Cistos radiculares em incisivos decíduos traumatizados: série de casos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23132/tde-28032014-200450/ |
Resumo: | Este estudo buscou verificar a ocorrência de casos de cisto radicular em incisivos superiores decíduos traumatizados e descrever suas características relacionadas à criança, ao dente, ao trauma e ao cisto. Para tanto, realizou-se um levantamento das informações clínicas e radiográficas, de 2498 prontuários de pacientes atendidos na Clínica do Centro de Pesquisa e Atendimento de Traumatismo de Dentes Decíduos da Disciplina de Odontopediatria da FOUSP, no período de 1998 a setembro de 2013. Foi utilizado o método exploratório descritivo de uma série de casos. Foram avaliados 30 prontuários com casos de cistos, totalizando 32 incisivos superiores decíduos traumatizados com cisto. A ocorrência de cisto em pacientes com incisivos superiores decíduos traumatizados foi de 1,2%. Os resultados mostraram que a maioria dos cistos acometeram o gênero feminino (59,4%), os incisivos centrais superiores decíduos (93,8%), em crianças maiores de 5 anos (81,2%), mas que sofreram traumatismos com menos de 4 anos de idade (81,2%). A maioria dos casos não apresentou alteração clínica que levasse a suspeita de lesão cística, pois não foi encontrado em 90,7% retração gengival, 65,6% alteração de cor da mucosa vestibular, 65,6% fistula, 75% abscesso, 56,2% abaulamento gengival, 78,1% depressão da mucosa vestibular e 56,3% flutuação cistíca. A alteração clínica mais frequente foi a alteração de cor da coroa (56,3%). A média da idade do paciente no momento do trauma foi de 2,7 anos e do diagnóstico do cisto de 5,9 anos, sendo que a média de tempo do trauma até o diagnóstico do cisto foi de 2,8 anos. Em 46,9% dos dentes ocorreu trauma dental. A maioria dos traumas foram de baixa severidade (59,3%). Em 46,8% dos casos, o dente decíduo envolvido na lesão apresentava maior formação radicular que seu homólogo e em 62,5% o germe sucessor do dente decíduo com a lesão cística encontrava-se em estágio de Nolla anterior que o homólogo. A maioria das lesões císticas (81,2%) não envolveu dentes adjacentes, mas promoveram deslocamento de germes em 56,2%. Na dentição permanente foram encontrados repercussões em 31,3,% dos casos e retenção prolongada do permanente em 15,6%. Diante dos achados deste estudo observou-se que o cisto radicular em incisivos decíduos traumatizados é raro, assume um perfil menos agressivo, de crescimento controlado e necessitando de um tempo longo para se desenvolver. Além do mais, parece causar sequelas menos danosas às dentições, influenciar no processo de rizólise e rizogênese e estar relacionado a traumas de baixa severidade. O diagnóstico deve ser realizado pelos achados radiográficos, sendo que a reabsorção radicular externa sem formação óssea, assimetria no tamanho do folículo do germe dentário sucessor ao dente envolvido com a lesão cística e o folículo homólogo, bem como a diferença de altura e/ou posição entre os germes dentários homólogos deveriam ser considerados como sinais radiográficos no diagnóstico de cistos radiculares. |
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Cistos radiculares em incisivos decíduos traumatizados: série de casosRadicular cysts in traumatized primary teeth: case seriesCase SeriesCisto radicularDental TraumaDente decíduoPrimary ToothRadicular CystSérie de casosTrauma dentalEste estudo buscou verificar a ocorrência de casos de cisto radicular em incisivos superiores decíduos traumatizados e descrever suas características relacionadas à criança, ao dente, ao trauma e ao cisto. Para tanto, realizou-se um levantamento das informações clínicas e radiográficas, de 2498 prontuários de pacientes atendidos na Clínica do Centro de Pesquisa e Atendimento de Traumatismo de Dentes Decíduos da Disciplina de Odontopediatria da FOUSP, no período de 1998 a setembro de 2013. Foi utilizado o método exploratório descritivo de uma série de casos. Foram avaliados 30 prontuários com casos de cistos, totalizando 32 incisivos superiores decíduos traumatizados com cisto. A ocorrência de cisto em pacientes com incisivos superiores decíduos traumatizados foi de 1,2%. Os resultados mostraram