Distribuição dos pseudoescorpiões cavernícolas brasileiros: há influência da litologia?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-09072014-154142/ |
Resumo: | A ordem Pseudoscorpiones possui 3.800 espécies ao redor do globo e contribuem com grande parte da diversidade dentre os Arachnida. Apresentam tamanho reduzido, hábitos criptobióticos e podem ocorrer em diversos hábitats, inclusive em cavernas, as quais ocorrem nas mais diferentes litologias, como calcário, arenito, quartzito, gnaisse, minério de ferro, entre outras. Essas litologias encontram-se espalhadas pelo território nacional nas mais diversas áreas cársticas. Nas cavernas, os pseudoescorpiões são encontrados em diferentes tipos de substratos, os quais podem ser orgânicos (guano, folhiço, troncos) ou inorgânicos (rocha, substrato inconsolidado). No Brasil há 167 espécies descritas em 14 famílias, das quais nove podem ser encontradas no meio hipógeo, com 28 espécies. Desta maneira, levantamos as seguintes questões: 1. Há influência da litologia na distribuição deste táxon no Brasil? 2. Há preferência destes por substratos específicos no habitat hipógeo? 3. Há famílias que são restritas a áreas específicas do país? Para responder essas questões, realizamos um levantamento da fauna pseudoescorpiônica nas cavernas brasileiras e mapeamos a distribuição destes, utilizando dados presentes na literatura e novos levantamentos realizados em diferentes áreas do país. Categorizamos os substratos, as áreas cársticas e as litologias e realizamos análises de correspondência, seguidas de testes de significância. Confeccionamos mapas de distribuição das famílias encontradas nas cavernas, ampliamos o número de famílias que podem ser encontradas em cavernas no país, a distribuição de espécies já conhecidas e registramos espécies novas. Registramos 61 morfotipos em 13 famílias, elevando o número de famílias presente em cavernas brasileiras. Dentre estas, registramos o primeiro pseudoescorpião da família Pseudochiridiidae para o continente sul americano e as famílias Atemnidae, Cheliferidae e Geogarypidae foram registradas pela primeira vez em cavernas do Brasil. Alteramos o status ecológico evolutivo das espécies do gênero Spelaeochernes e da espécie Spelaeobochica allodentatus para a troglóbios. Quanto às questões levantadas, verificamos que a litologia, assim como as diferentes áreas cársticas influenciam na distribuição desta fauna, e que há famílias que ocorrem em áreas específicas do país e não há preferência por substratos específicos dos pseudoescorpiões nas cavernas. Verificamos a importância e singularidade desta fauna para o ambiente cavernícola e concluímos que a consideração desta é fundamental para subsidiar tomadores de decisões no âmbito da conservação no Brasil. |
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Distribuição dos pseudoescorpiões cavernícolas brasileiros: há influência da litologia?Distribution of Brazilian cave-dwelling pseudoscorpions: is there influence of lithology?áreas cársticasconservaçãoconservationkarstic áreasPseudoscorpionesPseudoscorpionessubstratesubstratostroglóbio.troglobite.A ordem Pseudoscorpiones possui 3.800 espécies ao redor do globo e contribuem com grande parte da diversidade dentre os Arachnida. Apresentam tamanho reduzido, hábitos criptobióticos e podem ocorrer em diversos hábitats, inclusive em cavernas, as quais ocorrem nas mais diferentes litologias, como calcário, arenito, quartzito, gnaisse, minério de ferro, entre outras. Essas litologias encontram-se espalhadas pelo território nacional nas mais diversas áreas cársticas. Nas cavernas, os pseudoescorpiões são encontrados em diferentes tipos de substratos, os quais podem ser orgânicos (guano, folhiço, troncos) ou inorgânicos (rocha, substrato inconsolidado). No Brasil há 167 espécies descritas em 14 famílias, das quais nove podem ser encontradas no meio hipógeo, com 28 espécies. Desta maneira, levantamos as seguintes questões: 1. Há influência da litologia na distribuição deste táxon no Brasil? 2. Há preferência destes por substratos específicos no habitat hipógeo? 3. Há famílias que são restritas a áreas específicas do país? Para responder essas questões, realizamos um levantamento da fauna pseudoescorpiônica nas cavernas brasileiras e mapeamos a distribuição destes, utilizando dados presentes na literatura e novos levantamentos realizados em diferentes áreas do país. Categorizamos os substratos, as áreas cársticas e as litologias e realizamos análises de correspondência, seguidas de testes de significância. Confeccionamos mapas de distribuição das famílias encontradas nas cavernas, ampliamos o número de famílias que podem ser encontradas em cavernas no país, a distribuição de espécies já conhecidas e registramos espécies novas. Registramos 61 morfotipos em 13 famílias, elevando o número de famílias presente em cavernas brasileiras. Dentre estas, registramos o primeiro pseudoescorpião da família Pseudochiridiidae para o continente sul americano e as famílias Atemnidae, Cheliferidae e Geogarypidae foram registradas pela primeira vez em cavernas do Brasil. Alteramos o status ecológico evolutivo das espécies do gênero Spelaeochernes e da espécie Spelaeobochica allodentatus para a troglóbios. Quanto às questões levantadas, verificamos que a litologia, assim como as diferentes áreas cársticas influenciam na distribuição desta fauna, e que há famílias que ocorrem em áreas específicas do país e não há preferência por substratos específicos dos pseudoescorpiões nas cavernas. Verificamos a importância e singularidade desta fauna para o ambiente cavernícola e concluímos que a consideração