Técnicas de conservação pós-colheita para cenoura roxa recém-introduzida no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-27032019-113111/ |
Resumo: | O cultivo da cenoura (Daucus carota L.) se dá em diversas regiões do mundo, com produção anual ultrapassando 35 milhões de toneladas. Cenouras roxas foram recentemente introduzidas no Brasil e tem disponibilidade restrita, devido ao plantio ainda em fase de expansão. Dessa forma, essa hortaliça é novidade tanto para consumidores quanto para produtores. As práticas pós-colheita ainda são pouco estudadas e requerem mais conhecimento para viabilizar o armazenamento e ter um produto com qualidade físico-química e nutricional. Assim, o objetivo do presente trabalho foi estudar diferentes tecnologias pós-colheita para cenoura roxa recém-introduzidas no Brasil. Primeiramente, foram estudadas diferentes condições de armazenamento e suas implicações na qualidade de cenouras roxas. Os resultados mostraram que as perdas estão diretamente relacionadas ao aumento da temperatura de armazenamento, ou seja, quanto maior a temperatura, maiores são as perdas qualitativas e quantitativas. A condição ambiente (25°C e 70% UR) proporciona aumentos dos processos metabólicos, provocando maiores perdas, na aparência e nos compostos bioativos presentes. Cenouras mantidas a 2°C apresentaram vida útil de 60 dias e mantiveram a qualidade físico-química e nutricional, com menores perdas dos compostos fenólicos e polifenóis e aumento de antocianinas, flavonóis e da capacidade antioxidante, sendo essa a temperatura mais indicada para o armazenamento de cenouras roxas. Após definida a temperatura de armazenamento, cenouras foram armazenadas em diferentes atmosferas modificadas geradas por diferentes embalagens de forma a identificar a que resulte em manutenção da qualidade de cenouras roxa no armazenamento. O uso de atmosfera modificada em cenouras roxas inibiu perdas por murchamento e resultou em maior manutenção da aparência e dos aspectos bioquímicos, além de prolongar a vida útil. Em cenouras não embaladas foi verificado alto índice de murchamento e de perda de massa, com durabilidade de apenas 15 dias, e menores concentrações de compostos bioativos. Concentrações de O2 entre 11% e 12% e de CO2 a 0,5% são indicadas para o armazenamento prolongado de cenouras roxas em embalagens de atmosfera modificada. Em seguida, foi avaliado o uso de diferentes concentrações de revestimentos a base de quitosana e cera de carnaúba, na conservação de cenouras roxas. O uso de recobrimentos comestíveis em cenoura roxa se mostrou eficiente como técnica pós-colheita para preservação da qualidade comercial. Recobrimento a base de quitosana a 3%, aliada a alta umidade relativa e a baixa temperatura durante o armazenamento, é mais eficiente na manutenção da qualidade de cenouras roxas e proporciona aumento da vida útil em 15 dias, em relação ao controle. Os resultados evidenciam a importância de conhecer a fisiologia pós-colheita e de aplicar as boas práticas, principalmente aquelas vinculadas à redução do metabolismo vegetal, como as tecnologias estudadas. Tais resultados poderão ser prontamente aplicados pelos produtores, a fim de prolongar a vida útil dessa hortaliça recém-chegada ao mercado brasileiro. |
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Técnicas de conservação pós-colheita para cenoura roxa recém-introduzida no BrasilPostharvest conservation techniques for purple carrot newly introduced in BrazilDaucus carota L.Daucus carota L.Atmosfera modificadaBioactive compoundsCompostos bioativosEdible coatingModified atmosphere packagingRecobrimentos comestíveisRefrigeraçãoRefrigerationO cultivo da cenoura (Daucus carota L.) se dá em diversas regiões do mundo, com produção anual ultrapassando 35 milhões de toneladas. Cenouras roxas foram recentemente introduzidas no Brasil e tem disponibilidade restrita, devido ao plantio ainda em fase de expansão. Dessa forma, essa hortaliça é novidade tanto para consumidores quanto para produtores. As práticas pós-colheita ainda são pouco estudadas e requerem mais conhecimento para viabilizar o armazenamento e ter um produto com qualidade físico-química e nutricional. Assim, o objetivo do presente trabalho foi estudar diferentes tecnologias pós-colheita para cenoura roxa recém-introduzidas no Brasil. Primeiramente, foram estudadas diferentes condições de armazenamento e suas implicações na qualidade de cenouras roxas. Os resultados mostraram que as perdas estão diretamente relacionadas ao aumento da temperatura de armazenamento, ou seja, quanto maior a temperatura, maiores são as perdas qualitativas e quantitativas. A condição ambiente (25°C e 70% UR) proporciona aumentos dos processos metabólicos, provocando maiores perdas, na aparência e nos compostos bioativos presentes. Cenouras mantidas a 2°C apresentaram vida útil de 60 dias e mantiveram a qualidade físico-química e nutricional, com menores perdas dos compostos fenólicos e polifenóis e aumento de antocianinas, flavonóis e da capacidade antioxidante, sendo