Concordância em construções passivas com argumentos pré e pós verbais e incorporação do singular nu no PB
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-20062012-142305/ |
Resumo: | O presente trabalho discute a concordância nas construções passivas do PB e sua relação com a ordem. No primeiro capítulo, evidenciamos que há três padrões possíveis de concordância nessas construções: concordância plena, em que particípio e auxiliar concordam plenamente com o DP; concordância parcial, em que particípio e DP concordam apenas em gênero e a concordância de número no auxiliar é opcional; e concordância default, em que particípio e auxiliar manifestam traços masculinos singulares independente da especificação do argumento. Além disso, mostramos que, à exceção do padrão de concordância default, os demais padrões são possíveis tanto com DPs pré-verbais quanto pós-verbais. Fechamos o capítulo propondo que as diferenças observadas quanto à concordância são devidas a uma reanálise do particípio devido ao enfraquecimento da concordância de número no PB, e passou a contar apenas com traço de gênero. No segundo capítulo, desenvolvemos uma detalhada discussão quanto aos modelos formais de estabelecimento da concordância sentencial e sua adequação aos dados em discussão, levando em conta a hipótese delineada no capítulo 1 quanto à especificação de traços do particípio. Concluímos que tanto as abordagens de Agree propostas por Bokovi (2007) e Nunes (2007) quanto a abordagem de movimento proposta por Hornstein (2009) dão conta dos dados, mediante alguma adaptação. Também nesse capítulo, levantamos a hipótese de que a ordem pré- ou pós-verbal dos DPs nos padrões de concordância plena e parcial são definidos em PF, mediante apagamento de cópias. O capítulo 3 é dedicado a demonstrar que a ordem V DP no PB, apesar de restrita, é possível justamente com predicados passivos e inacusativos e corresponde, nesses casos, a uma diferença na estrutura informacional em relação à ordem DP V. Além disso, discutimos alguns aspectos formais do tratamento da focalização e como seriam derivadas as ordens DP V e V DP nos dados sob análise. No quarto capítulo, discutimos o efeito de definitude no PB, as diferentes interpretações dos sintagmas nominais (fracos e fortes) e que posições podem ocupar na estrutura, relacionando-as à expressão dos juízos tético e categórico no PB (BRITTO, 1998). Também nesse capítulo, defendemos que a concordância default está relacionada à atribuição de um Caso fraco, seguindo De Hoop (1996). Mostramos ainda que um singular nu nunca dispara concordância de gênero nos particípios. Por fim, o quinto capítulo é dedicado a um exame detalhado da sintaxe e semântica dos singulares nus, a fim de explicar os efeitos encontrados ao final do capítulo 4. Nesse capítulo, defendemos que o singular nu do PB não é um DP; nossa hipótese é que esse elemento é incorporado ao verbo quando aparece em posição de objeto, e é um tópico quando em posição de sujeito, seguindo Müller (2004). |
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Concordância em construções passivas com argumentos pré e pós verbais e incorporação do singular nu no PBAgreement in passive constructions with pre and post-verbal argument and incorporation of bare singular in BPBrazilian Portugueseconcordância verbalPortuguês brasileiroSemânticaSemanticsSintaxeSyntaxVerbverb agreementVerboO presente trabalho discute a concordância nas construções passivas do PB e sua relação com a ordem. No primeiro capítulo, evidenciamos que há três padrões possíveis de concordância nessas construções: concordância plena, em que particípio e auxiliar concordam plenamente com o DP; concordância parcial, em que particípio e DP concordam apenas em gênero e a concordância de número no auxiliar é opcional; e concordância default, em que particípio e auxiliar manifestam traços masculinos singulares independente da especificação do argumento. Além disso, mostramos que, à exceção do padrão de concordância default, os demais padrões são possíveis tanto com DPs pré-verbais quanto pós-verbais. Fechamos o capítulo propondo que as diferenças observadas quanto à concordância são devidas a uma reanálise do particípio devido ao enfraquecimento da concordância de número no PB, e passou a contar apenas com traço de gênero. No segundo capítulo, desenvolvemos uma detalhada discussão quanto aos modelos formais de estabelecimento da concordância sentencial