Evolução petrográfica e mineralógica das associações alcalina e aluminosa dos granitos tipo-A da Graciosa, PR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gualda, Guilherme Augusto Rosa
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-02102015-111623/
Resumo: O estudo geológico de campo, integrado com a caracterização petrográfica de fácies e o tratamento de imagens de satélite e de dados aerogamaespetrométricos levou à compartimentação do denominado \"Maciço Graciosa\" em três unidades independentes: Maciço Capivari, Maciço Órgãos e Maciço Farinha Seca que, juntamente com os Maciços Marumbi e Anhangava são aqui denominados Granitos da Graciosa. Em geral, estes maciços têm formas elípticas com orientação NE-SW e áreas entre 34 e 100 Km². Quatro associações petrográficas foram reconhecidas. A associação alcalina I é caracterizada por álcali-feldspato sienitos do Maciço Anhangava e ocorrências isoladas de álcali-feldspato granitos do Maciço Farinha Seca, que mostram paragêneses máficas variáveis com o aumento nos teores de quartzo. Nas variedades mais máficas ocorrem anfibólio cálcico +clinopiroxênio ±olivina (+allanita +titanita +ilmenita +zircão +apatita), enquanto anfibólio cálcico-sódico (+chevkinita-perrierita) ou sódico é o máfico essencial dos termos intermediários em diante. Biotita e anfibólio sódico se formam nos estágios pós-magmáticos, substituindo anfibólio cálcico-sódico. Álcali-feldspato granitos com anfibólio - Maciços Farinha Seca e Órgãos - compõem a associação alcalina II, que contrasta com a anterior por apresentar intervalos restritos de variação modal, porém espectro composicional dos anfibólios semelhante. Biotita granitos (s.s.) com anfibólio (+titanita +allanita +magnetita +ilmenita) dos Maciços Capivari, Órgãos, Anhangava e Marumbi caracterizam a associação aluminosa. De maneira geral, as variedades mais ricas em feldspato alcalino são as mais pobres em quartzo. As rochas monzodioríticas têm afinidade potássica e são caracterizadas pela paragênese biotita +anfibólio cálcico +clinopiroxênio augítico +magnetita +ilmenita. Aparecem como ocorrências discretas isoladas, com algumas evidências de relações locais de hibridismo com magmas graníticos. De maneira geral, os minerais máficos presentes em todas as associações são ricos em Fe e pobres em Mg e Al. Os anfibólios são importantes indicadores da evolução química dos magmas, particularmente nas associações alcalinas, em que mostram extenso espectro composicional desde anfibólios cálcicos até sódicos. Na associação alcalina I, os anfibólios cristalizam em condições progressivamente mais oxidantes e alcalinas; na associação alcalina II, as condições iniciais são algo mais oxidantes e tendem a redutoras nos estágios finais; já na associação aluminosa, os anfibólios são cálcicos e se destacam pela homogeneidade; os anfibólios magnesianos das rochas monzodioríticas são muito distintos dos anteriores, assim como os clinopiroxênios. O plagioclásio da associação aluminosa varia de oligoclásio a albita cálcica, enquanto o dos monzodioritos varia de labradorita a oligoclásio. Os maiores teores de Or nos feldspatos alcalinos são observados nas rochas subsolvus (\'Or IND. 65-97\'), sendo menores nas hipersolvus (\'Or IND. 35-65\'). As pressões de cristalização foram estimadas em 2\'±0,6 Kbar para as rochas monzodioríticas (Al-em-hornblenda). As temperaturas liquidus e solidus dos magmas graníticos foram de 800-900°C e 700-750°C, respectivamente, tanto para as associações alcalinas (\'T IND. Zr\' e temperatura mínima de estabilidade de feldspatos ternários a \'P IND. H2O\' = 2 Kbar) como para a aluminosa (\'T IND. Ap\' e hornblenda-plagioclásio). Para as rochas monzodioríticas, os melhores valores são 1000°C (\'T IND. Ap\') e 750°C (hornblenda-plagioclásio). A comparação dos Granitos da Graciosa com províncias análogas sugere envolvimento de fontes mantélicas na geração da associação alcalina I; porém, a ligação com magmas primários básico-intermediários portadores de plagioclásio é incerta. As características da associação aluminosa parecem mais compatíveis com fontes da crosta inferior. As rochas monzodioríticas constituem provavelmente uma linhagem magmática discreta, não vinculada diretamente com os magmas graníticos e sieníticos.