que a maioria dos cistos acometeram o gênero feminino (59,4%), os incisivos centrais superiores decíduos (93,8%), em crianças maiores de 5 anos (81,2%), mas que sofreram traumatismos com menos de 4 anos de idade (81,2%). A maioria dos casos não apresentou alteração clínica que levasse a suspeita de lesão cística, pois não foi encontrado em 90,7% retração gengival, 65,6% alteração de cor da mucosa vestibular, 65,6% fistula, 75% abscesso, 56,2% abaulamento gengival, 78,1% depressão da mucosa vestibular e 56,3% flutuação cistíca. A alteração clínica mais frequente foi a alteração de cor da coroa (56,3%). A média da idade do paciente no momento do trauma foi de 2,7 anos e do diagnóstico do cisto de 5,9 anos, sendo que a média de tempo do trauma até o diagnóstico do cisto foi de 2,8 anos. Em 46,9% dos dentes ocorreu trauma dental. A maioria dos traumas foram de baixa severidade (59,3%). Em 46,8% dos casos, o dente decíduo envolvido na lesão apresentava maior formação radicular que seu homólogo e em 62,5% o germe sucessor do dente decíduo com a lesão cística encontrava-se em estágio de Nolla anterior que o homólogo. A maioria das lesões císticas (81,2%) não envolveu dentes adjacentes, mas promoveram deslocamento de germes em 56,2%. Na dentição permanente foram encontrados repercussões em 31,3,% dos casos e retenção prolongada do permanente em 15,6%. Diante dos achados deste estudo observou-se que o cisto radicular em incisivos decíduos traumatizados é raro, assume um perfil menos agressivo, de crescimento controlado e necessitando de um tempo longo para se desenvolver. Além do mais, parece causar sequelas menos danosas às dentições, influenciar no processo de rizólise e rizogênese e estar relacionado a traumas de baixa severidade. O diagnóstico deve ser realizado pelos achados radiográficos, sendo que a reabsorção radicular externa sem formação óssea, assimetria no tamanho do folículo do germe dentário sucessor ao dente envolvido com a lesão cística e o folículo homólogo, bem como a diferença de altura e/ou posição entre os germes dentários homólogos deveriam ser considerados como sinais radiográficos no diagnóstico de cistos radiculares.The present study aimed to verify the occurrence of radicular cyst in traumatized primary upper incisors and describe their characteristics in relation to the children, teeth, trauma and cysts. The survey of 2, 498 patients that presented and were treated at the Research and Clinical Center of Dental Trauma in Primary Teeth of the School of Dentistry of the University of Sao Paulo from 1998 to September 2013 was carried out, in order to collect clinical and radiographic information. A descriptive and exploratory approach was taken in the study. A total of thirty clinical records involving radicular cysts included thirty two traumatized primary upper incisors were studied in detail. The overall occurrence of cysts in patients with traumatized primary incisors was 1.2% with females affected more (59.4%) often than males 93.8% involved the upper central incisors. 81.2% of the children were older than 5 year of age but suffered traumatic injuries before 4 years old. In most cases, gingival recession (90.7%); color change of the vestibular mucosa (65.6%); fistula (65.6%); abscess (75%); gingival bulging (56.2%); depression of the vestibular mucosa (78.1%) and cystic fluctuation (56.3%) were not present showing no clinical alterations that might suggest cystic lesion. The most frequent clinical alteration was the color change of the crown (56.3%). The mean patient age at the time of traumatic injury was 2.7 years and the diagnosis of cyst at 5.9 years, and the mean time from trauma to diagnosis of cysts was 2.8 years. The hard tissue trauma occurred in 46.9% of teeth. Most injuries (59.3%) were of low severity. The radicular formation in the primary tooth involved in the lesion in 46.8% of cases was larger than its homologous and 62.5 % of cases the successor tooth germ of primary tooth with the cystic lesion was at a Nolla stage earlier than the homologous. The majority (81.2%) of cystic lesions did not involve adjacent teeth but promoted displacement of tooth germs in 56.2%. Repercussions in the permanent dentition were found in 