e sua adequação aos dados em discussão, levando em conta a hipótese delineada no capítulo 1 quanto à especificação de traços do particípio. Concluímos que tanto as abordagens de Agree propostas por Bokovi (2007) e Nunes (2007) quanto a abordagem de movimento proposta por Hornstein (2009) dão conta dos dados, mediante alguma adaptação. Também nesse capítulo, levantamos a hipótese de que a ordem pré- ou pós-verbal dos DPs nos padrões de concordância plena e parcial são definidos em PF, mediante apagamento de cópias. O capítulo 3 é dedicado a demonstrar que a ordem V DP no PB, apesar de restrita, é possível justamente com predicados passivos e inacusativos e corresponde, nesses casos, a uma diferença na estrutura informacional em relação à ordem DP V. Além disso, discutimos alguns aspectos formais do tratamento da focalização e como seriam derivadas as ordens DP V e V DP nos dados sob análise. No quarto capítulo, discutimos o efeito de definitude no PB, as diferentes interpretações dos sintagmas nominais (fracos e fortes) e que posições podem ocupar na estrutura, relacionando-as à expressão dos juízos tético e categórico no PB (BRITTO, 1998). Também nesse capítulo, defendemos que a concordância default está relacionada à atribuição de um Caso fraco, seguindo De Hoop (1996). Mostramos ainda que um singular nu nunca dispara concordância de gênero nos particípios. Por fim, o quinto capítulo é dedicado a um exame detalhado da sintaxe e semântica dos singulares nus, a fim de explicar os efeitos encontrados ao final do capítulo 4. Nesse capítulo, defendemos que o singular nu do PB não é um DP; nossa hipótese é que esse elemento é incorporado ao verbo quando aparece em posição de objeto, e é um tópico quando em posição de sujeito, seguindo Müller (2004).The present work discusses agreement in passive constructions in BP and its relation to the ordering of constituents. In chapter 1, we show that there are three possible patterns of agreement in these constructions: full agreement, in which both participle and auxiliary fully agree with the DP; partial agreement, in which gender agreement between participle and DP is mandatory, but number agreement with the auxiliary is optional; and default agreement, in which both participle and auxiliary surface with default values for number and gender. We also show that except for the default pattern, the other ones are possible both with pre- and postverbal DPs. Our proposal is that participle heads have been reanalized due to the loss of number agreement in BP and now host only a gender feature. Chapter 2 is devoted to a detailed discussion of Agree-based and Move-based approaches to agreement. We discuss whether each agreement system can account for the data presented in chapter 1 in light of the proposal made. We conclude that both Nunes (2007) and Bokovi (2007) approaches to Agree can deal satisfactory with the data at hand. We also raise the hypothesis that the constituent order in passive constructions is derived postsyntactically, through copy deletion at PF. In chapter 3, we show that V DP order in BP, though very restricted, is possible with passive and unaccusative predicates. In these cases, we show that such order corresponds to a difference in information structure, hence motivating copy deletion at PF. Chapter 4 is devoted to a discussion of definiteness effects in BP and the different interpretations for nominals, as well as the positions that can be occupied by weak and strong nominals in BP, and relating such matters to the expression of thetic and categoric judgements (BRITTO, 1998). We also support the conclusion that default agreement is generated by a weak Case (DE HOOP, 1996), and show that bare singulars systematically fail to trigger gender agreement on participles. Finally, chapter 5 bears on the issue of bare nominals, their use and intepretation. We claim that bare singulars are not DPs in BP and cannot freely occupy argument positions. We claim instead that bare singulars in object position are incorporated, and that bare singular generic subjects are topics (MÜLLER, 2004).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNunes, Jairo MoraisSimioni, Leonor2011-12-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-20062012-142305/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-20062012-142305Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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