Representações sociais sob a ótica de adolescentes e funcionários das violências sofridas e praticadas em um serviço de convivência e fortalecimento de vínculos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-06062019-160239/ |
Resumo: | O presente estudo objetivou conhecer e analisar as representações sociais na perspectiva sócio antropológica de Bourdieu, das violências vivenciadas por adolescentes e funcionários no contexto da Assistência Social e sobre a atuação dos profissionais da instituição diante dos casos de violência entre os adolescentes. Foi realizado um estudo qualitativo estratégico, no qual se recorreu a uma aproximação com o marco teórico das representações sociais através do olhar da antropologia e da sociologia, para compreender a dinâmica da violência presente no Serviço de Proteção Social Básica, sob a ótica dos adolescentes e dos funcionários. O campo de estudo foi a cidade de Ribeirão Preto, especificamente a zona oeste da cidade, em um Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Os participantes da pesquisa foram oito adolescentes, ambos os sexos, na faixa etária de dez a quatorze anos de idade, que se encontravam com seus direitos violados, em situação de risco biopsicossocial. E também quatro funcionárias: três educadoras sociais e uma assistente social que trabalhavam no local e lidavam diretamente com esse público. A construção dos dados se deu por meio de observação livre e entrevistas semiestruturadas. A análise foi realizada através da interpretação de sentidos a luz das representações sociais. Foram utilizados conceitos da teoria de Bourdieu e colaboradores tais como: habitus, capital social, capital cultural, capital econômico. As seguintes categorias empíricas emergiram dos discursos dos participantes: \"Fazer coisa ruim\", e \"A Política da Assistência Social não é um serviço universal, é para quem dele precisar\". Os adolescentes responderam na entrevista que não sofrem violência intrafamiliar. Disseram ainda que não sofrem ou praticam violência no SCFV, e a maioria deles relatou que não sofrem violência entre pares em outros espaços. Através do sentido compreendido no discurso dos adolescentes, concluímos que eles demonstraram negação da realidade vivida. Há um esforço grande da parte deles em tornar invisível uma situação que é concreta, complexa e muito próxima da sociedade, por vezes banalizada, que é a violência sofrida e praticada. As representações sociais das funcionárias a respeito do serviço do equipamento social foi evidenciada por meio de ações, atitudes, raciocínios, conjuntamente dispostos que representaram o despreparo para lidarem com a dinâmica da violência em seu ambiente de trabalho. A representação social possui exterioridade e interioridade, é uma estrutura que produz novas estruturas, o que remete ao habitus. Os conceitos de violência e a prevenção da violência entre pares na adolescência precisam ser ampliados para além da prevenção do ato violento em si. A abordagem do problema, no nível da prevenção, requer a incorporação de um novo paradigma da Proteção Social Básica na Política de Assistência Social. É necessário que as políticas públicas se cumpram efetivamente para prevenirem situações de risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Por essa razão, afirmamos que a Política da Proteção Social Básica possui uma dimensão inovadora, pois supera a histórica atenção voltada a situações críticas, mas precisa ser concretizada na prática, seguida da articulação com outras instituições da rede de atendimento |
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Representações sociais sob a ótica de adolescentes e funcionários das violências sofridas e praticadas em um serviço de convivência e fortalecimento de vínculosSocial representations from the perspective of adolescents and employees of suffered and practiced violence in a Living and Strengthening of Bonds ServiceAdolescenceAdolescênciaPolíticas da Assistência SocialSocial Assistance PoliciesViolenceViolênciaO presente estudo objetivou conhecer e analisar as representações sociais na perspectiva sócio antropológica de Bourdieu, das violências vivenciadas por adolescentes e funcionários no contexto da Assistência Social e sobre a atuação dos profissionais da instituição diante dos casos de violência entre os adolescentes. Foi realizado um estudo qualitativo estratégico, no qual se recorreu a uma aproximação com o marco teórico das representações sociais através do olhar da antropologia e da sociologia, para compreender a dinâmica da violência presente no Serviço de Proteção Social Básica, sob a ótica dos adolescentes e dos funcionários. O campo de estudo foi a cidade de Ribeirão Preto, especificamente a zona oeste da cidade, em um Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Os participantes da pesquisa foram oito adolescentes, ambos os sexos, na faixa etária de dez a quatorze anos de idade, que se encontravam com seus direitos violados, em situação de risco biopsicossocial. E também quatro funcionárias: três educadoras sociais e uma assistente social que trabalhavam no local e lidavam diretamente com esse público. A construção dos dados se deu por meio de observação livre e entrevistas semiestruturadas. A análise foi realizada através da interpretação de sentidos a luz das representações sociais. Foram utilizados conceitos da teoria de Bourdieu e colaboradores tais como: habitus, capital social, capital cultural, capital econômico. As seguintes categorias empíricas