Epidemiologia comparativa entre a helmintosporiose e a ferrugem da folha do trigo: estudos monocíclicos, policíclicos e de simulação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Torres, Gisele Abigail Montan
Data de Publicação: 1996
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20181127-160034/
Resumo: Epidemias tropicais e temperadas possuem estrutura e comportamento distintos. Apesar disso, a epidemiologia tropical foi sempre tratada como uma extensão da temperada. Doenças típicas de climas temperados têm o aumento do número de lesões como principal característica do progresso de epidemias. Já as doenças de climas tropicais apresentam o crescimento das lesões, além do aumento do número de lesões, para promover o desenvolvimento da doença. O objetivo deste trabalho foi o de comparar os patossistemas Bipolaris sorokiniana - trigo e Puccinia recôndita - trigo, utilizados como modelos de epidemia tropical e temperada, respectivamente, em uma cultura típica de clima temperado. Para ambos os patossistemas foram realizados experimentos em condições controladas de ambiente com o cultivar de trigo IAC- 24 e em condições de campo, com os cultivares de trigo IAC-24 e BR-34, nos anos de 1994 e 1995, além de estudos de simulação, através de um programa computadorizado de progresso de doenças, com e sem expansão de lesões. Foram avaliados os parâmetros monocíclicos (frequência de infecção, período de incubação ou latência e severidade) das duas doenças, em câmaras de crescimento. Num primeiro experimento, foram testadas as temperaturas de 16, 21 e 26°C. A temperatura de 26°C mostrou-se como a mais favorável para a helmintosporiose, enquanto que para a ferrugem foi a de 16°C. Sob temperatura favorável, ambas as doenças apresentaram maior frequência de infecção, menor período de incubação ou latência e maior severidade. Observou- se ainda que a severidade de ferrugem é função do número de pústulas por cm2 de folha, enquanto que a de helmintosporiose, do tamanho de suas lesões, uma vez que esta sempre apresentou menor número de lesões que a ferrugem, e maiores valores de severidade. Foi feito um segundo experimento em condições controladas de ambiente, no qual foi estudado o efeito da temperatura e do período de molhamento nos parâmetros monocíclicos da helmintosporiose. Houve efeito significativo tanto do aumento da temperatura, quanto do aumento da umidade, sobre a frequência de infecção, o período de incubação e a severidade. Em condições de campo, nos dois anos estudados, a ferrugem apresentou maior número de lesões por área de tecido foliar do que a helmintosporiose. Quanto à severidade, constatou-se efeito da interação patógeno-cultivar. Em função do crescimento de suas lesões, B. sorokiniana apresentou maior severidade no cultivar IAC-24. O cultivar BR-34, por sua vez, teve severidade de ferrugem maior que de he1mintosporiose, devido ao alto número de pústulas de P. recôndita por cm2. Nos estudos de simulação, assim como nos estudos monocíclicos e policíclicos, verifica-se que para a ferrugem, o aparecimento de novas lesões é responsável por 100% da severidade final da doença, enquanto que para a helmintosporiose, a expansão de lesões contribui com 87% da quantidade de doença.
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