Caracterização da deglutição e fatores clínicos associados à gastrosquise e prematuridade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ansuino, Ana Carla
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-10092021-110634/
Resumo: Introdução: A gastrosquise é uma malformação congênita caracterizada por um defeito no fechamento da parede abdominal associado à exteriorização de estruturas intra-abdominais, principalmente o intestino fetal. Objetivo: Caracterizar e descrever os achados da deglutição de prematuros com gastrosquise e compará-los aos de recém-nascidos prematuros sem outras comorbidades. Métodos: A amostra foi constituída por 54 crianças, de ambos os gêneros, sendo 27 crianças com gastroesquise e 27 crianças sem a malformação. Os dados obtidos foram analisados de duas formas. Na primeira análise, os 27 participantes com gastrosquise simples foram divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de abordagem cirúrgica realizada: crianças que realizaram apenas uma abordagem cirúrgica foram agrupadas como Abordagem Primária - AP (14 crianças); e crianças que realizaram mais de uma abordagem cirúrgica foram agrupadas como Abordagem Estagiada - AE (13 crianças). Para a segunda análise, os dois grupos foram unificados em um único Grupo Pesquisa - GP (27 crianças) e comparado ao Grupo Controle - GC (27 crianças), composto por crianças nascidas pré-termo, sem gastrosquise. Resultados: Os resultados da primeira análise indicaram que houve diferença entre os grupos submetidos à abordagem primária e estagiada, em relação ao tempo total de internação. Em relação ao diagnóstico fonoaudiológico, houve diferença entre os grupos AP e AE, para as variáveis: dias de vida na data da primeira avaliação fonoaudiológica (as crianças do grupo AE eram mais velhas em aproximadamente 17 dias); a idade gestacional corrigida das crianças do grupo AE era maior; o tempo entre a avaliação fonoaudiológica e a alta hospitalar para o grupo AE foi de aproximadamente 19 dias. Os resultados da segunda análise indicaram que houve diferença entre o GP e o GC em relação às variáveis: tempo total em dias de internação (o GP permaneceu internado em quase o dobro de tempo); uso de ventilação mecânica (o GP foi majoritariamente submetido à ventilação mecânica invasiva enquanto o GC foi submetido prioritariamente à ventilação mecânica não invasiva. Em relação ao diagnóstico fonoaudiológico, houve diferença entre GP e GC para as variáveis: dias de vida na data da primeira avaliação fonoaudiológica (as crianças do GP eram mais velhas em aproximadamente 11 dias). A via de alimentação também diferenciou os grupos, enquanto o GP se diferenciou pelo uso de sonda nasogástrica e necessidade de nutrição parenteral periférica, o GC atingiu a alimentação por via oral ou mista em maior número até a alta médica. Conclusão: O estudo indicou que as habilidades e a funcionalidade da deglutição das crianças com gastrosquise é diretamente relacionada à gravidade do quadro (necessidade de mais de uma cirurgia) que exige maior tempo de internação, uso de ventilação mecânica invasiva, uso de sonda nasogástrica e necessidade de nutrição parenteral periférica. Os resultados indicaram um contínuo de agravamento para a deglutição funcional: prematuridade; prematuridade com gastrosquise primária e prematuridade com gastrosquise estagiada. Ações multidisciplinares coordenadas poderão reduzir o tempo de internação até a alta hospitalar e a morbimortalidade, já que o quadro clínico dos recém-nascidos com gastrosquise requer assistência integrada e complexa já nas primeiras horas de vida
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Na primeira análise, os 27 participantes com gastrosquise simples foram divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de abordagem cirúrgica realizada: crianças que realizaram apenas uma abordagem cirúrgica foram agrupadas como Abordagem Primária - AP (14 crianças); e crianças que realizaram mais de uma abordagem cirúrgica foram agrupadas como Abordagem Estagiada - AE (13 crianças). Para a segunda análise, os dois grupos foram unificados em um único Grupo Pesquisa - GP (27 crianças) e comparado ao Grupo Controle - GC (27 crianças), composto por crianças nascidas pré-termo, sem gastrosquise. Resultados: Os resultados da primeira análise indicaram que houve diferença entre os grupos submetidos à abordagem primária e estagiada, em relação ao tempo total de internação. Em relação ao diagnóstico fonoaudiológico, houve diferença entre os grupos AP e AE, para as variáveis: dias de vida na data da primeira avaliação fonoaudiológica (as crianças do grupo AE eram mais velhas em aproximadamente 17 dias); a idade gestacional corrigida das crianças do grupo AE era maior; o tempo entre a avaliação fonoaudiológica e a alta hospitalar para o grupo AE foi de aproximadamente 19 dias. Os resultados da segunda análise indicaram que houve diferença entre o GP e o GC em relação às variáveis: tempo total em dias de internação (o GP permaneceu internado em quase o dobro de tempo); uso de ventilação mecânica (o GP foi majoritariamente