Estudo de títulos protetores para o vírus de hepatite B após esquema vacinal de três doses e \"booster\" em crianças com HIV

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Filgueira, Fabiana Ariston
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-24112008-103206/
Resumo: INTRODUÇÃO: A hepatite B é uma enfermidade para a qual não existe tratamento curativo efetivo e que pode determinar graves conseqüências, como o desenvolvimento de cirrose e carcinoma hepático. Segundo dados da OMS, mais de dois bilhões de pessoas estão infectadas pelo vírus da hepatite B e esta doença é responsável por 500.000 a um milhão de óbitos por ano, em todo o mundo. Em pacientes com infecção pelo HIV, é freqüente a co-infecção pelo vírus da hepatite B, pelo fato de serem vírus que compartilham modos semelhantes de transmissão. Em vista dessa problemática, a adequada imunização dos pacientes infectados pelo vírus HIV é fundamental para a prevenção da hepatite B. A recomendação atual do Ministério da Saúde para vacinação de crianças HIV-positivas é a realização do esquema de quatro doses (zero, um, seis e doze meses), com dose dupla. OBJETIVOS: Estudar a resposta sorológica ao booster com vacina da hepatite B em crianças HIV-positivas, previamente vacinadas com três doses duplas que não apresentaram títulos protetores. Estudar a associação dos níveis de CD4 e carga viral no momento do booster. Estudar a associação do intervalo de tempo entre a primovacinação e a primeira avaliação sorológica com a presença de títulos protetores, bem como a associação do intervalo de tempo entre a terceira dose vacinal e o booster com a presença de títulos protetores. METODOLOGIA: O presente trabalho é um estudo prospectivo descritivo de uma coorte de 70 crianças com HIV do total de 187 matriculadas em seguimento no ambulatório de Infectologia do Instituto da Criança (HCFMUSP), no período de agosto de 2005 a novembro de 2006. Em um primeiro momento, realizou-se a dosagem sorológica do anti-HBs dos pacientes que preencheram os critérios de inclusão. Em um segundo momento, nos pacientes que não apresentaram títulos de anti-HBs maiores que 10 mUI/mL, aplicou-se a dose booster da vacina (20 g). Realizou-se dosagem sorológica nos pacientes que receberam a dose booster, no período de um a três meses depois. RESULTADOS: Observou-se que a maioria dos pacientes (50 = 71,4%) não apresentava títulos de anti-HBs >10 mUI/mL no momento da primeira avaliação laboratorial. A média do intervalo de tempo entre a terceira dose da vacina e a dosagem sorológica nos pacientes que apresentaram títulos protetores foi de 53,8 meses, enquanto que a média de tempo no grupo que não apresentou títulos protetores foi de 74,0 meses (p = 0,007). A freqüência de títulos não protetores após dose booster foi de 68%, enquanto apenas 32% apresentaram sorologia protetora após booster. Os dados deste estudo não mostraram associação estatisticamente significante entre níveis de CD4 e carga viral com resposta à dose booster. CONCLUSÕES: O estudo do intervalo de tempo entre a última dose da primovacinação e a feitura da sorologia sugere haver uma tendência à queda de títulos protetores (anti-HBs) ao longo do tempo. Após a dose dupla do booster, ainda se manteve uma predominância de não-resposta sorológica ou resposta com títulos não protetores à vacina da hepatite B nas crianças com HIV, neste estudo.
