Estudo sobre a efetividade da técnica de biofeedback em grupo de doentes com migrânea crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Perissinotti, Dirce Maria Navas
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-25042011-102745/
Resumo: O biofeedback (BFD) é uma estratégia terapêutica em que ocorre aprendizagem por associação de sensações com o propósito de controlá-las levando a melhor enfrentamento fornecendo novas respostas e permitindo novos padrões, mesmo que se mantenha a ativação dos estímulos originais disfuncionais. Em migranosos ocorreria inibição da expressão da angústia relacionada ao nível fisiológico, devido a persistência de estados induzidos de estresse. Pesquisas de enfrentamento da migrânea incluem tratamento por condicionamento operante, biofeeback e outras técnicas como tratamento psicodinâmico. Tais tratamentos apontam para a redução do reforçamento do comportamento doloroso e melhora de comportamentos adaptativos para o enfrentamento das dificuldades. Objetivo geral: verificar a efetividade da técnica do biofeeback térmico como tratamento auxiliar em migranosos, através do Multidimensional Pain Inventory (MPI), antes e depois da intervenção. População: 60 doentes (masculino e feminino); idade variando entre 20 e 60 anos, com duração dos sintomas superior à 6 meses; em condições de locomoção e retorno às consultas e aceite do termo de Consentimento Pós-Informado CAPPesq. Instrumentos e Procedimento: Entrevista psicológica semi-dirigida para doentes com dor, através de protocolo próprio (Perissinotti, 2001); PRIME-MD + Qp; ABIPEME; Multidimensional Pain Inventory - MPI; ProComp + BioGraph 2.1. Duas amostras randomizadas foram separadas: grupo experimental (30 doentes) e grupo comparativo (30 doentes). O procedimento foi composto por triagem e direcionamento para grupo experimental, treinamento por BFD, 10 sessões que objetivaram o treino de dimensão de sensibilização discriminativa; e para o grupo comparativo adotado tratamento médico preventivo com medicação profilática padrão, para crise de migrânea. Resultados: O BFD alterou o comportamento da amostra experimental estudada, ocorrendo melhora geral da adaptabilidade, quando dos cálculos pela análise paramétrica. Quando da análise pelo teste qui-quadrado para variáveis qualitativas, houve resultados significantes para a amostra experimental, quanto aos sinais e sintomas psicopatológicos, qualidade das queixas e qualidade da saúde auto-referida. Houve diminuição da escala de intensidade de dor com BFD de 5,0 (83,3%) no pré-tratamento, e para 3,15 (52,5%) no pós-tratamento. Mostraram-se sem anormalidades mentais 20 doentes (60%) da amostra experimental. Transtornos de ansiedade foram encontrados em 11 doentes (36,6%) e transtorno depressivo em 9 doentes (33,3%). Para 18 (60%) doentes da amostra experimental o BFD melhorou as condições psicológicas, e para 14 (46,6%) doentes a melhora estaria relacionada exclusivamente ao relacionamento interpessoal, conjugal, afetivo e psicocomportamental. Para 4 (13,3%) deles primariamente reconheceram melhora no enfrentamento das condições psicofisiológicas, além dos aspectos psicológicos associados. Conclusões: O BFD alterou o comportamento da amostra experimental, fornecendo maior adaptabilidade geral, quando da análise paramétrica. Foi possível a ruptura do círculo vicioso entre percepção, tensão, estresse e dor, também pelo relacionamento estabelecido entre psicólogo e paciente. O psicólogo, portanto operador do método que calculou aspectos psicopatógicos, psicodinâmicos, além de servir como aquele que certifica as percepções do paciente consigo mesmo e suas expressões psicofisiológicas, é o operador funcional como um todo. Futuras pesquisas devem se desenvolver para esclarecer a compreensão entre os mecanismos psicofisiológicos que induzem a diferentes interpretações em distintos sintomas e as subseqüentes respostas psicofisiológicas quanto aos aspectos psicológicos dos migranosos.
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spelling Estudo sobre a efetividade da técnica de biofeedback em grupo de doentes com migrânea crônicaStudy about the biofeedback technique effectiveness in group with chronic migrainersAvaliação de resultado de intervenções terapêuticasBiofeedback (psychology)Biorretroalimentação (Psicologia)Evaluation of results of therapeutic interventionsMigraine disordersPsicoterapiaPsychotherapyQualidade de vidaQuality of lifeTranstornos de enxaquecaO biofeedback (BFD) é uma estratégia terapêutica em que ocorre aprendizagem por associação de sensações com o propósito de controlá-las levando a melhor enfrentamento fornecendo novas respostas e permitindo novos padrões, mesmo que se mantenha a ativação dos estímulos originais disfuncionais. Em migranosos ocorreria inibição da expressão da angústia relacionada ao nível fisiológico, devido a persistência de estados induzidos de estresse. Pesquisas de enfrentamento da migrânea incluem tratamento por condicionamento operante, biofeeback e outras técnicas como tratamento psicodinâmico. Tais tratamentos apontam para a redução do reforçamento do comportamento doloroso e melhora de comportamentos adaptativos para o enfrentamento das dificuldades. Objetivo geral: verificar a efetividade da técnica do biofeeback térmico como tratamento auxiliar em migranosos, através do Multidimensional Pain Inventory (MPI), antes e depois da intervenção. População: 60 doentes (masculino e feminino); idade variando entre 20 e 60 anos, com duração dos sintomas superior à 6 meses; em condições de locomoção e retorno às consultas e aceite do termo de Consentimento Pós-Informado CAPPesq. Instrumentos e Procedimento: Entrevista psicológica semi-dirigida para doentes com dor, através de protocolo próprio (Perissinotti, 2001); PRIME-MD + Qp; ABIPEME; Multidimensional Pain Inventory - MPI; ProComp + BioGraph 2.1. Duas amostras randomizadas foram separadas: grupo experimental (30 doentes) e grupo comparativo (30 doentes). O procedimento foi composto por triagem e direcionamento para grupo experimental, treinamento por BFD, 10 sessões que objetivaram o treino