Efetividade da terapia cognitivo-comportamental na terapêutica do tabagista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ismael, Silvia Maria Cury
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-21062007-113413/
Resumo: O tabagismo tem sido considerado um problema de saúde pública mundial pela Organização Mundial da Saúde. São previstas, para 2020, mais de dez milhões de mortes no mundo por doenças tabaco-relacionadas. Torna-se, portanto, importante aprimorar formas de tratamento aos fumantes que queiram parar de fumar e busquem ajuda por não se sentirem capazes de conseguí-lo sozinhos. O objetivo da presente proposta foi investigar se a efetividade de um programa de tratamento com base na terapia cognitivo-comportamental, associada à medicação, seria mais efetivo do que a literatura reporta para a abstinência/recaída. O critério de efetividade foi a cessação do tabagismo auto-referida pelos participantes em seis meses de tratamento. Foram avaliados 61 fumantes, com idades variando entre 18 a 60 anos, de ambos os sexos. Estes fumantes foram divididos em três grupos: pacientes que não pararam de fumar (grupo 1 ), abstinentes (grupo 2) e que recaíram (grupo 3). Os resultados demonstraram que, desta população, 78,7% estavam abstinentes ao final de seis meses de tratamento. Antes, eles fumavam, em média, por 24,6 anos, 22,6 cigarros por dia; 62,3% estavam no estágio de contemplação de acordo com Prochaska. Os motivos mais freqüentes citados para a recaída foram estresse (61,9%) e ansiedade (19%). A média geral do Fagerström foi de 4,18 (tolerância baixa), sendo que o grupo 1 apresentou o grau de tolerância menor da amostra. 77,4% dos fumantes manifestaram estar satisfeitos com o tratamento, sendo que os motivos maiores de satisfação foram o apoio psicológico e a interação com o grupo. O índice de Saúde Geral da amostra é compatível com a população geral; o Inventário Beck de Depressão (BDI) mostrou níveis maiores de depressão nos grupos 1 e 3. Foram propostos indicadores de maior risco de recaída: número de anos que o participante fuma (maior), número de cigarros fumados por dia (menor), ter fumado sempre a mesma quantidade de cigarros por dia, morar com outros fumantes, teores baixos de nicotina no cigarro em relação ao médio e alto, ausência de tentativas anteriores para cessar de fumar, freqüência baixa de participação nas sessões de tratamento, utilizar o cigarro como estimulante, fumar quando entusiasmado, quando não consegue permanecer em locais onde o fumo é proibido, quando refere ter dó de si próprio, quando manifesta pouca satisfação em relação ao trabalho e à vida. A Curva de sobrevida de Kaplan-Meier demonstrou que 49,7% desta amostra devem permanecer em abstinência por um ano, índice maior do que reporta a literatura revisada. Propõe-se a realização de estudo randomizado, com uma população maior, para validar os indicadores propostos e a efetividade comparativa do programa.
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spelling Efetividade da terapia cognitivo-comportamental na terapêutica do tabagistaEffectiveness of cognitive-behavior therapy in the tobacco user treatmentAbandono do uso de tabacoCognitive therapyRecidivaRecurrenceResultado de tratamentoSmoking/therapyTabagismo/terapiaTerapia cognitivaTobacco use cessation.Treatment outcomeO tabagismo tem sido considerado um problema de saúde pública mundial pela Organização Mundial da Saúde. São previstas, para 2020, mais de dez milhões de mortes no mundo por doenças tabaco-relacionadas. Torna-se, portanto, importante aprimorar formas de tratamento aos fumantes que queiram parar de fumar e busquem ajuda por não se sentirem capazes de conseguí-lo sozinhos. O objetivo da presente proposta foi investigar se a efetividade de um programa de tratamento com base na terapia cognitivo-comportamental, associada à medicação, seria mais efetivo do que a literatura reporta para a abstinência/recaída. O critério de efetividade foi a cessação do tabagismo auto-referida pelos participantes em seis meses de tratamento. Foram avaliados 61 fumantes, com idades variando entre 18 a 60 anos, de ambos os sexos. Estes fumantes foram divididos em três grupos: pacientes que não pararam de fumar (grupo 1 ), abstinentes (grupo 2) e que recaíram (grupo 3). Os resultados demonstraram que, desta população, 78,7% estavam abstinentes ao final de seis meses de tratamento. Antes, eles fumavam, em média, por 24,6 anos, 22,6 cigarros por dia; 62,3% estavam no estágio de contemplação de acordo com Prochaska. Os motivos mais freqüentes citados para a recaída foram estresse (61,9%) e ansiedade (19%). A média geral do Fagerström foi de 4,18 (tolerância baixa), sendo que o grupo 1 apresentou o grau de tolerância menor da amostra. 