Análise clínica e citológica do efeito do gel de própolis no tratamento da estomatite protética em pessoas idosas: ensaio clínico randomizado controlado simples cego
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23150/tde-13042013-101953/ |
Resumo: | A Estomatite Protética (EP) é um processo inflamatório crônico da mucosa bucal associada à utilização de prótese total (PT). A prevalência da EP no Brasil corresponde a 58% dos usuários de PT, sendo mais acentuada no gênero feminino. A etiologia pode estar associada ao fumo, doenças sistêmicas, defesa imune, alergia ao monômero residual da prótese, trauma, hipossalivação, falta de higiene bucal e/ou da prótese, infecção por bactérias e fungos, especialmente Candida sp. Dessa forma, o tratamento da EP implica na higienização, remoção e adequação de adaptação das próteses, bem como, na utilização de medicação antifúngica tópica ou sistêmica. Apesar da disponibilidade de uma variedade de antifúngicos para o tratamento da EP, nota-se a crescente resistência dos fungos às drogas disponíveis. O uso do gel de própolis é de grande relevância, uma vez que a própolis possui várias atividades biológicas, a saber: antiinflamatória, antibacteriana, antifúngica e imunomoduladora. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do gel de própolis comparativamente a suspensão de nistatina no tratamento da EP, por meio de análise clínica e citológica. O estudo consistiu em um ensaio clínico randomizado controlado simples cego. Os pacientes responderam a questionários, para avaliar a função cognitiva e os dados demográficos, incluindo queixas, fumo, idade da prótese, hábitos de uso e de higiene para com a prótese; as mucosas foram diagnosticadas quanto ao tipo de EP e submetidas a exames de citologia esfoliativa da mucosa do palato e da superfície interna da PT, nos dias 0, 5, 7 e 14. Os pacientes receberam, aleatoriamente, suspensão de nistatina 100.000 UI e gel de própolis, de acordo com o sorteio. Trinta pessoas idosas com EP, atendidas no Programa Envelhecer Sorrindo do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, com idade média (± DP) de 75±6,7, na sua maioria mulheres (86,7%) cumpriram o protocolo do estudo. A idade média das PT maxilares foi dez anos. Vinte e cinco (83,3%) pacientes não removeram suas próteses durante o dia e tinham o hábito de dormir com as mesmas. Quanto aos hábitos de higiene para com a prótese, 86,7% dos pacientes limpavam suas próteses com escova e pasta de dente, enquanto 60% não imergiam a prótese em solução química. A frequência de higiene da prótese era de duas a três vezes ao dia. Clinicamente, a nistatina demonstrou melhor efeito clínico que o gel de própolis nos quatro momentos de análise. A citologia esfoliativa demonstrou que a nistatina diminuiu a quantidade de fungo na superfície interna da PT maxilar (p<0,001), enquanto o gel de própolis diminuiu a quantidade de bactérias na mucosa palatina (p=0,001) e na superfície interna da PT maxilar (p<0,001) nos quatro momentos do estudo. Foi possível notar que a nistatina reduziu significativamente a quantidade de fungos do esfregaço da mucosa palatina e da superfície interna da PT maxilar quando comparada ao gel de própolis. Diante dos resultados encontrados foi possível concluir que, para esta amostra, o gel de própolis não apresentou eficácia clínica e citológica no tratamento da EP. |
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Análise clínica e citológica do efeito do gel de própolis no tratamento da estomatite protética em pessoas idosas: ensaio clínico randomizado controlado simples cegoAnalysis of clinical and cytological effects of propolis gel for the treatment of denture stomatitis in the elderly: a randomized clinical trial controlled single blindClinical trialDenture stomatitisEnsaio clínicoEstomatite protéticaFull dentureGeriatric DentistryOdontogeriatriaPropolisPrópolisPrótese totalA Estomatite Protética (EP) é um processo inflamatório crônico da mucosa bucal associada à utilização de prótese total (PT). A prevalência da EP no Brasil corresponde a 58% dos usuários de PT, sendo mais acentuada no gênero feminino. A etiologia pode estar associada ao fumo, doenças sistêmicas, defesa imune, alergia ao monômero residual da prótese, trauma, hipossalivação, falta de higiene bucal e/ou da prótese, infecção por bactérias e fungos, especialmente Candida sp. Dessa forma, o tratamento da EP implica na higienização, remoção e adequação de adaptação das próteses, bem como, na utilização de medicação antifúngica tópica ou sistêmica. Apesar da disponibilidade de uma variedade de antifúngicos para o tratamento da EP, nota-se a crescente resistência dos fungos às drogas disponíveis. O uso do gel de própolis é de grande relevância, uma vez que a própolis possui várias atividades biológicas, a saber: antiinflamatória, antibacteriana, antifúngica e imunomoduladora. