Avaliação dos fatores de risco para fratura vertebral e não-vertebral em mulheres com artrite reumatoide de longa duração
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-19072024-163319/ |
Resumo: | Introdução: A baixa densidade mineral óssea (DMO) é um importante preditor de fratura. No entanto, pacientes com artrite reumatoide (AR) costumam fraturar mesmo apresentando DMO normal ou osteopenia. Os estudos sobre fatores de risco para fragilidade óssea nesta população são bastante heterogêneos e não incluem um conjunto abrangente de variáveis potencialmente associadas, em especial parâmetros de microarquitetura óssea e composição corporal. Também são raros os dados envolvendo latino-americanos. O objetivo deste estudo foi, portanto, avaliar os fatores de risco para fraturas vertebrais (FV) e não-vertebrais (FNV), incluindo parâmetros clínicos, laboratoriais e densitométricos [massa óssea, escore de osso trabecular - trabecular bone score (TBS) e composição corporal] em mulheres com AR estabelecida. Métodos: Trezentas mulheres com diagnóstico de AR foram selecionadas consecutivamente em um ambulatório de hospital terciário. As pacientes foram avaliadas a partir da realização de: questionários clínicos, índices de atividade de doença (AR), exames laboratoriais, DMO, TBS, composição corporal e Vertebral Fracture Assessment - VFA por DXA (absorciometria por dupla emissão de raios-x). Modelos de regressão logística foram construídos para definir as variáveis associadas independentemente às FV e FNV. Também foram realizadas análises de curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve) para avaliar a capacidade discriminativa do TBS e da DMO na identificação de indivíduos com fraturas. Resultados: Duzentos e sessenta e cinco mulheres com mediana de idade de 55 anos (22 - 86) e com 14 anos (0,5 - 46) de tempo de doença foram incluídas nas análises. A prevalência de FV e FNV foi de 30,6% e 17,4%, respectivamente. Na regressão logística multivariada, valores de TBS (OR=1,61; IC 95%=1,09-2,38; p=0,017, para cada redução de 1 desvio-padrão), proteína C reativa - PCR (OR=1,54; IC 95%=1,15-2,08; p =0,004) e PTH (OR=1,24; IC 95%=1,05-1,45; p=0,009) foram fatores de risco para FV, enquanto baixa massa muscular apendicular (OR=3,37; IC 95%=1,31-8,69; p=0,012), índice de massa corporal - IMC (OR=0,90; IC 95%=0,82-0,98; p=0,020) e DMO de fêmur total (OR=2,08; IC 95%=1,15-3,85; p=0,015) foram associados à FNV. Em análises de curva ROC, foi demonstrado um melhor desempenho do TBS em relação à DMO para detecção de FV. Conclusões: Em mulheres com artrite reumatoide de longa duração, os fatores associados a fratura por fragilidade são diferentes entre os sítios esqueléticos (vertebral e não-vertebral). A magnitude da associação dos parâmetros ósseos e musculares com fratura (TBS para FV e massa muscular apendicular para FNV) foi maior do que a associação entre os marcadores de atividade inflamatória da AR e fratura. O TBS parece ter maior poder discriminativo do que a DMO em identificar indivíduos com FV na AR de longa duração |
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Avaliação dos fatores de risco para fratura vertebral e não-vertebral em mulheres com artrite reumatoide de longa duraçãoEvaluation of risk factors for vertebral and non-vertebral fracture in women with long-term rheumatoid arthritisArtrite reumatoideBody compositionBone mineral densityComposição corporalDensidade mineral ósseaFractureFraturaOsso trabecularOsteoporoseOsteoporosisRheumatoid arthritisTrabecular boneIntrodução: A baixa densidade mineral óssea (DMO) é um importante preditor de fratura. No entanto, pacientes com artrite reumatoide (AR) costumam fraturar mesmo apresentando DMO normal ou osteopenia. Os estudos sobre fatores de risco para fragilidade óssea nesta população são bastante heterogêneos e não incluem um conjunto abrangente de variáveis potencialmente associadas, em especial parâmetros de microarquitetura óssea e composição corporal. Também são raros os dados envolvendo latino-americanos. O objetivo deste estudo foi, portanto, avaliar os fatores de risco para fraturas