essa a temperatura mais indicada para o armazenamento de cenouras roxas. Após definida a temperatura de armazenamento, cenouras foram armazenadas em diferentes atmosferas modificadas geradas por diferentes embalagens de forma a identificar a que resulte em manutenção da qualidade de cenouras roxa no armazenamento. O uso de atmosfera modificada em cenouras roxas inibiu perdas por murchamento e resultou em maior manutenção da aparência e dos aspectos bioquímicos, além de prolongar a vida útil. Em cenouras não embaladas foi verificado alto índice de murchamento e de perda de massa, com durabilidade de apenas 15 dias, e menores concentrações de compostos bioativos. Concentrações de O2 entre 11% e 12% e de CO2 a 0,5% são indicadas para o armazenamento prolongado de cenouras roxas em embalagens de atmosfera modificada. Em seguida, foi avaliado o uso de diferentes concentrações de revestimentos a base de quitosana e cera de carnaúba, na conservação de cenouras roxas. O uso de recobrimentos comestíveis em cenoura roxa se mostrou eficiente como técnica pós-colheita para preservação da qualidade comercial. Recobrimento a base de quitosana a 3%, aliada a alta umidade relativa e a baixa temperatura durante o armazenamento, é mais eficiente na manutenção da qualidade de cenouras roxas e proporciona aumento da vida útil em 15 dias, em relação ao controle. Os resultados evidenciam a importância de conhecer a fisiologia pós-colheita e de aplicar as boas práticas, principalmente aquelas vinculadas à redução do metabolismo vegetal, como as tecnologias estudadas. Tais resultados poderão ser prontamente aplicados pelos produtores, a fim de prolongar a vida útil dessa hortaliça recém-chegada ao mercado brasileiro.The cultivation of carrots (Daucus carota L.) occurs in several regions of the world, with annual production exceeding 35 million tons. Purple carrots have recently been introduced in Brazil and have restricted availability due to planting still in expansion. Thus, this vegetable is new for consumers and producers. Postharvest practices are still poorly studied and require more knowledge to enable storage and have a product with physical-chemical and nutritional quality. In this way, the objective of the present work was to study different postharvest technologies for carrot newly introduced in Brazil. First, different storage conditions and their implications on the quality of purple carrots were investigated. The data showed that the losses are directly related to the increase of the storage temperature, that is, the higher temperature induce greater qualitative and quantitative losses. Ambient conditions (25°C and 70% RH) provide increases in metabolic processes, causing greater losses in appearance and bioactive compounds present. Carrots storage at 2°C, besides having a longer shelf life (60 days), maintained the physical-chemical and nutritional quality, with lower losses of phenolic compounds and polyphenols and increase of anthocyanins, flavonols and antioxidant capacity. That way, this is the best temperature for storage of purple carrots. With the storage temperature defined, it was aimed to study different modified atmospheres packaging (MAP) and to identify the one that results in greater maintenance of quality of purple carrots in storage. The MAP in purple carrots inhibited wilting losses and resulted in greater maintenance of appearance and biochemical aspects, as well as prolonged shelf life. In unpackaged carrots, a high wilting index and a loss of fresh weight were observed, with a durability of only 15 days, and lower concentrations of bioactive compounds. Concentrations of O2 between 11% and 12% and CO2 at 0.5% are indicated for the prolonged storage of purple carrots in MAP. Then, the use of different concentrations of chitosan and carnauba wax coatings in the conservation of purple carrots was evaluated. The use of edible coatings in purple carrots is a efficient postharvest technique for the preservation of commercial quality. The coating of 3% chitosan, combined with high relative humidity and low temperature during storage, is more efficient to maintain the quality of purple carrots and increases shelf life by 15 days compared to uncoating carrots. The results showed the importance of knowing postharvest physiology and applying good practices, especially those related to the reduction of plant metabolism, such as the technologies studied. The results could be readily applied by the producers, for extending the shelf life of the newly introduced vegetable to the Brazilian market.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKluge, Ricardo AlfredoSpoto, Marta Helena FilletBerno, Natalia Dallocca2018-11-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-27032019-113111/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-04-01T16:00:00Zoai:teses.usp.br:tde-27032019-113111Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-04-01T16:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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