submetido à ventilação mecânica invasiva enquanto o GC foi submetido prioritariamente à ventilação mecânica não invasiva. Em relação ao diagnóstico fonoaudiológico, houve diferença entre GP e GC para as variáveis: dias de vida na data da primeira avaliação fonoaudiológica (as crianças do GP eram mais velhas em aproximadamente 11 dias). A via de alimentação também diferenciou os grupos, enquanto o GP se diferenciou pelo uso de sonda nasogástrica e necessidade de nutrição parenteral periférica, o GC atingiu a alimentação por via oral ou mista em maior número até a alta médica. Conclusão: O estudo indicou que as habilidades e a funcionalidade da deglutição das crianças com gastrosquise é diretamente relacionada à gravidade do quadro (necessidade de mais de uma cirurgia) que exige maior tempo de internação, uso de ventilação mecânica invasiva, uso de sonda nasogástrica e necessidade de nutrição parenteral periférica. Os resultados indicaram um contínuo de agravamento para a deglutição funcional: prematuridade; prematuridade com gastrosquise primária e prematuridade com gastrosquise estagiada. Ações multidisciplinares coordenadas poderão reduzir o tempo de internação até a alta hospitalar e a morbimortalidade, já que o quadro clínico dos recém-nascidos com gastrosquise requer assistência integrada e complexa já nas primeiras horas de vidaIntroduction: Gastroschisis is a congenital malformation characterized by a deficit in the abdominal wall in which the intestines protrude outside the infant\'s body. Purpose: To characterize and describe the findings related to the swallowing of premature infants with gastroschisis. Methods: The study sample consisted of 54 infants of both genders: 27 infants with gastroschisis and 27 healthy premature infants. In the first part of the study, the 27 infants with simple gastroschisis were divided in two groups considering the surgical treatment that was adopted: one single surgical procedure - Primary Closure (PC - 14 infants); more than one surgical procedure - Staged Closure (SC - 13 children). In the second part of the study both groups of infants with gastroschisis were treated as a single group (Research Group - RG, 27 infants) and their performance was compared to a Control Group (CG - 27 infants) composed by healthy premature infants. Results: The results of the first part of the study indicated a significant difference between the groups (i.e PC and SC) regarding the total time of hospital stay. Considering the oral motor diagnosis, we also observed significant differences for the following variables: days of life in the first oral motor assessment (i.e. infants in the SC group were approximately 17 days older than infants in the PC group); the corrected gestational age of infants in the SC group was higher; time between the oral motor assessment and hospital discharge was longer for the SC group (i.e. approximately 19 days longer). The results of the second part of the study indicated significant differences between the RG and the CG for the following variables: total time of hospital stay in days (i.e. the RG remained almost twice the time in hospital); use of mechanical ventilation (i.e. most of the infants in the RG were submitted to invasive mechanical ventilation whereas infants in the CG were submitted to non-invasive mechanical ventilation). Regarding the oral motor diagnosis, we also observed significant differences between the groups for the following variables: days of life in the first oral motor assessment (i.e. infants in the RG were approximately 11 days older); infants in RG also made more use of alternate feeding methods (nasogastric tube and peripheral parenteral nutrition); a higher number of infants in the CG received mixed feeding methods or oral feeding until hospital discharge. Conclusion: The present study indicated that the abilities and functionality of swallowing in infants with gastroschisis is directly related to the severity of the disease (primary or staged closure), which requires a longer time of hospital stay, use of invasive mechanical ventilation, use of nasogastric tube and peripheral parenteral nutrition. The results also indicated a continuum of severity considering the ability of achieving a functional swallow: prematurity, prematurity associated to gastroschisis requiring primary closure and prematurity associated to gastroschisis requiring staged closure. Coordinated multidisciplinary actions may reduce the time of hospital stay and the morbidity and mortality of these infants, considering that they require an integrated and high complexity care since the first hours of life.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLopes, Debora Maria BefiAnsuino, Ana Carla2020-02-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-10092021-110634/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-09-10T15:31:02Zoai:teses.usp.br:tde-10092021-110634Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-09-10T15:31:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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