vertebrais (FV) e não-vertebrais (FNV), incluindo parâmetros clínicos, laboratoriais e densitométricos [massa óssea, escore de osso trabecular - trabecular bone score (TBS) e composição corporal] em mulheres com AR estabelecida. Métodos: Trezentas mulheres com diagnóstico de AR foram selecionadas consecutivamente em um ambulatório de hospital terciário. As pacientes foram avaliadas a partir da realização de: questionários clínicos, índices de atividade de doença (AR), exames laboratoriais, DMO, TBS, composição corporal e Vertebral Fracture Assessment - VFA por DXA (absorciometria por dupla emissão de raios-x). Modelos de regressão logística foram construídos para definir as variáveis associadas independentemente às FV e FNV. Também foram realizadas análises de curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve) para avaliar a capacidade discriminativa do TBS e da DMO na identificação de indivíduos com fraturas. Resultados: Duzentos e sessenta e cinco mulheres com mediana de idade de 55 anos (22 - 86) e com 14 anos (0,5 - 46) de tempo de doença foram incluídas nas análises. A prevalência de FV e FNV foi de 30,6% e 17,4%, respectivamente. Na regressão logística multivariada, valores de TBS (OR=1,61; IC 95%=1,09-2,38; p=0,017, para cada redução de 1 desvio-padrão), proteína C reativa - PCR (OR=1,54; IC 95%=1,15-2,08; p =0,004) e PTH (OR=1,24; IC 95%=1,05-1,45; p=0,009) foram fatores de risco para FV, enquanto baixa massa muscular apendicular (OR=3,37; IC 95%=1,31-8,69; p=0,012), índice de massa corporal - IMC (OR=0,90; IC 95%=0,82-0,98; p=0,020) e DMO de fêmur total (OR=2,08; IC 95%=1,15-3,85; p=0,015) foram associados à FNV. Em análises de curva ROC, foi demonstrado um melhor desempenho do TBS em relação à DMO para detecção de FV. Conclusões: Em mulheres com artrite reumatoide de longa duração, os fatores associados a fratura por fragilidade são diferentes entre os sítios esqueléticos (vertebral e não-vertebral). A magnitude da associação dos parâmetros ósseos e musculares com fratura (TBS para FV e massa muscular apendicular para FNV) foi maior do que a associação entre os marcadores de atividade inflamatória da AR e fratura. O TBS parece ter maior poder discriminativo do que a DMO em identificar indivíduos com FV na AR de longa duraçãoIntroduction: Low bone mineral density (BMD) is a significant predictor of fractures; however, patients with rheumatoid arthritis (RA) often experience fractures even when presenting normal or osteopenic BMD. Studies on risk factors for bone fragility in this population are highly heterogeneous and do not include a comprehensive set of potentially associated variables, especially parameters related to bone microarchitecture and body composition. Data involving Latin Americans are also scarce. The aim of this study was, therefore, to assess risk factors for vertebral (VF) and non-vertebral fractures (NVF), including clinical, laboratory, and densitometric parameters (bone mass, trabecular bone score - TBS, and body composition) in women with well-established RA. Methods: Three hundred women diagnosed with RA were consecutively selected at a tertiary hospital outpatient clinic. Patients were evaluated through clinical questionnaires, RA disease activity indices, laboratory tests, bone mineral density, TBS, body composition, and Vertebral Fracture Assessment - VFA by DXA (Dual-Energy X-ray Absorptiometry). Logistic regression models were built to define variables independently associated with VF and NVF. Receiver Operating Characteristic Curve (ROC) analyses were also conducted to assess the discriminative capacity of TBS and BMD in fracture identification. Results: Two hundred and sixty-five women with a median age of 55 years (22 - 86) and a disease duration of 14 years (0.5 - 46) were included in the analyses. The prevalence of VF and NVF was 30.6% and 17.4%, respectively. In multivariate logistic regression, TBS values (OR=1.61; 95% CI=1.09-2.38; p=0.017, for each 1 standard deviation reduction), C-reactive protein - CRP (OR=1.54; 95% CI=1.15-2.08; p=0.004), and PTH (OR=1.24; 95% CI=1.05-1.45; p=0.009) were risk factors