para aqueles com DM2. |
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Diabetes Mellitus: sua influência na resposta inflamatória e na evolução clínica da sepseDiabetes Mellitus: its influence on the inflammatory response and clinical evolution of sepsisBlood glucoseDiabetes MellitusDiabetes MellitusGlicemiaInflamaçãoInflammationMortalidadeMortalitySepseSepsisA sepse é manifestada por um conjunto de reações fisiológicas do organismo que ocorrem de maneira desregulada em resposta à uma infecção. A mortalidade por essa síndrome é de aproximadamente 60%, a depender da gravidade das manifestações clínicas. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), pelo menos 30% dos leitos são ocupados por pacientes com sepse e estima-se que após esse agravo, há um aumento da morbidade e do risco de óbito. O diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) é uma comorbidade presente em 20% dos pacientes com sepse. O diabetes acomete 415 milhões de pessoas no mundo, com expectativas de aumento da prevalência nos próximos anos. Acredita-se que diabéticos são mais susceptíveis às infecções e apresentam diferenças nas defesas do organismo como a redução da fagocitose dos leucócitos, elevação dos níveis séricos de fator de necrose tumoral alfa, que associados podem acarretar a inflamação mais persistente, especialmente em face à sepse. O objetivo deste estudo foi analisar a influência da resposta inflamatória em cultura de sangue total e a evolução clínica de diabéticos e não diabéticos com sepse. A resposta inflamatória foi analisada por delineamento experimental, em culturas de sangue total ex vivo. Foram exploradas variáveis relativas ao perfil antropométrico, glicêmico, lipídico e inflamatório basal. Após as culturas de sangue serem estimuladas com lipopolissacarídeo, foram dosadas as concentrações de nitrato, atividade da enzima catalase e IL-10. 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O perfil inflamatório e metabólico basal difere em pacientes diabéticos e não diabéticos, mas a hipótese de que o DM2 influencia na resposta inflamatória não foi comprovada, entretanto, a evolução clínica foi diferente entre os grupos, com piores resultados para aqueles com DM2.Sepsis is manifested by a set of physiological reactions of the body that occur in an unregulated manner in response to an infection. Mortality from this syndrome is approximately 60%, depending on the severity of clinical manifestations. In Intensive Care Units (ICU), at least 30% of beds are occupied by patients with sepsis and it is estimated that after this worsening, there is an increase in morbidity and risk of death. Diabetes mellitus type 2 (T2DM) is a comorbidity present in 20% of patients with sepsis. Diabetes affects 415 million people worldwide, with expectations of increased prevalence in the coming years. It is believed that diabetics are more susceptible to infections and present differences in the body\'s defenses, such as reduction of leukocyte phagocytosis, increase in serum levels of alpha tumor necrosis factor, which may lead to more persistent inflammation, especially in the face of sepsis. The objective of this study was to analyze the influence of the inflammatory response in whole blood culture and the clinical evolution of diabetics and non-diabetics patients with sepsis. The inflammatory response was analyzed by experimental design, in ex vivo cultures of whole blood. Variables related to anthropometric, glycemic, lipidic and basal inflammatory profile were explored. After blood cultures were stimulated with lipopolysaccharide, nitrate concentrations, catalase enzyme activity and IL-10 were measured. The clinical evolution was studied by non-experimental cohort development, in which sociodemographic, clinical, laboratory and ICU-related characteristics were evaluated. Both designs included groups of patients: non-diabetic and diabetic. In the experimental design, 25 patients composed each group. Significant statistical differences were observed regarding age, presence and number of comorbidities and levels of LDL, glycemia, Hb1Ac, nitrate and basal nitrite concentrations. No differences between the groups were observed in the cultures. In the cohort study, each group was composed of 102 patients. The number of deaths and comorbidities, the severity/prognosis at admission and the glycemic indexes were higher in diabetic patients when compared to non-diabetic patients with sepsis. The basal inflammatory and metabolic profile differs in diabetic and non diabetic patients, but the hypothesis that DM2 influences the inflammatory response was not proven, however, clinical evolution was different between the groups, with worse results for those with T2DM.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPStabile, Angelita MariaSilveira, Laura Menezes2019-12-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-20032020-151715/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-04-12T13:11:02Zoai:teses.usp.br:tde-20032020-151715Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-04-12T13:11:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A sepse é manifestada por um conjunto de reações fisiológicas do organismo que ocorrem de maneira desregulada em resposta à uma infecção. A mortalidade por essa síndrome é de aproximadamente 60%, a depender da gravidade das manifestações clínicas. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), pelo menos 30% dos leitos são ocupados por pacientes com sepse e estima-se que após esse agravo, há um aumento da morbidade e do risco de óbito. O diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) é uma comorbidade presente em 20% dos pacientes com sepse. O diabetes acomete 415 milhões de pessoas no mundo, com expectativas de aumento da prevalência nos próximos anos. Acredita-se que diabéticos são mais susceptíveis às infecções e apresentam diferenças nas defesas do organismo como a redução da fagocitose dos leucócitos, elevação dos níveis séricos de fator de necrose tumoral alfa, que associados podem acarretar a inflamação mais persistente, especialmente em face à sepse. O objetivo deste estudo foi analisar a influência da resposta inflamatória em cultura de sangue total e a evolução clínica de diabéticos e não diabéticos com sepse. A resposta inflamatória foi analisada por delineamento experimental, em culturas de sangue total ex vivo. Foram exploradas variáveis relativas ao perfil antropométrico, glicêmico, lipídico e inflamatório basal. Após as culturas de sangue serem estimuladas com lipopolissacarídeo, foram dosadas as concentrações de nitrato, atividade da enzima catalase e IL-10. A evolução clínica foi estudada por desenvolvimento não experimental do tipo coorte, em que foram avaliadas as características sociodemográficas, clínicas, laboratoriais e relativas à internação em uma UTI. Ambos os delineamentos incluíram grupos de pacientes: não diabéticos e diabéticos. No delineamento experimental 25 pacientes compuseram cada grupo. Observou-se diferenças estatísticas significantes em relação a idade, a presença e o número de comorbidades e os níveis de LDL, glicemia, Hb1Ac, concentrações de nitrato e nitrito basal. Nas culturas não se obsersou diferenças entre os grupos. No estudo de coorte, cada grupo foi composto por 102 pacientes. Os números de óbitos e de comorbidades, a gravidade/prognóstico na admissão e os índices glicêmicos foram mais elevados em pacientes diabéticos quando comparados com pacientes não diabéticos com sepse. O perfil inflamatório e metabólico basal difere em pacientes diabéticos e não diabéticos, mas a hipótese de que o DM2 influencia na resposta inflamatória não foi comprovada, entretanto, a evolução clínica foi diferente entre os grupos, com piores resultados para aqueles com DM2. |
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