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do gel de própolis comparativamente a suspensão de nistatina no tratamento da EP, por meio de análise clínica e citológica. O estudo consistiu em um ensaio clínico randomizado controlado simples cego. Os pacientes responderam a questionários, para avaliar a função cognitiva e os dados demográficos, incluindo queixas, fumo, idade da prótese, hábitos de uso e de higiene para com a prótese; as mucosas foram diagnosticadas quanto ao tipo de EP e submetidas a exames de citologia esfoliativa da mucosa do palato e da superfície interna da PT, nos dias 0, 5, 7 e 14. Os pacientes receberam, aleatoriamente, suspensão de nistatina 100.000 UI e gel de própolis, de acordo com o sorteio. Trinta pessoas idosas com EP, atendidas no Programa Envelhecer Sorrindo do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, com idade média (± DP) de 75±6,7, na sua maioria mulheres (86,7%) cumpriram o protocolo do estudo. A idade média das PT maxilares foi dez anos. Vinte e cinco (83,3%) pacientes não removeram suas próteses durante o dia e tinham o hábito de dormir com as mesmas. Quanto aos hábitos de higiene para com a prótese, 86,7% dos pacientes limpavam suas próteses com escova e pasta de dente, enquanto 60% não imergiam a prótese em solução química. A frequência de higiene da prótese era de duas a três vezes ao dia. Clinicamente, a nistatina demonstrou melhor efeito clínico que o gel de própolis nos quatro momentos de análise. A citologia esfoliativa demonstrou que a nistatina diminuiu a quantidade de fungo na superfície interna da PT maxilar (p<0,001), enquanto o gel de própolis diminuiu a quantidade de bactérias na mucosa palatina (p=0,001) e na superfície interna da PT maxilar (p<0,001) nos quatro momentos do estudo. Foi possível notar que a nistatina reduziu significativamente a quantidade de fungos do esfregaço da mucosa palatina e da superfície interna da PT maxilar quando comparada ao gel de própolis. Diante dos resultados encontrados foi possível concluir que, para esta amostra, o gel de própolis não apresentou eficácia clínica e citológica no tratamento da EP.Denture Stomatitis (DS) is a chronic inflammatory process of the oral mucosa, associated with the use of full denture (FD). The incidence of DS corresponds to 58% of FD users, more noticeable in the female gender. The etiology may be related to smoking, systemic diseases, immune defense, residual monomer allergy, trauma, hypo salivation, poor oral hygiene and/or prosthesis infection by bacteria and fungi, especially Candida sp. As a result, treatment of DS implies the cleaning, removal and correction of the prosthesis, as well as the use of topical or systemic antifungal medication. Regardless the convenience of a great assortment of antifungal agents for the treatment of DS, there is an increasing resistance to the existing fungal drugs. The use of propolis gel is of great implication, since propolis has multiple biological activities: anti-inflammatory, antibacterial, antifungal and immunomodulatory. The aim of this study was to evaluate the efficiency of the propolis gel in comparison to the nystatin suspension when treating the DS through clinical and cytological analysis. The study consisted of a randomized controlled single-blind. Patients completed questionnaires to assess cognitive function and demographic data, including complaints, smoking, age of denture, usage habits and hygiene within the prosthesis; were diagnosed as the type of DS and submitted to exfoliative cytology mucosa of the palate and the inner surface of FD on days 0, 5, 7 and 14. Patients randomly received nystatin suspension 100.000 IU and propolis gel according to the draw. Thirty elderly with FD were treated at Envelhecer Sorrindo Program at Prosthodontics of Department, Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, with an average age (±SD) of 75±6.7, mostly women (86.7%) according to the study protocol. The average age of FD jaw was ten years. Twenty-five (83.3%) patients had their prosthesis on during the whole