Modelo de equilíbrio geral estocástico e o mercado de trabalho brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fantinatti, Marcos da Costa
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-25022016-112933/
Resumo: Os três artigos desta tese focam no mercado de trabalho. O primeiro artigo calculou a probabilidade com que um trabalhador deixa o emprego e a probabilidade com que um desempregado encontra trabalho no Brasil. A metodologia utilizada foi a desenvolvida por Shimer (2012). O objetivo foi determinar qual destes dois fatores seria o mais importante para explicar as flutuações da taxa de desemprego no Brasil. Os resultados mostraram que é a dinâmica da probabilidade com que um desempregado encontra emprego que explica o comportamento da taxa de desemprego. Este resultado é distinto daquele encontrado normalmente na literatura. No segundo artigo, log-linearizamos e estimados o modelo de Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013) para o Brasil. Este modelo difere dos modelos novos keynesianos tradicionais ao colocar uma estrutura de searching (busca) para o mercado de trabalho. A ideia foi comparar este modelo com o modelo de rigidez de preços e salários tradicional e analisar se esta estrutura para o mercado de trabalho é capaz de fazer o papel das rigidezes tradicionais, no que se refere a propagação dos choques na economia. As funções impulso resposta a um choque contracionista de política monetária mostraram que o modelo explicou o comportamento esperado para variáveis como PIB, inflação e taxa de desemprego. Ainda, a estimação do modelo mostrou, no geral, que os preços no Brasil são reajustados com uma frequência menor do que a frequência indicada pelos modelos novos keynesianos com rigidez de preços e salários. Por sua vez, ao desligar a rigidez da utilização do capital e a do working capital channel, este modelo mais completo, maior e mais detalhado para mercado de trabalho pareceu não ser capaz de dar conta do movimento inercial e persistente observado para as variáveis macroeconômicas como PIB e inflação. Por fim, no terceiro artigo, estimamos novamente o modelo Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013), mas agora para os Estados Unidos. Entretanto, adotamos uma estratégia de estimação diferente: optamos por primeiro log-linearizar o modelo para depois fazer a estimação, para dois períodos: até 2008, assim como no artigo original, e até 2014. O objetivo principal foi comparar os resultados da nossa estimativa com os resultados de Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013). Para o conjunto de dados até 2008, os resultados indicam que os valores estimados estão em linha com os encontrados na literatura e, no geral, não estão muito distantes das estimações do artigo original. Mas, os parâmetros estimados apontaram para um modelo com um pouco mais de rigidez de preços, uma maior persistência de consumo e com uma regra de política monetária um pouco menos inercial em relação à do artigo original. Entretanto, esta regra mostrou uma reação muito maior à inflação do que ao produto, assim como em Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013). Considerando a amostra toda, isto é, até o final de 2014, observamos que o modelo estimado continuou a ter uma maior rigidez de preço em relação ao modelo original e uma regra de política monetária menos inercial. Além disso, os dados mais recentes afetaram de modo mais expressivo os valores estimados para variáveis do mercado de trabalho. Por sua vez, as funções impulso resposta refletiram esta menor inércia da política monetária e, no geral, apresentaram as trajetórias esperadas.
