Avaliação de intervenções educativas na prática e conhecimento da equipe médica e de enfermagem no uso de eletrocirurgia

• Autor(a) principal: Almeida, Cristiane Leite de
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-22102019-211321/
• topic: Centros Cirúrgicos; Electrosurgery; Eletrocirurgia; Enfermagem; Health Technology; Human Resources in Health; Nursing; Recursos Humanos em Saúde; Surgical Centers; Tecnologia em Saúde

Os gestores públicos ou privados são frequentemente pressionados para que tecnologias novas e emergentes na saúde sejam adquiridas, porém, para isso, processos de avaliação para sua incorporação, baseados em evidências científicas, tem sido cada vez mais essenciais, apesar do consenso sobre os inúmeros benefícios proporcionados. O Centro Cirúrgico representa uma unidade vital nas organizações de saúde, diferenciada no ambiente hospitalar, que concentra recursos humanos e tecnológicos altamente especializados, possibilitando uma assistência complexa e sofisticada. Porém, tal cenário demanda formação adequada dos profissionais de saúde, frente às habilidades e conhecimentos requeridos para utilização segura de tal parque tecnológico. A unidade de eletrocirurgia se constitui numa prática rotineira no período intraoperatório, requerendo conhecimento técnico-científico do equipamento e dos procedimentos, uma vez que eventos adversos relacionados a seu uso, como queimaduras, têm sido relatados. O treinamento e a capacitação dos profissionais, enquanto uma premissa na prevenção de acidentes, tem sido apontada como parte das boas práticas adotadas. Este estudo teve por objetivo avaliar o impacto de intervenções educativas no conhecimento e aplicabilidade de eletrocirurgia da equipe médicos residentes e de enfermagem. Trata-se de um quase experimento, com pré e pós-testes em um único grupo, num hospital de ensino de médio porte do interior de São Paulo. Participaram do estudo 4 médicos residentes da especialidade cirúrgica, 4 enfermeiros e 28 técnicos de enfermagem que atuavam com regularidade e frequência no centro cirúrgico. O estudo foi desenvolvido em sete etapas, com duração de 24 meses, sendo elaborado um questionário semi-estruturado para avaliação do conhecimento dos participantes em cada fase e um roteiro tipo check list para observação das práticas em sala cirúrgica, contendo indicadores relativos ao uso de eletrocirurgia. Os participantes foram expostos a duas intervenções educativas, sendo uma aula didática com disponibilização de um manual informativo e uma vídeoaula. Após cada intervenção, foram avaliados quanto a retenção do conhecimento, com intervalos de tempo programados previamente. Os resultados evidenciaram que os médicos residentes e enfermeiros apresentaram conhecimento prévio do tema em alguns tópicos específicos, não ocorrendo alteração de padrão de respostas. Entre os técnicos de enfermagem, observou-se melhora nos percentuais alcançados, com destaque para os itens checagem do equipamento e posicionamento da placa eletrodispersiva. Entretanto verificou-se que apesar do bom rendimento teórico, na prática os profissionais não apresentaram melhora da adesão de todos os indicadores. O posicionamento da placa adequado, ou seja, o mais próximo do sítio cirúrgico, porém distante o suficiente para evitar queimaduras, apresentou índices de conformidade inferiores a 50% em todas as fases do estudo. Pesquisas dessa natureza são oportunas pois proporcionam aos gestores uma possibilidade de propor projetos de melhoria continua da assistência perioperatória, que envolvam toda a equipe de profissionais, uma vez que a qualidade em saúde deve ser entendida como uma somatória de esforços conjuntos na busca por resultados eficazes, seguros e humanizados