for VF, while low appendicular muscle mass (OR=3.37; 95% CI=1.31-8.69; p=0.012), body mass index - BMI (OR=0.90; 95% CI=0.82-0.98; p=0.020), and total femur BMD (OR=2.08; 95% CI=1.15-3.85; p=0.015) were associated with NVF. ROC curve analyses demonstrated better performance of TBS compared to BMD for VF detection. Conclusions: In women with long-standing rheumatoid arthritis, factors associated with fragility fracture differ between skeletal sites (vertebral and non-vertebral). The magnitude of association between bone and muscle parameters with fractures (TBS for VF and appendicular muscle mass for NVF) was greater than the association between markers of RA inflammatory activity and fractures. TBS appears to have greater discriminative power than BMD in identifying individuals with long-standing RA at risk of VFBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDomiciano, Diogo SouzaSilva, Felipe Freire da2024-04-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-19072024-163319/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-05T14:16:02Zoai:teses.usp.br:tde-19072024-163319Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-05T14:16:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A baixa densidade mineral óssea (DMO) é um importante preditor de fratura. No entanto, pacientes com artrite reumatoide (AR) costumam fraturar mesmo apresentando DMO normal ou osteopenia. Os estudos sobre fatores de risco para fragilidade óssea nesta população são bastante heterogêneos e não incluem um conjunto abrangente de variáveis potencialmente associadas, em especial parâmetros de microarquitetura óssea e composição corporal. Também são raros os dados envolvendo latino-americanos. O objetivo deste estudo foi, portanto, avaliar os fatores de risco para fraturas vertebrais (FV) e não-vertebrais (FNV), incluindo parâmetros clínicos, laboratoriais e densitométricos [massa óssea, escore de osso trabecular - trabecular bone score (TBS) e composição corporal] em mulheres com AR estabelecida. Métodos: Trezentas mulheres com diagnóstico de AR foram selecionadas consecutivamente em um ambulatório de hospital terciário. As pacientes foram avaliadas a partir da realização de: questionários clínicos, índices de atividade de doença (AR), exames laboratoriais, DMO, TBS, composição corporal e Vertebral Fracture Assessment - VFA por DXA (absorciometria por dupla emissão de raios-x). Modelos de regressão logística foram construídos para definir as variáveis associadas independentemente às FV e FNV. Também foram realizadas análises de curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve) para avaliar a capacidade discriminativa do TBS e da DMO na identificação de indivíduos com fraturas. Resultados: Duzentos e sessenta e cinco mulheres com mediana de idade de 55 anos (22 - 86) e com 14 anos (0,5 - 46) de tempo de doença foram incluídas nas análises. A prevalência de FV e FNV foi de 30,6% e 17,4%, respectivamente. Na regressão logística multivariada, valores de TBS (OR=1,61; IC 95%=1,09-2,38; p=0,017, para cada redução de 1 desvio-padrão), proteína C reativa - PCR (OR=1,54; IC 95%=1,15-2,08; p =0,004) e PTH (OR=1,24; IC 95%=1,05-1,45; p=0,009) foram fatores de risco para FV, enquanto baixa massa muscular apendicular (OR=3,37; IC 95%=1,31-8,69; p=0,012), índice de massa corporal - IMC (OR=0,90; IC 95%=0,82-0,98; p=0,020) e DMO de fêmur total (OR=2,08; IC 95%=1,15-3,85; p=0,015) foram associados à FNV. Em análises de curva ROC, foi demonstrado um melhor desempenho do TBS em relação à DMO para detecção de FV. Conclusões: Em mulheres com artrite reumatoide de longa duração, os fatores associados a fratura por fragilidade são diferentes entre os sítios esqueléticos (vertebral e não-vertebral). A magnitude da associação dos parâmetros ósseos e musculares com fratura (TBS para FV e massa muscular apendicular para FNV) foi maior do que a associação entre os marcadores de atividade inflamatória da AR e fratura. O TBS parece ter maior poder discriminativo do que a DMO em identificar indivíduos com FV na AR de longa duração |
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