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spelling Evolução petrográfica e mineralógica das associações alcalina e aluminosa dos granitos tipo-A da Graciosa, PRNot available.MineralogiaNot available.PetrografiaPetrologia ígneaO estudo geológico de campo, integrado com a caracterização petrográfica de fácies e o tratamento de imagens de satélite e de dados aerogamaespetrométricos levou à compartimentação do denominado \"Maciço Graciosa\" em três unidades independentes: Maciço Capivari, Maciço Órgãos e Maciço Farinha Seca que, juntamente com os Maciços Marumbi e Anhangava são aqui denominados Granitos da Graciosa. Em geral, estes maciços têm formas elípticas com orientação NE-SW e áreas entre 34 e 100 Km². Quatro associações petrográficas foram reconhecidas. A associação alcalina I é caracterizada por álcali-feldspato sienitos do Maciço Anhangava e ocorrências isoladas de álcali-feldspato granitos do Maciço Farinha Seca, que mostram paragêneses máficas variáveis com o aumento nos teores de quartzo. Nas variedades mais máficas ocorrem anfibólio cálcico +clinopiroxênio ±olivina (+allanita +titanita +ilmenita +zircão +apatita), enquanto anfibólio cálcico-sódico (+chevkinita-perrierita) ou sódico é o máfico essencial dos termos intermediários em diante. Biotita e anfibólio sódico se formam nos estágios pós-magmáticos, substituindo anfibólio cálcico-sódico. Álcali-feldspato granitos com anfibólio - Maciços Farinha Seca e Órgãos - compõem a associação alcalina II, que contrasta com a anterior por apresentar intervalos restritos de variação modal, porém espectro composicional dos anfibólios semelhante. Biotita granitos (s.s.) com anfibólio (+titanita +allanita +magnetita +ilmenita) dos Maciços Capivari, Órgãos, Anhangava e Marumbi caracterizam a associação aluminosa. De maneira geral, as variedades mais ricas em feldspato alcalino são as mais pobres em quartzo. As rochas monzodioríticas têm afinidade potássica e são caracterizadas pela paragênese biotita +anfibólio cálcico +clinopiroxênio augítico +magnetita +ilmenita. Aparecem como ocorrências discretas isoladas, com algumas evidências de relações locais de hibridismo com magmas graníticos. De maneira geral, os minerais máficos presentes em todas as associações são ricos em Fe e pobres em Mg e Al. Os anfibólios são importantes indicadores da evolução química dos magmas, particularmente nas associações alcalinas, em que mostram extenso espectro composicional desde anfibólios cálcicos até sódicos. Na associação alcalina I, os anfibólios cristalizam em condições progressivamente mais oxidantes e alcalinas; na associação alcalina II, as condições iniciais são algo mais oxidantes e tendem a redutoras nos estágios finais; já na associação aluminosa, os anfibólios são cálcicos e se destacam pela homogeneidade; os anfibólios magnesianos das rochas monzodioríticas são muito distintos dos anteriores, assim como os clinopiroxênios. O plagioclásio da associação aluminosa varia de oligoclásio a albita cálcica, enquanto o dos monzodioritos varia de labradorita a oligoclásio. Os maiores teores de Or nos feldspatos alcalinos são observados nas rochas subsolvus (\'Or IND. 65-97\'), sendo menores nas hipersolvus (\'Or IND. 35-65\'). As pressões de cristalização foram estimadas em 2\'±0,6 Kbar para as rochas monzodioríticas (Al-em-hornblenda). As temperaturas liquidus e solidus dos magmas graníticos foram de 800-900°C e 700-750°C, respectivamente, tanto para as associações alcalinas (\'T IND. 