Premunização da aboboreira híbrida Tetsukabuto e de melancia para o controle do mosaico causado pelo Papaya ringspot vírus - type W

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Paulo Rogério Parente
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191218-155704/
Resumo: O Papaya ringspot virus - type W - PRSV-W é uma espécie do gênero Potyvirus que infecta cucurbitáceas, entre as quais a aboboreira híbrida do tipo Tetsukabuto e a melancia. Esse vírus é o de maior incidência no Estado de São Paulo, é transmitido por afídeos, provoca sintomas do tipo mosaico foliar, redução do desenvolvimento vegetativo das plantas, deformações em folhas e frutos e redução significativa na quantidade e qualidade dos produtos. Com o objetivo de reduzir os danos provocados pelo PRSV-W, estudou-se o efeito protetor de estirpes fracas do vírus (PRSV-W-l e PRSV-W-2) como forma de controle do mosaico em aboboreira Tetsukabuto e em melancia, em casa de vegetação e em campo. Os experimentos com a Tetsukabuto em casa de vegetação mostraram que as estirpes PRSV-W-l e PRSV-W-2 protegeram as plantas contra a estirpe comum de Campinas (PRSV-W-C). Nos experimentos em campo, compararam-se o desenvolvimento e a produção de plantas sadias expostas à infecção natural, plantas inoculadas com a estirpe comum PRSV-W-C e premunizadas com as estirpes PRSV-W-l e PRSV-W-2. No primeiro experimento, as plantas premunizadas produziram aproximadamente 2,0 vezes mais frutos/planta (peso) do que as infectadas com estirpes comuns do vírus. Qualitativamente, 83,7% dos frutos colhidos das plantas protegidas foram classificados como comerciais, enquanto que as infectadas com as estirpes comuns produziram somente 25% de frutos dessa categoria. No segundo experimento, frutos colhidos das plantas premunizadas foram, aproximadamente, 1,6 vezes maiores (peso) do que aquelas infectadas com estirpes comuns do vírus. No entanto, 97,1% dos frutos colhidos das plantas protegidas foram comerciais, em contraste com 2,1% de frutos dessa classe colhidos de plantas não protegidas, infectadas naturalmente com estirpes comuns do vírus. A premunização massal de mudas de Tetsukabuto, com inóculo aplicado com uma pistola para pintura, sob pressão, mostrou eficiência variável de 63% a 79%. Mesmo assim, a maioria das plantas não infectadas foram naturalmente inoculadas com as estirpes fracas em campo, por meio da ação dos afídeos vetores. Os resultados da proteção em melancia mostraram que a estirpe PRSV-W-1 protegeu as plantas contra as estirpes comuns PRSV-W-C, PRSV-W-B (Botucatu) e PRSV-W-P (Petrolina), separadamente, em testes em casa de vegetação. Nos experimentos em campo, compararam-se o desenvolvimento e a produção de plantas de melancia dos cultivares Crimson Sweet e Crimson Tide premunizadas com as estirpes PRSV-W-1 e PRSV-W-2, não premunizadas expostas à infecção natural e inoculadas com a estirpe PRSV-W-C no estádio cotiledonar. A proteção também foi eficiente em condições de campo, porém, as plantas protegidas do cultivar Crimson Sweet tiveram uma redução no peso médio de frutos por planta de, aproximadamente, 2,4 e 1,2 vezes, em comparação às plantas não protegidas que estavam sadias, no primeiro e no segundo teste, respectivamente. O mesmo fato ocorreu com o cultivar Crimson Tide, no qual registrou-se uma redução de 1,7 vezes, aproximadamente, em um único teste. Além da redução na produção, outro problema encontrado na premunização da melancia foi a necessidade de duas inoculações sucessivas das mudas, em dias consecutivos, para aumentar a freqüência de plantas protegidas. Os resultados obtidos permitem sugerir a premunização da abóbora Tetsukabuto para plantios comerciais. Quanto à melancia, acredita-se que a premunização possa até ser valiosa nas regiões e/ou épocas de alta incidência do PRSV-W. Porém, estudos adicionais são necessários para encontrar estirpes fracas do vírus que infectem mais facilmente as mudas de melancia e que não causem danos tão acentuados na produção.