77,4% dos fumantes manifestaram estar satisfeitos com o tratamento, sendo que os motivos maiores de satisfação foram o apoio psicológico e a interação com o grupo. O índice de Saúde Geral da amostra é compatível com a população geral; o Inventário Beck de Depressão (BDI) mostrou níveis maiores de depressão nos grupos 1 e 3. Foram propostos indicadores de maior risco de recaída: número de anos que o participante fuma (maior), número de cigarros fumados por dia (menor), ter fumado sempre a mesma quantidade de cigarros por dia, morar com outros fumantes, teores baixos de nicotina no cigarro em relação ao médio e alto, ausência de tentativas anteriores para cessar de fumar, freqüência baixa de participação nas sessões de tratamento, utilizar o cigarro como estimulante, fumar quando entusiasmado, quando não consegue permanecer em locais onde o fumo é proibido, quando refere ter dó de si próprio, quando manifesta pouca satisfação em relação ao trabalho e à vida. A Curva de sobrevida de Kaplan-Meier demonstrou que 49,7% desta amostra devem permanecer em abstinência por um ano, índice maior do que reporta a literatura revisada. Propõe-se a realização de estudo randomizado, com uma população maior, para validar os indicadores propostos e a efetividade comparativa do programa.Tobaccoism has been considered as a World Public Health problem according to the World Health Organization. More than 10 million deaths in the world caused by problems related to tobacco is the prevision for 2020. Therefore, it is important to improve ways of treatment for smokers who would like to quit smoking and search for help for not being able to do so by themselves. The purpose of this present proposal was to check whether the effectiveness of a treatment based on Cognitive-Behavior Therapy associated with medication was better than the literature reported to abstinence/relapse. The effectiveness criterion was the self- mentioned smoking cessation by the participants in 6 months of the treatment. 61 smokers aged 18-60 years both male and female were evaluated. These smokers were divided into three groups: patients who did not give up smoking (group 1), the abstinence smokers (group 2) and the relapse ones (group 3). The results showed that by the end of 6 months of treatment 78,7% of this population had become abstainers. At first, as an average they smoked for 24,6 years, 22,6 cigarettes a day; 62,3% was on contemplation stage according to Prochaska. The most frequent mentioned causes for the relapse were stress (61,9%) and anxiety (19%). Fagerström general average was 4,18 (low tolerance) so that group 1 showed a lower degree of tolerance of the sample. 77,4% of the smokers mentioned to be happy with the treatment due to the psychological support and group interaction as main reasons. The General Health Index of the sample is compatible with general population and the Beck Depression Inventory (BDI) showed higher levels of depression in groups 1 and 3. Indicators of higher relapse risk were suggested: the participant smoking time (higher), how many cigarettes a day (lower), having always smoked the same quantity of cigarettes a day, living with another smokers, low nicotine in the cigarette in relation to the medium and high ones, absence of previous attempts to stop smoking, low frequency of participation in the meetings for treatment, using the cigarette as a stimulant, smoking when the smoker is excited, when he can\'t help remaining where smoking is forbidden, when the smoker mention to be sorry for himself, when the smoker presents no pleasure in relation to work and life. The Kaplan-Meier survival curve showed that 49,7% of this sample must continue in abstinence for one year, a higher index than the reported revised literature. It is suggested to perform randomized studies, with a bigger population, to validate the appointed indicators and the comparative effectiveness of the program.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPQuayle, Julieta Maria de Barros ReisIsmael, Silvia Maria Cury2007-04-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-21062007-113413/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:51Zoai:teses.usp.br:tde-21062007-113413Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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