Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1997 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-28102015-104255/ |
Resumo: | O complexo máfico-ultramáfico do Vermelho, localizado na Província Mineral da Serra dos Carajás, foi afetado por importante processo de serpentinização. Compõem-se de dois corpos de configuração litológica semelhante, constituídos por peridotitos e dunitos serpentinizados no centro e piroxenitos e gabros nas bordas. O complexo está encaixado nas rochas do Complexo Xingu. Através do uso de variadas técnicas analíticas como a difratometria de raios X, ATD-ATG e microssonda eletrônica, foram caracterizados os minerais que resultaram da serpentinização, bem como os minerais primários residuais. Os resultados mostraram que as rochas originais eram harzburgitos e olivina-piroxenitos, compostos essencialmente por olivina, ortopiroxênio, cromita e flogopita. A olivina está presente na rocha serpentinizada como relictos de composição forsterítica. Relictos de ortopiroxênio não foram encontrados nas rochas estudadas, mas sua presença é inferida através das bastitas. As Alcromitas originais encontram-se alteradas nas bordas dos cristais para Fecromita e Cr-magnetita. A flogopita encontra-se geralmente vermiculitizada. A serpentina, mineral dominante nas rochas alteradas, ocorre nas texturas mesh e hourglass, pseudomórficas sobre olivina, e como bastita, pseudomórfica sobre ortopiroxênio. Há ainda serpentina de textura ribbon, não pseudomórfica. Entre essas variedades, não foi possível estabelecer uma ordem de formação, de modo que elas são referidas e conjunto como serpentinas de primeira geração. Ocorrem ainda uma segunda e uma terceira geração de serpentina em veios. Do ponto de vista mineralógico, as serpentinas são predominantemente lizarditas, acompanhadas de pequenas quantidades de antigorita e alguma crisotila. Quimicamente, as serpentinas de primeira geração são serpentinas com baixo teor de \'Al IND.2\'\'O IND.3\', razões Mg/Fe+Mg em torno de 0,94, FeO em torno de 4-5%, e com teores de NiO entre 0,1 e 0,4% e de \'Cr IND.2\'\'O IND.3\' entre 0 e 0,06%. As bastitas apresentam teores maiores de Al e Cr. As serpentinas de veios de segunda e terceira geração distinguem-se das demais por apresentar teores de FeO respectivamente menores e maiores. Outro traço químico que distingue os veios de segunda geração é o menor teor em NiO. Em íntima associação com a serpentina, ocorrem a magnetita e a piroaurita, tanto nas serpentinas de primeira geração, como nos veios. Esses dois minerais nunca se encontram associados à bastita, sendo produtos da serpentinização apenas da olivina. A piroaurita é um hidróxi-carbonato de Mg e Fe, com razão Mg/Mg+Fe em torno de 0,75. A clorita ocorre freqüentemente bordejando as cromitas, ou em grupos de cristais dispersos na rocha. Composicionalmente situa-se nos campos do clinocloro, peninita e talco-clorita. Sua gênese está relacionada à alteração da cromita. |
id |
USP_6e25120deb24198c4d6a07e762d94014 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-28102015-104255 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PANot available.Not available.Petrologia ígneaO complexo máfico-ultramáfico do Vermelho, localizado na Província Mineral da Serra dos Carajás, foi afetado por importante processo de serpentinização. Compõem-se de dois corpos de configuração litológica semelhante, constituídos por peridotitos e dunitos serpentinizados no centro e piroxenitos e gabros nas bordas. O complexo está encaixado nas rochas do Complexo Xingu. Através do uso de variadas técnicas analíticas como a difratometria de raios X, ATD-ATG e microssonda eletrônica, foram caracterizados os minerais que resultaram da serpentinização, bem como os minerais primários residuais. Os resultados mostraram que as rochas originais eram harzburgitos e olivina-piroxenitos, compostos essencialmente por olivina, ortopiroxênio, cromita e flogopita. A olivina está presente na rocha serpentinizada como relictos de composição forsterítica. Relictos de ortopiroxênio não foram encontrados nas rochas estudadas, mas sua presença é inferida através das bastitas. As Alcromitas originais encontram-se alteradas