Do sonho à desconstrução: a nação em Mayombe e Predadores, de Pepetela
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-29102012-101702/ |
Resumo: | A formação deste trabalho tem como horizonte a comparação entre as obras Mayombe e Predadores do autor angolano Pepetela, principalmente no tocante a perspectiva nacional que está impressa em cada texto, todavia de maneiras diversas. A possibilidade de ler as obras de maneira muito próxima aos fenômenos históricos angolanos é aquilo que faz com que se projete sob os olhos a questão nacional que é tão cara à série literária angolana, principalmente caso se tenha em mente a formação do jovem país e a necessidade de construir a identidade. As obras em questão registram, em momentos diversos, esta construção e as nuances ideológicas no processo nacional, cada qual em uma época e quando olhadas uma em relação a outra, consegue-se depreender mais, primordialmente aquilo que está no âmbito ideológico da desconstrução e da perda de paradigmas, sejam eles políticos ou culturais. É o efeito da pós-modernidade que obriga a sociedade em questão a descobrir-se sem chão e sem certeza de nada, uma vez que não mais se pode falar de estado colonial, mas sim pós-colonial e, como tal, terra aberta a possibilidades, sejam elas propositivas ou niilistas com relação à formação nacional. Dessa maneira, para depreender mais que obviedades da relação dessas obras, deve-se ter em mente que as formações híbridas desse espaço obrigam o desapego teórico, caminhando na direção da colaboração entre as disciplinas de modo a captar significativamente algo deste contato. Assim, interrogar-se sobre as obras Mayombe e Predadores tanto no que toca nos pontos de contato quanto nos de repulsão é mais que exercício teórico, é questionar-se quanto à legitimidade do processo nacional que está subentendido nas duas obras. Pepetela, como uma espécie de demiurgo, registra aquilo que está fora do lugar, destoando a análise, e que aos poucos, apresenta como um acre sabor na boca de quem lê, aquilo em que se transformou o sonho de libertação angolana, justamente o antípoda do processo que se apossa e faz com que o capitalismo mais selvagem possível arrebate o sonho comunista de princípio, e que não mais é possível crer num Estado aos moldes do Ocidente do século XIX, mas simplesmente os frangalhos do mesmo. Entretanto, não se pode ler o contexto acima verificado de modo apenas negativo, uma vez que dele pode se verificar obras literárias complexas que não só dão conta da fotografia histórica, mas também de todo um trabalho de linguagem e de sentido que, para ser de fato apreciado, demanda o trabalho técnico hermenêutico de avanço e retrocesso, do micro ao macro, para que se produza algum conhecimento satisfatório a respeito das obras. |
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Do sonho à desconstrução: a nação em Mayombe e Predadores, de PepetelaFrom the dream to the desconstruction: the nation in Mayombe and Predators of PepetelaAfrican portuguese-speaking literatureCrítica literáriaEstudos pós-coloniaisFicção (gênero)Fiction (genre)Identidade nacionalLiterary criticismLiteraturas africanas de língua portuguesaNational identityPepetelaPepetelaPost-colonial studiesA formação deste trabalho tem como horizonte a comparação entre as obras Mayombe e Predadores do autor angolano Pepetela, principalmente no tocante a perspectiva nacional que está impressa em cada texto, todavia de maneiras diversas. A possibilidade de ler as obras de maneira muito próxima aos fenômenos históricos angolanos é aquilo que faz com que se projete sob os olhos a questão nacional que é tão cara à série literária angolana, principalmente caso se tenha em mente a formação do jovem país e a necessidade de construir a identidade. As obras em questão registram, em momentos diversos, esta construção e as nuances ideológicas no processo nacional, cada qual em uma época e quando olhadas uma em relação a outra, consegue-se depreender mais, primordialmente aquilo que está no âmbito ideológico da desconstrução e da perda de paradigmas, sejam eles políticos ou culturais. É o efeito da pós-modernidade que obriga a sociedade em questão a descobrir-se sem chão e sem certeza de nada, uma vez que não mais se pode falar de estado colonial, mas sim pós-colonial e, como tal, terra aberta a possibilidades, sejam elas propositivas ou niilistas com relação à formação nacional. Dessa maneira, para depreender mais que obviedades da relação dessas obras, deve-se ter em mente que as formações híbridas desse espaço obrigam o desapego teórico, caminhando na direção da colaboração entre as disciplinas de modo a captar significativamente algo deste contato. Assim, interrogar-se sobre as obras Mayombe e Predadores tanto no que toca nos pontos de contato quanto nos de repulsão é mais que exercício teórico, é questionar-se quanto à legitimidade do processo nacional que está subentendido nas duas obras. Pepetela, como uma espécie de demiurgo, registra aquilo que está fora do lugar, destoando a análise, e que aos poucos, apresenta como um acre sabor na boca de quem lê, aquilo em que se transformou o sonho de libertação angolana, justamente o antípoda do processo que se apossa e faz com que o capitalismo mais selvagem possível arrebate o sonho comunista de princípio, e que não mais é possível crer num Estado aos moldes do Ocidente do século XIX, mas simplesmente os frangalhos do mesmo. Entretanto, não se pode ler o contexto acima verificado de modo apenas negativo, uma vez que dele pode se verificar obras literárias complexas que não só dão conta da fotografia histórica, mas também de todo um trabalho de linguagem e de sentido que, para ser de fato apreciado, demanda o trabalho técnico hermenêutico de avanço e retrocesso, do micro ao macro, para que se produza algum conhecimento satisfatório a respeito das obras.The formation of the horizon of this work is the comparison between the literary works of the author of Predadores and Mayombe, the Angolan writer Pepetela, specially at the perspective of Nation that is founded on each text, but in differently ways. The ability to read the works in very closely way to the Angolan historical phenomena is what makes this project closed to the national question, which is so relevant to the Angolan literary series, especially if you have in mind the formation of this young country and the need to build its own identity. The narratives in question express in different times this ideological construction and the variations in the national process, each one at the time, and when they are viewed one relation to another, it can be inferred more, primarily in what this ideological deconstruction and loss of paradigms whether political or cultural. It is the effect of post-modernity which requires the concerned company to find themselves without the ground and not sure of anything, since one can no longer speak of the colonial state, but post-colonial land and as such are open to possibilities they purposeful or nihilistic related to the nationally formation. Therefore, to remove more than superficialities of the relationship of these narratives we should keep in mind that the hybrid formations of this area require the detachment theory, moving toward the collaboration between disciplines in order to capture something significantly of the Contact. So ask yourself about the books Mayombe and Predators both in terms as the contact points as the points of repulsion is more than a theoretical exercise, question itself about the legitimacy of the national process that implied in the two works, makes Pepetela a kind of demiurge, whose records what is out of right place, diverging the analysis, and gradually presents as an acrid taste in the mouth of the reader, what it became the dream of Angola freedom, in the antithesis of the process which takes places and makes the most savage capitalism that destroyed the communist dream of beginning, and that is no longer possible to believe in a state along the lines of the West of the nineteenth century, but simply whats left of it. However, you cannot read the background above only for the negative way, because it can verify the complex literary works that not only realize in the historic photograph but also the work of language and meaning that to be truly appreciated by the reader it demands technical and hermeneutical work, from microspical to the macroscopical, to its bring a satisfactory knowledge about the works.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLugarinho, Mário CésarOliveira Filho, Jose Antonio Pires de2012-08-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-29102012-101702/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:32Zoai:teses.usp.br:tde-29102012-101702Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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