31.3% of cases and prolonged retention of permanent in 15.6%. Given the findings, this study observed that the radicular cyst in traumatized primary incisors is rare. It assumes a less aggressive profile, controlled growth and requiring a long time to develop. Moreover, it seems to cause less harmful sequelae in dentitions, influence the process of root resorption and root formation and is associated with low severity trauma. The diagnosis must be made by radiographic findings. An external root resorption without bone formation, asymmetry in size between dental follicle (dental follicle of successor germ to the primary tooth involved with the cystic lesion and th homologous tooth follicle) and the difference in height and/or position between homologous teeth germs should also be considered amongst the radiographic signs in the diagnosis of radicular cysts.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPWanderley, Marcia TurollaCarvalho, Patrícia de2014-01-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23132/tde-28032014-200450/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:50Zoai:teses.usp.br:tde-28032014-200450Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este estudo buscou verificar a ocorrência de casos de cisto radicular em incisivos superiores decíduos traumatizados e descrever suas características relacionadas à criança, ao dente, ao trauma e ao cisto. Para tanto, realizou-se um levantamento das informações clínicas e radiográficas, de 2498 prontuários de pacientes atendidos na Clínica do Centro de Pesquisa e Atendimento de Traumatismo de Dentes Decíduos da Disciplina de Odontopediatria da FOUSP, no período de 1998 a setembro de 2013. Foi utilizado o método exploratório descritivo de uma série de casos. Foram avaliados 30 prontuários com casos de cistos, totalizando 32 incisivos superiores decíduos traumatizados com cisto. A ocorrência de cisto em pacientes com incisivos superiores decíduos traumatizados foi de 1,2%. Os resultados mostraram que a maioria dos cistos acometeram o gênero feminino (59,4%), os incisivos centrais superiores decíduos (93,8%), em crianças maiores de 5 anos (81,2%), mas que sofreram traumatismos com menos de 4 anos de idade (81,2%). A maioria dos casos não apresentou alteração clínica que levasse a suspeita de lesão cística, pois não foi encontrado em 90,7% retração gengival, 65,6% alteração de cor da mucosa vestibular, 65,6% fistula, 75% abscesso, 56,2% abaulamento gengival, 78,1% depressão da mucosa vestibular e 56,3% flutuação cistíca. A alteração clínica mais frequente foi a alteração de cor da coroa (56,3%). A média da idade do paciente no momento do trauma foi de 2,7 anos e do diagnóstico do cisto de 5,9 anos, sendo que a média de tempo do trauma até o diagnóstico do cisto foi de 2,8 anos. Em 46,9% dos dentes ocorreu trauma dental. A maioria dos traumas foram de baixa severidade (59,3%). Em 46,8% dos casos, o dente decíduo envolvido na lesão apresentava maior formação radicular que seu homólogo e em 62,5% o germe sucessor do dente decíduo com a lesão cística encontrava-se em estágio de Nolla anterior que o homólogo. A maioria das lesões císticas (81,2%) não envolveu dentes adjacentes, mas promoveram deslocamento de germes em 56,2%. Na dentição permanente foram encontrados repercussões em 31,3,% dos casos e retenção prolongada do permanente em 15,6%. Diante dos achados deste estudo observou-se que o cisto radicular em incisivos decíduos traumatizados é raro, assume um perfil menos agressivo, de crescimento controlado e necessitando de um tempo longo para se desenvolver. Além do mais, parece causar sequelas menos danosas às dentições, influenciar no processo de rizólise e rizogênese e estar relacionado a traumas de baixa severidade. O diagnóstico deve ser realizado pelos achados radiográficos, sendo que a reabsorção radicular externa sem formação óssea, assimetria no tamanho do folículo do germe dentário sucessor ao dente envolvido com a lesão cística e o folículo homólogo, bem como a diferença de altura e/ou posição entre os germes dentários homólogos deveriam ser considerados como sinais radiográficos no diagnóstico de cistos radiculares. |
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