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As rochas monzodioríticas constituem provavelmente uma linhagem magmática discreta, não vinculada diretamente com os magmas graníticos e sieníticos.Geological fieldwork, integrated with petrographic characterization and the interpretation of satellite images and airbone gamma-ray spectrometric maps led to the division of the so called \"Graciosa Massif\" in five independent units: the Capivari Massif, the Órgãos Massif and the Farinha Seca Massif, which, together with the Marumbi and Anhagava Massifs are here designated Graciosa Granites. On general grounds, these massifs appear at surface as ellipses oriented along NE-SW direction with 34 to 100 km² in area. Four distinct petrographic associations were recognized. The alkaline I association is characterized by alkali-feldspar syenites of the Anhagava Massif and isolated occurrences of alkali-feldspar granites of the Farinha Seca Massif, which show mafic paragenesis variable according to the increase in quartz contents. In the more mafic varieties, calcic amphibole +clinopyroxene ±olivine (+allanite +titanite +ilmenite +zircon +apatite) occur, while calcic-sodic or sodic amphibole is the essential mafic phase in the intermediate (bearing chevkinite-perrierite) and the more felsic varieties. Biotite and sodic amphibole form in the post-magmatic stages, substituting calcic-sodic amphibole. Amphibole-bearing alkali-feldspar granites - Farinha Seca and Órgãos Massifs - compose the alkaline // association, which contrasts with the preceding one by presenting a more restricted interval of modal variation, although the compositional range of the amphiboles is similar. Biotite granites (s.s.) bearing amphibole (+titanite +allanite +magnetite +ilmenite) of the Capivari, Órgãos, Anhangava and Marumbi Massifs characterize the aluminous association. In general, the varieties richer in alkali-feldspar also have the lowest quartz contents. The monzodioritic rocks have potassic affinity and are characterized by the paragenesis biotite +calcic amphibole +augitic clinopyroxene +magnetite +ilmenite. They appear as discrete isolated occurrences showing evidence of local mingling with granitic magmas. The mafic minerals present in all associations are, on general, Fe-rich, with correspondingly low Mg and Al contents. The amphiboles are important indicators of the chemical evolution of the magmas, particularly in the case of the alkaline associations, in which they present a large range of compositions, from calcic to sodic. In the alkaline / association, the amphiboles crystallize in progressively more oxidant and alkaline conditions: in the alkaline // association, the initial conditions are somewhat more oxidizing and shift to reducing in the final stages: in the aluminous association, on the other hand, the amphiboles are calcic and comparatively homogeneous, while the Mg-rich amphiboles of the monzodioritic rocks are contrasted, as well as their clinopyroxenes. Plagioclase from the aluminous association varies from oligoclase to calcic albite, while in the monzodiorites it varies from labradorite to oligoclase. Higher contents of Or in the alkali-feldspars are observed in the subsolvus rocks (\'Or IND. 65-97\'), when compared to the hypersolvus ones (\'Or IND. 35-65\'). The crystallization pressures were estimated in 2±0,6 kbar for the monzodioritic rocks (Al-in-hornblende). The liquidus and solidus temperatures of the granitic magmas were 800-900°C and 700-750°C, respectively, both for the alkaline (\'T IND. Zr\' and minimum temperature of stability of ternary feldspars at \'P IND. H2O\' = 2 kbar) and aluminous associations (\'T IND. Ap\' and hornblende-plagioclase). For the monzodioritic rocks, the best values are 1000°C (\'T IND. Ap\') and 750°C (hornblende-plagioclase). The comparison of the Graciosa Granites with analogous provinces suggests the involvement of mantle sources in the genesis of the alkaline / association; however, the connection with plagioclase-bearing basic-intermediate primary magmas is uncertain. The characteristics of the aluminous association seem compatible with sources of the lower crust. The monzodioritic rocks are probably a distinct magmatic series, not directly related to the granitic and syenitic magmas.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVlach, Silvio Roberto FariasGualda, Guilherme Augusto Rosa2001-08-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-02102015-111623/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-02102015-111623Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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