desta é fundamental para subsidiar tomadores de decisões no âmbito da conservação no Brasil.The order Pseudoscorpiones has 3,800 species around the world and contributes for a great part of the diversity among the Arachnida. They present small size, cryptobiotic habits and can occur in many habitats, including caves, which occur in many different lithologies such as limestone, sandstone, quartzite, gneiss, and iron ore, among others. These lithologies are spread throughout the country in many karst areas. In the caves, the pseudoscorpions are found in different types of substrates, which may be organic (guano, leaf litter, logs) or inorganic (rock, unconsolidated substrate). In Brazil, there are 167 described species in 14 families, nine of which can be found in caves, with 28 species. Thus, we raise the following questions: 1. is there influence of lithology on the distribution of this taxon in Brazil? 2. Is there preference for specific substrates in hypogean habitat? 3. Are there families that are restricted to specific areas of the country? To answer these questions, we conducted a survey of pseudoscorpion fauna in Brazilian caves and mapped the distribution of these, using data from the literature and new samples in different areas of the country. We categorized the substrates, the karst areas and lithologies and perform correspondence analysis, followed by tests of significance. We made maps of distribution of families found in the caves, we expanded the number of families that can be found in caves in the country, increased the distribution of species already known and recorded new species. We recorded 61 morphotypes in 13 families, increasing the number of families present in Brazilian caves. Among these, we also recorded the first pseudoscorpion of Pseudochiridiidae family to South American continent, and the families Atemnidae, Cheliferidae and Geogarypidae were registered for the first time in the caves of Brazil. We changed the eco-evolutionary status of the genus Spelaeochernes and the specie Spelaeobochica allodentatus for troglobitic. Related to the questions raised, we found that the lithology as well as the different karst areas influence on the distribution of this fauna and that there are families that occur on specific areas of the country and there is no preference for specific substrates of pseudoscorpions in caves. We verified the importance and singularity of this fauna to the cave environment and concluded that it is essential to consider it to support decisions makers in the conservation context in BrazilBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBichuette, Maria ElinaSchimonsky, Diego Monteiro Von2014-05-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-09072014-154142/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-11-07T05:00:04Zoai:teses.usp.br:tde-09072014-154142Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-11-07T05:00:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A ordem Pseudoscorpiones possui 3.800 espécies ao redor do globo e contribuem com grande parte da diversidade dentre os Arachnida. Apresentam tamanho reduzido, hábitos criptobióticos e podem ocorrer em diversos hábitats, inclusive em cavernas, as quais ocorrem nas mais diferentes litologias, como calcário, arenito, quartzito, gnaisse, minério de ferro, entre outras. Essas litologias encontram-se espalhadas pelo território nacional nas mais diversas áreas cársticas. Nas cavernas, os pseudoescorpiões são encontrados em diferentes tipos de substratos, os quais podem ser orgânicos (guano, folhiço, troncos) ou inorgânicos (rocha, substrato inconsolidado). No Brasil há 167 espécies descritas em 14 famílias, das quais nove podem ser encontradas no meio hipógeo, com 28 espécies. Desta maneira, levantamos as seguintes questões: 1. Há influência da litologia na distribuição deste táxon no Brasil? 2. Há preferência destes por substratos específicos no habitat hipógeo? 3. Há famílias que são restritas a áreas específicas do país? Para responder essas questões, realizamos um levantamento da fauna pseudoescorpiônica nas cavernas brasileiras e mapeamos a distribuição destes, utilizando dados presentes na literatura e novos levantamentos realizados em diferentes áreas do país. Categorizamos os substratos, as áreas cársticas e as litologias e realizamos análises de correspondência, seguidas de testes de significância. Confeccionamos mapas de distribuição das famílias encontradas nas cavernas, ampliamos o número de famílias que podem ser encontradas em cavernas no país, a distribuição de espécies já conhecidas e registramos espécies novas. Registramos 61 morfotipos em 13 famílias, elevando o número de famílias presente em cavernas brasileiras. Dentre estas, registramos o primeiro pseudoescorpião da família Pseudochiridiidae para o continente sul americano e as famílias Atemnidae, Cheliferidae e Geogarypidae foram registradas pela primeira vez em cavernas do Brasil. Alteramos o status ecológico evolutivo das espécies do gênero Spelaeochernes e da espécie Spelaeobochica allodentatus para a troglóbios. Quanto às questões levantadas, verificamos que a litologia, assim como as diferentes áreas cársticas influenciam na distribuição desta fauna, e que há famílias que ocorrem em áreas específicas do país e não há preferência por substratos específicos dos pseudoescorpiões nas cavernas. Verificamos a importância e singularidade desta fauna para o ambiente cavernícola e concluímos que a consideração desta é fundamental para subsidiar tomadores de decisões no âmbito da conservação no Brasil. |
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