day and would even sleep with them. Regarding the hygiene habits related to of the prosthesis, 86.7% cleaned their dentures with toothbrush and toothpaste while 60% did not immerse their prosthesis in any chemical solution. The frequency of prosthesis hygiene was two to three times per day. Clinically nystatin showed better clinical effect than the propolis gel in the four stages. The cytology demonstrated that nystatin decreases the amount of fungus on the inner surface of the FD jaw (p<0.001), while propolis gel decreased the amount of bacteria over the palatine mucosa (p=0.001) as well as the at inner surface of the FD jaw (p<0.001) in the four stages of the study. The nystatin significantly reduced the amount of fungus and smear palatine mucosa from the inner surface of the FD jaw when compared to the propolis gel. It was possible to conclude that the propolis gel showed no clinical and cytological effectiveness in treating DS according to this sample.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCampos, Tomie Toyota deLeitão, Natasha da Silva2012-11-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23150/tde-13042013-101953/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:36Zoai:teses.usp.br:tde-13042013-101953Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Estomatite Protética (EP) é um processo inflamatório crônico da mucosa bucal associada à utilização de prótese total (PT). A prevalência da EP no Brasil corresponde a 58% dos usuários de PT, sendo mais acentuada no gênero feminino. A etiologia pode estar associada ao fumo, doenças sistêmicas, defesa imune, alergia ao monômero residual da prótese, trauma, hipossalivação, falta de higiene bucal e/ou da prótese, infecção por bactérias e fungos, especialmente Candida sp. Dessa forma, o tratamento da EP implica na higienização, remoção e adequação de adaptação das próteses, bem como, na utilização de medicação antifúngica tópica ou sistêmica. Apesar da disponibilidade de uma variedade de antifúngicos para o tratamento da EP, nota-se a crescente resistência dos fungos às drogas disponíveis. O uso do gel de própolis é de grande relevância, uma vez que a própolis possui várias atividades biológicas, a saber: antiinflamatória, antibacteriana, antifúngica e imunomoduladora. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do gel de própolis comparativamente a suspensão de nistatina no tratamento da EP, por meio de análise clínica e citológica. O estudo consistiu em um ensaio clínico randomizado controlado simples cego. Os pacientes responderam a questionários, para avaliar a função cognitiva e os dados demográficos, incluindo queixas, fumo, idade da prótese, hábitos de uso e de higiene para com a prótese; as mucosas foram diagnosticadas quanto ao tipo de EP e submetidas a exames de citologia esfoliativa da mucosa do palato e da superfície interna da PT, nos dias 0, 5, 7 e 14. Os pacientes receberam, aleatoriamente, suspensão de nistatina 100.000 UI e gel de própolis, de acordo com o sorteio. Trinta pessoas idosas com EP, atendidas no Programa Envelhecer Sorrindo do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, com idade média (± DP) de 75±6,7, na sua maioria mulheres (86,7%) cumpriram o protocolo do estudo. A idade média das PT maxilares foi dez anos. Vinte e cinco (83,3%) pacientes não removeram suas próteses durante o dia e tinham o hábito de dormir com as mesmas. Quanto aos hábitos de higiene para com a prótese, 86,7% dos pacientes limpavam suas próteses com escova e pasta de dente, enquanto 60% não imergiam a prótese em solução química. A frequência de higiene da prótese era de duas a três vezes ao dia. Clinicamente, a nistatina demonstrou melhor efeito clínico que o gel de própolis nos quatro momentos de análise. A citologia esfoliativa demonstrou que a nistatina diminuiu a quantidade de fungo na superfície interna da PT maxilar (p<0,001), enquanto o gel de própolis diminuiu a quantidade de bactérias na mucosa palatina (p=0,001) e na superfície interna da PT maxilar (p<0,001) nos quatro momentos do estudo. Foi possível notar que a nistatina reduziu significativamente a quantidade de fungos do esfregaço da mucosa palatina e da superfície interna da PT maxilar quando comparada ao gel de própolis. Diante dos resultados encontrados foi possível concluir que, para esta amostra, o gel de própolis não apresentou eficácia clínica e citológica no tratamento da EP. |
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