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Com o objetivo de reduzir os danos provocados pelo PRSV-W, estudou-se o efeito protetor de estirpes fracas do vírus (PRSV-W-l e PRSV-W-2) como forma de controle do mosaico em aboboreira Tetsukabuto e em melancia, em casa de vegetação e em campo. Os experimentos com a Tetsukabuto em casa de vegetação mostraram que as estirpes PRSV-W-l e PRSV-W-2 protegeram as plantas contra a estirpe comum de Campinas (PRSV-W-C). Nos experimentos em campo, compararam-se o desenvolvimento e a produção de plantas sadias expostas à infecção natural, plantas inoculadas com a estirpe comum PRSV-W-C e premunizadas com as estirpes PRSV-W-l e PRSV-W-2. No primeiro experimento, as plantas premunizadas produziram aproximadamente 2,0 vezes mais frutos/planta (peso) do que as infectadas com estirpes comuns do vírus. Qualitativamente, 83,7% dos frutos colhidos das plantas protegidas foram classificados como comerciais, enquanto que as infectadas com as estirpes comuns produziram somente 25% de frutos dessa categoria. No segundo experimento, frutos colhidos das plantas premunizadas foram, aproximadamente, 1,6 vezes maiores (peso) do que aquelas infectadas com estirpes comuns do vírus. No entanto, 97,1% dos frutos colhidos das plantas protegidas foram comerciais, em contraste com 2,1% de frutos dessa classe colhidos de plantas não protegidas, infectadas naturalmente com estirpes comuns do vírus. A premunização massal de mudas de Tetsukabuto, com inóculo aplicado com uma pistola para pintura, sob pressão, mostrou eficiência variável de 63% a 79%. Mesmo assim, a maioria das plantas não infectadas foram naturalmente inoculadas com as estirpes fracas em campo, por meio da ação dos afídeos vetores. Os resultados da proteção em melancia mostraram que a estirpe PRSV-W-1 protegeu as plantas contra as estirpes comuns PRSV-W-C, PRSV-W-B (Botucatu) e PRSV-W-P (Petrolina), separadamente, em testes em casa de vegetação. Nos experimentos em campo, compararam-se o desenvolvimento e a produção de plantas de melancia dos cultivares Crimson Sweet e Crimson Tide premunizadas com as estirpes PRSV-W-1 e PRSV-W-2, não premunizadas expostas à infecção natural e inoculadas com a estirpe PRSV-W-C no estádio cotiledonar. A proteção também foi eficiente em condições de campo, porém, as plantas protegidas do cultivar Crimson Sweet tiveram uma redução no peso médio de frutos por planta de, aproximadamente, 2,4 e 1,2 vezes, em comparação às plantas não protegidas que estavam sadias, no primeiro e no segundo teste, respectivamente. O mesmo fato ocorreu com o cultivar Crimson Tide, no qual registrou-se uma redução de 1,7 vezes, aproximadamente, em um único teste. Além da redução na produção, outro problema encontrado na premunização da melancia foi a necessidade de duas inoculações sucessivas das mudas, em dias consecutivos, para aumentar a freqüência de plantas protegidas. Os resultados obtidos permitem sugerir a premunização da abóbora Tetsukabuto para plantios comerciais. Quanto à melancia, acredita-se que a premunização possa até ser valiosa nas regiões e/ou épocas de alta incidência do PRSV-W. Porém, estudos adicionais são necessários para encontrar estirpes fracas do vírus que infectem mais facilmente as mudas de melancia e que não causem danos tão acentuados na produção.Papaya ringspot virus - type W - PRSV -W is a specie of the genus Potyvirus that infects cucurbitaceae, including the hybrid squash Tetsukabuto and watermelon. PRSV-W is the most prevalent virus in the State of São Paulo, it is transmitted by aphids, causes mosaic symptoms, reduction on plant development, leaf and fruit deformation and significative reduction in the quantity and quality of the products. The objective of this work was to evaluate the protective effect of two mild strains of the virus (PRSV-W-1 and PRSV-W-2) for controlling the disease in hybrid squash Tetsukabuto and watermelon, under greenhouse and field conditions. Greenhouse experiments with Tetsukabuto showed that both mild strains protected the plants against infection with the common strain from Campinas (PRSV-W-C). Two field trials were carried out in order to evaluate the protective effect of the mild strains on plant development and fruit yield. In the first field trial, protected plants yielded approximately 2.0 times more fruits/plant (weight) than plants naturally infected with common strains of the virus. Protected plants and plants infected with common strains of the virus yielded 83.7% and 25% of marketable fruits, respectively. In the second field trial, protected plants yielded approximately 1.6 times more fruits/plant (weight) than plants infected with common strains of the virus, with 97,1% of marketable fruits. Only 2,1% of marketable fruits were harvested from unprotected plants, naturally infected with the common strain. Mass inoculation of hybrid squash seedlings was evaluated with a paint spray gun attached to an air compressor. Efficiency of mild strain infection varied from 63% to 79%. The majority of remaining hea1thy plants were naturally infected with the mild strains during the growth cycle of the crop, through the action of aphid vectors. The mild strain PRSV -W -1 also protected watermelon plants against the effects of three common strains, PRSV-W-C, PRSV-W-B (Botucatu) and PRSV-W-P (Petrolina), separately, in