nas bordas dos cristais para Fecromita e Cr-magnetita. A flogopita encontra-se geralmente vermiculitizada. A serpentina, mineral dominante nas rochas alteradas, ocorre nas texturas mesh e hourglass, pseudomórficas sobre olivina, e como bastita, pseudomórfica sobre ortopiroxênio. Há ainda serpentina de textura ribbon, não pseudomórfica. Entre essas variedades, não foi possível estabelecer uma ordem de formação, de modo que elas são referidas e conjunto como serpentinas de primeira geração. Ocorrem ainda uma segunda e uma terceira geração de serpentina em veios. Do ponto de vista mineralógico, as serpentinas são predominantemente lizarditas, acompanhadas de pequenas quantidades de antigorita e alguma crisotila. Quimicamente, as serpentinas de primeira geração são serpentinas com baixo teor de \'Al IND.2\'\'O IND.3\', razões Mg/Fe+Mg em torno de 0,94, FeO em torno de 4-5%, e com teores de NiO entre 0,1 e 0,4% e de \'Cr IND.2\'\'O IND.3\' entre 0 e 0,06%. As bastitas apresentam teores maiores de Al e Cr. As serpentinas de veios de segunda e terceira geração distinguem-se das demais por apresentar teores de FeO respectivamente menores e maiores. Outro traço químico que distingue os veios de segunda geração é o menor teor em NiO. Em íntima associação com a serpentina, ocorrem a magnetita e a piroaurita, tanto nas serpentinas de primeira geração, como nos veios. Esses dois minerais nunca se encontram associados à bastita, sendo produtos da serpentinização apenas da olivina. A piroaurita é um hidróxi-carbonato de Mg e Fe, com razão Mg/Mg+Fe em torno de 0,75. A clorita ocorre freqüentemente bordejando as cromitas, ou em grupos de cristais dispersos na rocha. Composicionalmente situa-se nos campos do clinocloro, peninita e talco-clorita. Sua gênese está relacionada à alteração da cromita.The mafic-ultramafic Vermelho complex belongs to the Mineral Province Serra dos Carajás, State of Pará, Brazil. The complex consists of two similar bodies made up of dunites and peridotites surrounded by pyroxenites and gabbros. The ultramafic rocks have been strongly serpentinized. Analytical techniques as X-ray diffraction, differential thermal analysis and microprobe analysis were used in order to characterize the products of serpentinization and the residual original phases as well. The original rocks were harzburgites and olivine-pyroxenites, composed essentially of olivine, orthopyroxene, chromite and phlogopite. Olivine is present in the serpentinized rocks as relicts of forsteritic composition. Orthopyroxene is completely replaced by bastite. The original Al-chromites are surrounded by rims of Fe-chromite and Cr-magnetite. Phlogopite is often transformed into vermiculite. Serpentine is the dominant phase in the altered rocks. Serpentine textures can be divided into four types: mesh and hourglass after olivine, bastite after pyroxene and non-pseudomorfic ribbon. All these types can be found cut by a second and a third generations of serpentine veins. From the mineralogical point of view serpentines are mainly lizardite. Antigorite and chrysotile are rarely found. Chemically, the first generation serpentines present low Al contents, Mg/Fe+Mg around 0.94, FeO around 4-5o/o, NiO between 0.1 andO.4o/o and CrzOg between 0 and 0.60/0, except for bastites which are richer in Al and Cr. Second and third generation veins are characterized by lower and higher Fe contents, respectively. Second generation serpentine veins are slightly depleted in Ni. lntimately intergrown with serpentine after olivine and serpentine veins are magnetite and pyroaurite. Pyroaurite is a Mg-Fe hydroxi-carbonate with Mg/Mg+Fe around 0.75. Chlorite occurs surrounding chromite crystals, or as grains disseminated in the serpentinite. Chemically they can be classified as belonging to the clinochlore, pennine and talc-chlorite varieties. The origin of chlorites is related to the alteration of chromite.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOliveira, Sonia Maria Barros deBenique, Miguel Elias Calcina1997-09-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-28102015-104255/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-28102015-104255Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA Not available. |