emergiram dos discursos dos participantes: \"Fazer coisa ruim\", e \"A Política da Assistência Social não é um serviço universal, é para quem dele precisar\". Os adolescentes responderam na entrevista que não sofrem violência intrafamiliar. Disseram ainda que não sofrem ou praticam violência no SCFV, e a maioria deles relatou que não sofrem violência entre pares em outros espaços. Através do sentido compreendido no discurso dos adolescentes, concluímos que eles demonstraram negação da realidade vivida. Há um esforço grande da parte deles em tornar invisível uma situação que é concreta, complexa e muito próxima da sociedade, por vezes banalizada, que é a violência sofrida e praticada. As representações sociais das funcionárias a respeito do serviço do equipamento social foi evidenciada por meio de ações, atitudes, raciocínios, conjuntamente dispostos que representaram o despreparo para lidarem com a dinâmica da violência em seu ambiente de trabalho. A representação social possui exterioridade e interioridade, é uma estrutura que produz novas estruturas, o que remete ao habitus. Os conceitos de violência e a prevenção da violência entre pares na adolescência precisam ser ampliados para além da prevenção do ato violento em si. A abordagem do problema, no nível da prevenção, requer a incorporação de um novo paradigma da Proteção Social Básica na Política de Assistência Social. É necessário que as políticas públicas se cumpram efetivamente para prevenirem situações de risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Por essa razão, afirmamos que a Política da Proteção Social Básica possui uma dimensão inovadora, pois supera a histórica atenção voltada a situações críticas, mas precisa ser concretizada na prática, seguida da articulação com outras instituições da rede de atendimentoThe present study aimed to know and to analyze the social representations on Bordieu\'s social anthropology perspective, of the violence experienced by adolescents and employees in the context of a Social Care Center and about this institution\'s professional acting when faced with violence cases between the adolescents. A qualitative and strategic study was performed, in which was made an approximation with the theoretical landmark of the social representations through anthropology and sociology\'s view, to understand the dynamic of the violence present on the Social Basic Protective Service, under the adolescents and employees\' optic. The field of study was the city of Ribeirão Preto, specifically the West zone of the town, in a Living and Strengthening of Bonds Service. This research\'s participants were eight adolescents, of both sexes, with ages between ten and fourteen years old, that had their rights violated, in a bio psychosocial risk situation. Also four employees: three social educators and a social worker that worked there and handled this public directly. The construction of data was made by a free observation way and semi-structured interviews. The analysis was realized by senses interpretation on the light of social representations. The concepts utilized were from Bourdieu and associates\' theory such as: habitus, social capital, cultural capital, economical capital. The following categories emerged from the participants\' speeches: \"To do a bad thing\", and \"Social Assistance Policies is not a universal service, it is for whom may need\". The adolescents answered on the interview that they did not suffer within the family violence. They do suffer neither between pairs nor in other spaces violence. Through the meaning apprehended in the adolescents\' speech, we concluded that they show a denial of the reality in which they live. There is a great effort of their part to make it invisible a situation that is already concrete, complex and very close of the society, at times trivialized, that is the suffered and practiced violence. The social representations of the employees on what concerns the social equipment service, was highlighted through actions, attitudes and reasoning jointly placed that represent their unpreparedness to handle the violence dynamic in their work place. The social representation has exterior and interior, it is a structure that produces new structures, which points to habitus. The violence concept and the violence prevention between pairs on adolescence needs to be amplified to beyond the violent act prevention itself. The problem approach, on the prevention level, requires the incorporation of a Social Basic Protective Service new paradigm. It is necessary that the new public policies comply it selves effectively to prevent social risk situations through the development of potentialities and acquisitions and from the strengthening of community and family bonds. For this reason, we state that the Social Basic Protection policy possess an inventive dimension, because it overcomes the historic attention destined to critical situations, but needs to be actually materialized, followed by the articulation with other institutes of the network serviceBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Maria das Graças Bomfim deScatena, Liliana2016-01-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-06062019-160239/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-06-10T16:04:28Zoai:teses.usp.br:tde-06062019-160239Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-06-10T16:04:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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