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No segundo artigo, log-linearizamos e estimados o modelo de Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013) para o Brasil. Este modelo difere dos modelos novos keynesianos tradicionais ao colocar uma estrutura de searching (busca) para o mercado de trabalho. A ideia foi comparar este modelo com o modelo de rigidez de preços e salários tradicional e analisar se esta estrutura para o mercado de trabalho é capaz de fazer o papel das rigidezes tradicionais, no que se refere a propagação dos choques na economia. As funções impulso resposta a um choque contracionista de política monetária mostraram que o modelo explicou o comportamento esperado para variáveis como PIB, inflação e taxa de desemprego. Ainda, a estimação do modelo mostrou, no geral, que os preços no Brasil são reajustados com uma frequência menor do que a frequência indicada pelos modelos novos keynesianos com rigidez de preços e salários. Por sua vez, ao desligar a rigidez da utilização do capital e a do working capital channel, este modelo mais completo, maior e mais detalhado para mercado de trabalho pareceu não ser capaz de dar conta do movimento inercial e persistente observado para as variáveis macroeconômicas como PIB e inflação. Por fim, no terceiro artigo, estimamos novamente o modelo Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013), mas agora para os Estados Unidos. Entretanto, adotamos uma estratégia de estimação diferente: optamos por primeiro log-linearizar o modelo para depois fazer a estimação, para dois períodos: até 2008, assim como no artigo original, e até 2014. O objetivo principal foi comparar os resultados da nossa estimativa com os resultados de Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013). Para o conjunto de dados até 2008, os resultados indicam que os valores estimados estão em linha com os encontrados na literatura e, no geral, não estão muito distantes das estimações do artigo original. Mas, os parâmetros estimados apontaram para um modelo com um pouco mais de rigidez de preços, uma maior persistência de consumo e com uma regra de política monetária um pouco menos inercial em relação à do artigo original. Entretanto, esta regra mostrou uma reação muito maior à inflação do que ao produto, assim como em Christiano, Eichenbaum e Trabandt (2013). Considerando a amostra toda, isto é, até o final de 2014, observamos que o modelo estimado continuou a ter uma maior rigidez de preço em relação ao modelo original e uma regra de política monetária menos inercial. Além disso, os dados mais recentes afetaram de modo mais expressivo os valores estimados para variáveis do mercado de trabalho. Por sua vez, as funções impulso resposta refletiram esta menor inércia da política monetária e, no geral, apresentaram as trajetórias esperadas.The three articles of this thesis focus on the labor market. The first article calculated the probability of a worker leaving his job and the probability of an unemployed person finding a job in Brazil, using the methodology developed by Shimer (2012). The aim was to determine which of these factors was the most important to explain the unemployment rate fluctuations. The results showed that the probability of an unemployed worker finding a job is more important to explain the dynamic of the unemployment rate. Commonly, the literature has found an opposite result in Brazil. In the second article, we log linearized and estimated the model built by Christiano, Eichenbaum and Evans (2013) for Brazil. This model is different from the traditional New Keynesian models because it has a structure of searching in the labor market. The idea was to compare this model with the traditional one with sticky wage and sticky prices. Moreover, the idea was to analyze if this model with searching structure in the labor market was able to substitute some traditional rigidity when the concern is the propagation of shocks. The impulse response functions to a contractionist monetary policy shock showed that this model explains the dynamic that is normally found in GDP, inflation and unemployment rate. Furthermore, the estimation showed that, in general, the prices are readjusted less frequently than the frequency estimated by New Keynesian models with sticky wage and sticky prices. Besides, when the rigidities (capital utilization and working capital channel) are eliminated, this model did not properly explain the inertial and persistence dynamic of the macroeconomics variables, such as GDP and inflation. Finally, in the last article, we estimated the Christiano, Eichenbaum and Trabandt (2013) model for the United States, but we adopted a different estimation strategy. We log linearized the model and estimated it with Bayesian methods. Moreover, we estimated for two different periods. The aim was to compare our results with the original model. When the model was estimated with data up to 2008, the results showed that the estimations were in line with the values found in the literature and, in general, they were not too far from the values estimated in the original article. However, the parameters estimated showed a model in which the prices are more rigid, the consumption habit is higher and the monetary rule is less inertial than observed in the original model. However, the monetary authority reacted much more to inflation than GDP, as it happened in the original article. When we considered the data until 2014, we observed that the estimated model remained with more sticky prices and a more inertial monetary rule. Moreover, we noted that this more recent data affected more expressively the estimated values of the labor market. The analysis of impulse response function showed this less inertial dynamic of the monetary rule and, overall, they followed the expected dynamicsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKanczuk, FabioFantinatti, Marcos da Costa2016-02-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-25022016-112933/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-25022016-112933Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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