Representações sociais de violência doméstica contra crianças e adolescentes em educadores: denúncia, notificação ou omissão?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-21102013-141820/ |
Resumo: | A presente pesquisa teve como objetivo identificar e analisar as representações sociais de violência contra crianças e adolescentes construídas por educadores que denunciaram casos de violência doméstica ao Conselho Tutelar. O fenômeno pode ser definido como todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou outros responsáveis contra crianças e adolescentes, capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima. O estudo referenciou-se epistemologicamente na teoria e método de análise das Representações Sociais (Moscovici), que se baseia na análise das práticas discursivas dos sujeitos da investigação. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas, realizadas com 12 educadores da rede municipal de educação da cidade de Uberlândia/MG. Através do método e análise temática, os discursos foram organizados em categorias: 1) Origem, dinâmica familiar dos alunos e dos entrevistados; 2) Representações de violência doméstica vivida na infância e adolescência; 3) Mídias e visibilidade da violência doméstica contra criança e adolescente; 4) Discurso cotidiano no grupo de professores; 5) Significados e sentidos da violência doméstica; 6) Representações do Estatuto da Criança e do Adolescente; 7) Representações do Conselho Tutelar; 8) O ato de notificar e representar; 9) Visibilidade, intervenção e enfrentamento do fenômeno. As representações sociais de violência doméstica desveladas nas entrevistas foram ancoradas nas cenas vividas ao longo da existência, especialmente naquelas consideradas traumáticas. Os sujeitos que conseguiram minimamente elaborar os traumas e violências sofridas na infância conseguiram olhar para a violência contra criança e adolescente com menor reatualização da própria história, conseguindo representar. A representação do ato de denunciar é paradoxal: por um lado os entrevistados sentem-se na obrigação de denunciar; por outro, o medo da represália dos denunciados, a insegurança em saber se realmente é um caso de violência doméstica, o desconhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, o olhar sobre a ineficácia do Conselho Tutelar estimulam a denúncia e omissão. Conclui-se que a violência doméstica contra criança e adolescente, como tragédia, só é representada, notificada e criminalizada em relações educacionais em que os agentes e atores tenham elaborado seus traumas infantis e sejam portadores de conhecimentos que lhes permitam um olhar científico, raciocínio crítico e atitude corajosa de defesa intransigente da infância e adolescência violentada |
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Representações sociais de violência doméstica contra crianças e adolescentes em educadores: denúncia, notificação ou omissão?Educators\' social representation of domestic violence against children and adolescents: denouncement, notification or omission?Children and adolescentsCrianças e adolescentesDenouncementDenúncia. OmissãoOmissionRepresentação SocialSocial RepresentationViolenceViolênciaA presente pesquisa teve como objetivo identificar e analisar as representações sociais de violência contra crianças e adolescentes construídas por educadores que denunciaram casos de violência doméstica ao Conselho Tutelar. O fenômeno pode ser definido como todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou outros responsáveis contra crianças e adolescentes, capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima. O estudo referenciou-se epistemologicamente na teoria e método de análise das Representações Sociais (Moscovici), que se baseia na análise das práticas discursivas dos sujeitos da investigação. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas, realizadas com 12 educadores da rede municipal de educação da cidade de Uberlândia/MG. Através do método e análise temática, os discursos foram organizados em categorias: 1) Origem, dinâmica familiar dos alunos e dos entrevistados; 2) Representações de violência doméstica vivida na infância e adolescência; 3) Mídias e visibilidade da violência doméstica contra criança e adolescente; 4) Discurso cotidiano no grupo de professores; 5) Significados e sentidos da violência doméstica; 6) Representações do Estatuto da Criança e do Adolescente; 7) Representações do Conselho Tutelar; 8) O ato de notificar e representar; 9) Visibilidade, intervenção e enfrentamento do fenômeno. As representações sociais de violência doméstica desveladas nas entrevistas foram ancoradas nas cenas vividas ao longo da existência, especialmente naquelas consideradas traumáticas. Os sujeitos que conseguiram minimamente elaborar os traumas e violências sofridas na infância conseguiram olhar para a violência contra criança e adolescente com menor reatualização da própria história, conseguindo representar. A representação do ato de denunciar é paradoxal: por um lado os entrevistados sentem-se na obrigação de denunciar; por outro, o medo da represália dos denunciados, a insegurança em saber se realmente é um caso de violência doméstica, o desconhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, o olhar sobre a ineficácia do Conselho Tutelar estimulam a denúncia e omissão. Conclui-se que a violência doméstica contra criança e adolescente, como tragédia, só é representada, notificada e criminalizada em relações educacionais em que os agentes e atores tenham elaborado seus traumas infantis e sejam portadores de conhecimentos que lhes permitam um olhar científico, raciocínio crítico e atitude corajosa de defesa intransigente da infância e adolescência violentadaThe purpose of this study was to identify and analyze the social representation of domestic violence against children and adolescents built by educators who reported cases of domestic violence to the Conselho Tutelar (Child Protection Council). The phenomenon can be defined as every act or omission caused by parents, relatives or any other guardians against children and adolescents, that may cause physical, sexual and/ or psychological damage to the victim. The study epistemologically leaned on the Theory and Method of Social Representations (Moscovici), which is based on the analysis of the investigation subjects\" discursive practices. The data was collected through individual semi-structured interviews, performed with 12 educators from the municipal school system in Uberlândia/ MG. Based on the method and thematic analysis, the speeches were organized in categories: 1) Background and family dynamics of students and interviewees; 2) Representations of domestic violence lived in childhood and adolescence; 3) Media and visibility of domestic violence against children and teenagers; 4) Everyday speech of the educators\" group; 5) Meanings and senses of domestic violence; 6) Representations of the Estatuto da Criança e do Adolescente (Child and Adolescent Statute); 7) Representations of the Conselho Tutelar (Child Protection Council); 8) The act of notify and representing; 9) Visibility, intervention and confrontation of the phenomenon. The social representations of domestic violence shown on the interviews were anchored on situations lived throughout their existence, especially the ones considered traumatic. The subjects who were able to minimally elaborate the traumas and violence they suffered in their own childhood were able to look at the violence against children and adolescents with a smaller reenacting of their own history, and were able to represent them. The representation of the act of reporting is paradoxical: on one hand, the interviewees feel obliged to report; on the other hand, the fear for the reported ones retaliation, the insecurity of knowing if it really is a violence case, the unawareness of the Estatuto da Criança e do Adolescente (Child and Adolescent Statute), their idea of the Conselho Tutelar (Child Protection Council) inefficiency stimulate reporting and omission. It can be concluded the domestic violence against children and adolescents, as a tragedy, is only represented, notified and criminalized in educational relationships in which agents and authors have elaborated their own childhood traumas and hold knowledge that allows them to have a scientific look, critical thinking and a brave attitude towards an uncompromising defense of violated childhood and adolescence.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKodato, SergioRosenburg, Eleusa Gallo2011-09-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-21102013-141820/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:37Zoai:teses.usp.br:tde-21102013-141820Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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