Exigências térmicas e higrométricas de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae), criado em dietas natural e artificial, visando ao zoneamento da praga no Brasil

• Autor(a) principal: Rodrigues, Lucas Maniero
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-24112020-164004/
• topic: Artificial diet; Brown stink bug; Dieta artificial; Exigências térmicas; Percevejo-marrom; Pest zoning; Thermal requirements; Zoneamento ecológico

O objetivo da presente pesquisa foi determinar os aspectos biológicos e reprodutivos de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) criado em dietas natural (vagem-de-feijão e amendoim) e artificial (vagem-de-feijão liofilizada, amendoim triturado, sacarose e anticontaminantes) em condições de laboratório, sob diferentes condições de temperatura (18, 20, 22, 25, 28, 30 e 32°C) e umidade relativa do ar (UR) (30, 50, 70 e 90%), para avaliar se o inseto tem o mesmo comportamento na dieta natural e artificial, estabelecendo as condições ótimas de temperatura e UR para o seu desenvolvimento em laboratório e no campo, com vistas ao seu zoneamento ecológico no Brasil, levando-se em conta os fatores abióticos mencionados, e com base na tabela de vida de fertilidade da espécie nessas condições. A partir dos resultados obtidos, foi possível definir que a constante térmica (K) e o limite térmico inferior (Tb) foram bem próximos entre as dietas natural e artificial, sendo de, respectivamente, 354,1 e 358,2 GD, e 14,1 e 14,5°C. O intervalo de temperatura que permite um melhor desenvolvimento da espécie nas respectivas dietas foi de 25 a 28°C para dieta natural e de 22 a 30°C para a artificial. O número de ovos colocados por E. heros foi maior na faixa térmica de 25 a 30°C (variando de 220 a 300 ovos/fêmea), quando criado em ambas as dietas avaliadas. O número de vezes que a população aumenta a cada geração (R0) foi maior a 28°C, sendo igual a 72,9 e 102,0 para as dietas natural e artificial, respectivamente, e a UR mais favorável foi a de 90%, apresentando valores de R0 iguais a 51,4 e 57,8, nas duas condições mencionadas. A UR abaixo de 50% reduziu a viabilidade dos ovos e dos ínstares iniciais igualmente para as dietas mencionadas, assim como a duração das fases imaturas. A fecundidade e a razão sexual não diferiram dentre as UR nas duas dietas testadas. A partir dos valores de R0 obtidos nas diferentes temperaturas e umidades relativas (UR), foi possível verificar que as áreas mais favoráveis ao desenvolvimento de E. heros foram as regiões Norte, Nordeste (Clima Equatorial) e Centro-Oeste do Brasil (Clima Tropical).