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Em vista dessa problemática, a adequada imunização dos pacientes infectados pelo vírus HIV é fundamental para a prevenção da hepatite B. A recomendação atual do Ministério da Saúde para vacinação de crianças HIV-positivas é a realização do esquema de quatro doses (zero, um, seis e doze meses), com dose dupla. OBJETIVOS: Estudar a resposta sorológica ao booster com vacina da hepatite B em crianças HIV-positivas, previamente vacinadas com três doses duplas que não apresentaram títulos protetores. Estudar a associação dos níveis de CD4 e carga viral no momento do booster. Estudar a associação do intervalo de tempo entre a primovacinação e a primeira avaliação sorológica com a presença de títulos protetores, bem como a associação do intervalo de tempo entre a terceira dose vacinal e o booster com a presença de títulos protetores. METODOLOGIA: O presente trabalho é um estudo prospectivo descritivo de uma coorte de 70 crianças com HIV do total de 187 matriculadas em seguimento no ambulatório de Infectologia do Instituto da Criança (HCFMUSP), no período de agosto de 2005 a novembro de 2006. Em um primeiro momento, realizou-se a dosagem sorológica do anti-HBs dos pacientes que preencheram os critérios de inclusão. Em um segundo momento, nos pacientes que não apresentaram títulos de anti-HBs maiores que 10 mUI/mL, aplicou-se a dose booster da vacina (20 g). Realizou-se dosagem sorológica nos pacientes que receberam a dose booster, no período de um a três meses depois. RESULTADOS: Observou-se que a maioria dos pacientes (50 = 71,4%) não apresentava títulos de anti-HBs >10 mUI/mL no momento da primeira avaliação laboratorial. A média do intervalo de tempo entre a terceira dose da vacina e a dosagem sorológica nos pacientes que apresentaram títulos protetores foi de 53,8 meses, enquanto que a média de tempo no grupo que não apresentou títulos protetores foi de 74,0 meses (p = 0,007). A freqüência de títulos não protetores após dose booster foi de 68%, enquanto apenas 32% apresentaram sorologia protetora após booster. Os dados deste estudo não mostraram associação estatisticamente significante entre níveis de CD4 e carga viral com resposta à dose booster. CONCLUSÕES: O estudo do intervalo de tempo entre a última dose da primovacinação e a feitura da sorologia sugere haver uma tendência à queda de títulos protetores (anti-HBs) ao longo do tempo. Após a dose dupla do booster, ainda se manteve uma predominância de não-resposta sorológica ou resposta com títulos não protetores à vacina da hepatite B nas crianças com HIV, neste estudo.INTRODUCTION: Hepatitis B is a disease for which there is no effective healing treatment and which can bring about such severe consequences as cirrhosis and hepatocellular carcinoma . According to the World Health Organization (WHO), more than two billion people are currently infected with the hepatitis B virus and the disease is responsible for half a million to one million deaths a year worldwide. Coinfection with hepatitis B virus is common in HIV-infected patients, since both viruses share similar transmission means. Within this context, adequate immunization of HIV-infected people is crucial for hepatitis B prevention. The current recommendation from the Ministry of Health in Brazil for HIV-positive children vaccination is the four-dose schedule (0, 1,6 and 12months) with a double dose. OBJECTIVES: Study the serologic response to a booster dose with the hepatitis B vaccine in HIV-infected children who had been previously vaccinated with three double doses but did not present protective titles. Study the relationship of CD4 levels and the viral load with protective titles at the time of the booster. Study the relationship between the time gap from the first vaccination to the first serologic evaluation and the presence of protective titles, as well as the relationship between the time gap from the third vaccine dose to the booster and the presence of protective titles. METHODOLOGY: The present research consists of a prospective descriptive study of a sample of 70 HIV-infected children out of a total of 187 children enrolled in a follow-up program at the Infectology sector of the Instituto da Criança (Childrens Institute HCFMUSP) from August 2005 through November 2006. First of all, the patients who met the admission criteria had their anti-HBs serologic titles tested. Then the ones whose anti-HBs serologic titles were lower than 10 mUI/mL received a vaccine booster (20 g). Those patients who received the booster had their serologic titles tested again between one and three months after that. RESULTS: It was found that most patients (50=71.4%) did not present anti-HBs serologic titles > 10 mUI/mL at the moment of the first laboratory evaluation. The average time gap between the third dose of the vaccine and the serologic testing of the patients who presented protective titles was of 53.8 months, while the average time in the group who lacked protective titles was of 74 months (p=0.007). The rate of no protective titles after the booster dose in those patients was 68%; on the other hand, only 32% presented protective serology after the booster. The studys data did not show a statistically significant relationship between CD4 levels and viral load with the response to the booster dose. CONCLUSIONS: The study of the time gap between the last dose of the first vaccination and the serology testing suggests that the protective titles (anti-HBs) tend to decrease with time. The serologic lack of response or the nonprotective titles response to hepatitis B vaccine prevailed in the study sample of HIV-infected children even after they received the booster double dose.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBaldacci, Evandro RobertoFilgueira, Fabiana Ariston2008-09-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-24112008-103206/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-24112008-103206Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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