greenhouse tests. Field tests were carried out to evaluate the protective effect of the mild strains PRSV-W-1 e PRSV-W-2 on watermelon cvs. Crimson Sweet and Crimson Tide. Protection was also effective under field conditions. However, protected plants of 'Crimson Sweet' showed a reduction on the average weight of fruit per plant of, approximately, 2.4 and 1.2 times, as compared to the yield of healthy plants, in the first and second trials, respectively. Yield reduction on protected 'Crimson Tide' was approximately 1.7 times in one trial. In addition to yield reduction, another problem for protecting watermelon was the requirement of two successive inoculations of the seedling, on consecutive days, to increase the frequence of infected plants. Mild strains protection can be recommended for the control of PRSV-W in hybrid squash crops. In spite of the problems in watermelon, cross protection may be valuable for this species in those regions and/or season with high incidence of PRSV-W. Studies are necessary to select mild strains of PRSV-W that are more infective on watermelon seedlings and do not cause significant yield reduction on protected plants.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPYamashita, Denise SatoDias, Paulo Rogério Parente2000-09-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191218-155704/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-20T00:10:02Zoai:teses.usp.br:tde-20191218-155704Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-20T00:10:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description O Papaya ringspot virus - type W - PRSV-W é uma espécie do gênero Potyvirus que infecta cucurbitáceas, entre as quais a aboboreira híbrida do tipo Tetsukabuto e a melancia. Esse vírus é o de maior incidência no Estado de São Paulo, é transmitido por afídeos, provoca sintomas do tipo mosaico foliar, redução do desenvolvimento vegetativo das plantas, deformações em folhas e frutos e redução significativa na quantidade e qualidade dos produtos. Com o objetivo de reduzir os danos provocados pelo PRSV-W, estudou-se o efeito protetor de estirpes fracas do vírus (PRSV-W-l e PRSV-W-2) como forma de controle do mosaico em aboboreira Tetsukabuto e em melancia, em casa de vegetação e em campo. Os experimentos com a Tetsukabuto em casa de vegetação mostraram que as estirpes PRSV-W-l e PRSV-W-2 protegeram as plantas contra a estirpe comum de Campinas (PRSV-W-C). Nos experimentos em campo, compararam-se o desenvolvimento e a produção de plantas sadias expostas à infecção natural, plantas inoculadas com a estirpe comum PRSV-W-C e premunizadas com as estirpes PRSV-W-l e PRSV-W-2. No primeiro experimento, as plantas premunizadas produziram aproximadamente 2,0 vezes mais frutos/planta (peso) do que as infectadas com estirpes comuns do vírus. Qualitativamente, 83,7% dos frutos colhidos das plantas protegidas foram classificados como comerciais, enquanto que as infectadas com as estirpes comuns produziram somente 25% de frutos dessa categoria. No segundo experimento, frutos colhidos das plantas premunizadas foram, aproximadamente, 1,6 vezes maiores (peso) do que aquelas infectadas com estirpes comuns do vírus. No entanto, 97,1% dos frutos colhidos das plantas protegidas foram comerciais, em contraste com 2,1% de frutos dessa classe colhidos de plantas não protegidas, infectadas naturalmente com estirpes comuns do vírus. A premunização massal de mudas de Tetsukabuto, com inóculo aplicado com uma pistola para pintura, sob pressão, mostrou eficiência variável de 63% a 79%. Mesmo assim, a maioria das plantas não infectadas foram naturalmente inoculadas com as estirpes fracas em campo, por meio da ação dos afídeos vetores. Os resultados da proteção em melancia mostraram que a estirpe PRSV-W-1 protegeu as plantas contra as estirpes comuns PRSV-W-C, PRSV-W-B (Botucatu) e PRSV-W-P (Petrolina), separadamente, em testes em casa de vegetação. Nos experimentos em campo, compararam-se o desenvolvimento e a produção de plantas de melancia dos cultivares Crimson Sweet e Crimson Tide premunizadas com as estirpes PRSV-W-1 e PRSV-W-2, não premunizadas expostas à infecção natural e inoculadas com a estirpe PRSV-W-C no estádio cotiledonar. A proteção também foi eficiente em condições de campo, porém, as plantas protegidas do cultivar Crimson Sweet tiveram uma redução no peso médio de frutos por planta de, aproximadamente, 2,4 e 1,2 vezes, em comparação às plantas não protegidas que estavam sadias, no primeiro e no segundo teste, respectivamente. O mesmo fato ocorreu com o cultivar Crimson Tide, no qual registrou-se uma redução de 1,7 vezes, aproximadamente, em um único teste. Além da redução na produção, outro problema encontrado na premunização da melancia foi a necessidade de duas inoculações sucessivas das mudas, em dias consecutivos, para aumentar a freqüência de plantas protegidas. Os resultados obtidos permitem sugerir a premunização da abóbora Tetsukabuto para plantios comerciais. Quanto à melancia, acredita-se que a premunização possa até ser valiosa nas regiões e/ou épocas de alta incidência do PRSV-W. Porém, estudos adicionais são necessários para encontrar estirpes fracas do vírus que infectem mais facilmente as mudas de melancia e que não causem danos tão acentuados na produção.
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