title |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA |
spellingShingle |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA Benique, Miguel Elias Calcina Not available. Petrologia ígnea |
title_short |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA |
title_full |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA |
title_fullStr |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA |
title_full_unstemmed |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA |
title_sort |
Caracterização dos produtos da serpentinização das rochas ultramáficas do Vermelho, Serra dos Carajás, PA |
author |
Benique, Miguel Elias Calcina |
author_facet |
Benique, Miguel Elias Calcina |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Oliveira, Sonia Maria Barros de |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Benique, Miguel Elias Calcina |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Not available. Petrologia ígnea |
topic |
Not available. Petrologia ígnea |
description |
O complexo máfico-ultramáfico do Vermelho, localizado na Província Mineral da Serra dos Carajás, foi afetado por importante processo de serpentinização. Compõem-se de dois corpos de configuração litológica semelhante, constituídos por peridotitos e dunitos serpentinizados no centro e piroxenitos e gabros nas bordas. O complexo está encaixado nas rochas do Complexo Xingu. Através do uso de variadas técnicas analíticas como a difratometria de raios X, ATD-ATG e microssonda eletrônica, foram caracterizados os minerais que resultaram da serpentinização, bem como os minerais primários residuais. Os resultados mostraram que as rochas originais eram harzburgitos e olivina-piroxenitos, compostos essencialmente por olivina, ortopiroxênio, cromita e flogopita. A olivina está presente na rocha serpentinizada como relictos de composição forsterítica. Relictos de ortopiroxênio não foram encontrados nas rochas estudadas, mas sua presença é inferida através das bastitas. As Alcromitas originais encontram-se alteradas nas bordas dos cristais para Fecromita e Cr-magnetita. A flogopita encontra-se geralmente vermiculitizada. A serpentina, mineral dominante nas rochas alteradas, ocorre nas texturas mesh e hourglass, pseudomórficas sobre olivina, e como bastita, pseudomórfica sobre ortopiroxênio. Há ainda serpentina de textura ribbon, não pseudomórfica. Entre essas variedades, não foi possível estabelecer uma ordem de formação, de modo que elas são referidas e conjunto como serpentinas de primeira geração. Ocorrem ainda uma segunda e uma terceira geração de serpentina em veios. Do ponto de vista mineralógico, as serpentinas são predominantemente lizarditas, acompanhadas de pequenas quantidades de antigorita e alguma crisotila. Quimicamente, as serpentinas de primeira geração são serpentinas com baixo teor de \'Al IND.2\'\'O IND.3\', razões Mg/Fe+Mg em torno de 0,94, FeO em torno de 4-5%, e com teores de NiO entre 0,1 e 0,4% e de \'Cr IND.2\'\'O IND.3\' entre 0 e 0,06%. As bastitas apresentam teores maiores de Al e Cr. As serpentinas de veios de segunda e terceira geração distinguem-se das demais por apresentar teores de FeO respectivamente menores e maiores. Outro traço químico que distingue os veios de segunda geração é o menor teor em NiO. Em íntima associação com a serpentina, ocorrem a magnetita e a piroaurita, tanto nas serpentinas de primeira geração, como nos veios. Esses dois minerais nunca se encontram associados à bastita, sendo produtos da serpentinização apenas da olivina. A piroaurita é um hidróxi-carbonato de Mg e Fe, com razão Mg/Mg+Fe em torno de 0,75. A clorita ocorre freqüentemente bordejando as cromitas, ou em grupos de cristais dispersos na rocha. Composicionalmente situa-se nos campos do clinocloro, peninita e talco-clorita. Sua gênese está relacionada à alteração da cromita. |
publishDate |
1997 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1997-09-10 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-28102015-104255/ |
url |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-28102015-104255/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1815257444548345856 |