de dimensão de sensibilização discriminativa; e para o grupo comparativo adotado tratamento médico preventivo com medicação profilática padrão, para crise de migrânea. Resultados: O BFD alterou o comportamento da amostra experimental estudada, ocorrendo melhora geral da adaptabilidade, quando dos cálculos pela análise paramétrica. Quando da análise pelo teste qui-quadrado para variáveis qualitativas, houve resultados significantes para a amostra experimental, quanto aos sinais e sintomas psicopatológicos, qualidade das queixas e qualidade da saúde auto-referida. Houve diminuição da escala de intensidade de dor com BFD de 5,0 (83,3%) no pré-tratamento, e para 3,15 (52,5%) no pós-tratamento. Mostraram-se sem anormalidades mentais 20 doentes (60%) da amostra experimental. Transtornos de ansiedade foram encontrados em 11 doentes (36,6%) e transtorno depressivo em 9 doentes (33,3%). Para 18 (60%) doentes da amostra experimental o BFD melhorou as condições psicológicas, e para 14 (46,6%) doentes a melhora estaria relacionada exclusivamente ao relacionamento interpessoal, conjugal, afetivo e psicocomportamental. Para 4 (13,3%) deles primariamente reconheceram melhora no enfrentamento das condições psicofisiológicas, além dos aspectos psicológicos associados. Conclusões: O BFD alterou o comportamento da amostra experimental, fornecendo maior adaptabilidade geral, quando da análise paramétrica. Foi possível a ruptura do círculo vicioso entre percepção, tensão, estresse e dor, também pelo relacionamento estabelecido entre psicólogo e paciente. O psicólogo, portanto operador do método que calculou aspectos psicopatógicos, psicodinâmicos, além de servir como aquele que certifica as percepções do paciente consigo mesmo e suas expressões psicofisiológicas, é o operador funcional como um todo. Futuras pesquisas devem se desenvolver para esclarecer a compreensão entre os mecanismos psicofisiológicos que induzem a diferentes interpretações em distintos sintomas e as subseqüentes respostas psicofisiológicas quanto aos aspectos psicológicos dos migranosos.Biofeedback (BFD) is a therapeutic strategy in which occurs the learning by the sensations association, with the purpose of controlling them leading to a behavior of better copping because provides new responses permitting new patterns, even with a new activation of dysfunctional original stimuli. In migrainers there would be the inhibition of anger expression related to the physiological level due to persistence of stressor-induced activation states. The migraine management research includes operant behavior treatment, biofeeback and other techniques as psychodynamic treatments. These treatments point out to reduce the reinforcement for pain behaviors and to improve adaptative behaviors to copping difficulties. General Objective: Verify the thermal biofeeback technique effectiveness as an auxiliary treatment in migraine patients by Multidimensional Pain Inventory (MPI), before and after intervention. Population: 60 patients (female and male): variance age between 20 and 60 years old, symptoms duration superior to 6 months, in condition to locomotion, to return to consultation and acceptance of the Post-Informed Consenting Term CAPPesq. Instruments and Procedure: Semi-directed structured psychological interviews for pain patients by Owner Protocol (Perissinotti, 2001); PRIME MD + PQ; ABIPEME; Multidimensional Pain Inventory - MPI; ProComp + BioGraph 2.1. Two random samples were separated: experimental group (30 patients) and comparative group (30 patients). The procedure was composed by triage and directionless: for experimental group, the BFD training, 10 sessions for sensitive-discriminative dimension training; for comparative group, the preventive medical treatment with standard prophylactic medication for migraine crisis. Results: The BFD has interfered in the behavior of the experimental sample studied, occurring a general better in adaptability, when calculated the parametric analysis. When the analysis by qui-square test for qualitative variables, there were significant results to the experimental sample, as to psychopathological signs and symptoms, quality of complains and quality of auto-referred health. The pain severity scale has decreased with BFD into 5.0 (83.3%) in the pre-treatment and into 3.15 (52.5%) in the post-treatment. No mental abnormalities were seen in 20 patients (60%) of the experimental sample. Anxiety disorders were found in 11 patients (36.6%) and depressions disorders in 9 patients (33.3%). For 18 (60%) patients of the experimental sample, the BFD improved the psychological conditions, and for 14 (46.6%) patients we could relate improving exclusively in interpersonal, conjugal, affective and behavior relationship. For 4 (13.3%) of them, primarily was recognized improvement in the psychophysiological conditions, further to the psychological aspects associated. Conclusions: The BFD has interfered in the behavior of the experimental sample, providing bigger general adaptability on the occasion of the parametric analysis. It was possible the break of the vicious circle among perception, tension, stress and pain, also by the relationship established between psychologist and patient. The psychologist, the method operator which has calculated the psychopathologic, psychodynamic aspects, besides of being the one who certifies the patient perceptions with himself and his psychophysiological expressions, is the functional operator of the whole. Future researches must be developed to clarify the comprehension between the psychophysiological mechanisms inducing different kinds of interpretation in distinct symptoms, and the subsequent psychophysiological responses as to psychological aspects in migrainers.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLúcia, Mara Cristina Souza dePerissinotti, Dirce Maria Navas2007-03-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-25042011-102745/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-25042011-102745Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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