Análise da percepção da nutriz sobre o leite produzido e a satisfação da criança durante aleitamento materno exclusivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Juliana Cristina dos Santos
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-09122008-154243/
Resumo: As manifestações do comportamento da criança e a capacidade de amamentar são fatores reconhecidos, pela mulher, como determinantes do bem estar do filho. A decisão adotada pelas mulheres diante do curso da amamentação, particularmente sobre sua capacidade de amamentar, se baliza em percepções próprias relacionadas aos atributos do leite produzido e às respostas de satisfação do filho. Este estudo teve como objetivos: caracterizar a prática da amamentação realizada pelas mulheres com base nos indicadores da OMS; caracterizar a prática do aleitamento materno exclusivo (AME) com base nos parâmetros: freqüência e duração das mamadas, intervalo entre as mamadas, término da mamada, alternância e esvaziamento das mamas; identificar a percepção materna sobre o leite produzido e sua relação com a duração, condução do AME e percepção sobre a saciedade da criança; identificar os problemas percebidos pelas mulheres durante a amamentação e sua relação com a duração do AME. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, descritivo exploratório, que foi desenvolvido na UBDS Vila Virgínia, em Ribeirão Preto-SP. A amostra constituiu-se de 231 mulheres que acompanharam seus filhos de 0 a 4 meses, na consulta de puericultura ou para realização das vacinas, de fevereiro a agosto de 2008. Os dados foram coletados utilizando-se um questionário sobre a alimentação oferecida à criança, contendo 52 questões. Os dados foram processados e analisados no programa Statistical Analysis System (SAS), versão 9.0. Na análise realizou-se distribuição de freqüências, médias, desviospadrões, medianas, comparação entre médias, teste exato de Fisher e regressão logística. No momento da coleta de dados, 58,9% das crianças estavam recebendo AME e, para as outras crianças esta prática durou em média 47 dias (desvio-padrão = 35,4 dias). A média de mamadas foi de 9,4 por dia, 27 minutos cada mamada e intervalo de 1 hora e 54 minutos entre as mamadas. 88,3% das participantes ofereciam as mamas em livre demanda e o término da mamada era realizado pela criança em 87,0% dos casos. Após a mamada, 71,4% das mulheres sentiam a mama vazia. A percepção materna sobre o leite produzido apresentou resultado estatisticamente significativo quando associado com a saciedade da criança, indicando que as mulheres que perceberam a criança insatisfeita após a mamada têm 32 vezes a chance de apresentar uma percepção ruim sobre seu leite (p<0,01; OR ajustado = 32,70 e IC 95% [14,73 72,59]). Foi verificada diferença estatística significativa entre os intervalos de mamadas feitos pelas mulheres que tinham uma boa percepção sobre o seu leite e aquelas que tinham uma percepção ruim. (p<0,01, IC 95% [0,10 0,39]). Além disso, as mulheres que não apresentaram problemas durante a amamentação tem 2,53 vezes a chance de manterem o AME até os 4 meses de vida da criança (p<0,01; OR = 2,53 e IC 95% [1,48 4,34]). Concluise que, para as participantes deste estudo, o indicador mais utilizado para avaliar o seu leite produzido foi a satisfação da criança, mostrando que as ações pró-amamentação devem ser revistas, no sentido de contemplar as necessidades das mulheres e incentivar a sua confiança na capacidade de boa produção láctea.
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Este estudo teve como objetivos: caracterizar a prática da amamentação realizada pelas mulheres com base nos indicadores da OMS; caracterizar a prática do aleitamento materno exclusivo (AME) com base nos parâmetros: freqüência e duração das mamadas, intervalo entre as mamadas, término da mamada, alternância e esvaziamento das mamas; identificar a percepção materna sobre o leite produzido e sua relação com a duração, condução do AME e percepção sobre a saciedade da criança; identificar os problemas percebidos pelas mulheres durante a amamentação e sua relação com a duração do AME. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, descritivo exploratório, que foi desenvolvido na UBDS Vila Virgínia, em Ribeirão Preto-SP. A amostra constituiu-se de 231 mulheres que acompanharam seus filhos de 0 a 4 meses, na consulta de puericultura ou para realização das vacinas, de fevereiro a agosto de 2008. Os dados foram coletados utilizando-se um questionário sobre a alimentação oferecida à criança, contendo 52 questões. Os dados foram processados e analisados no programa Statistical Analysis System (SAS), versão 9.0. Na análise realizou-se distribuição de freqüências, médias, desviospadrões, medianas, comparação entre médias, teste exato de Fisher e regressão logística. No momento da coleta de dados, 58,9% das crianças estavam recebendo AME e, para as outras crianças esta prática durou em média 47 dias (desvio-padrão = 35,4 dias). A média de mamadas foi de 9,4 por dia, 27 minutos cada mamada e intervalo de 1 hora e 54 minutos entre as mamadas. 88,3% das participantes ofereciam as mamas em livre demanda e o término da mamada era realizado pela criança em 87,0% dos casos. Após a mamada, 71,4% das mulheres sentiam a mama vazia. A percepção materna sobre o leite produzido apresentou resultado estatisticamente significativo quando associado com a saciedade da criança, indicando que as mulheres que perceberam a criança insatisfeita após a mamada têm 32 vezes a chance de apresentar uma percepção ruim sobre seu leite (p<0,01; OR ajustado = 32,70 e IC 95% [14,73 72,59]). Foi verificada diferença estatística significativa entre os intervalos de mamadas feitos pelas mulheres que tinham uma boa percepção sobre o seu leite e aquelas que tinham uma percepção ruim. (p<0,01, IC 95% [0,10 0,39]). Além disso, as mulheres que não apresentaram problemas durante a amamentação tem 2,53 vezes a chance de manterem o AME até os 4 meses de vida da criança (p<0,01; OR = 2,53 e IC 95% [1,48 4,34]). Concluise que, para as participantes deste estudo, o indicador mais utilizado para avaliar o seu leite produzido foi a satisfação da criança, mostrando que as ações pró-amamentação devem ser revistas, no sentido de contemplar as necessidades das mulheres e incentivar a sua confiança na capacidade de boa produção láctea.Childrens behavior and the capacity to breastfeeding are factors recognized by woman, as determinants of her childs well being. The womens decision to breastfeeding, particularly concerned about their capacity to breastfeed, is based on their own perceptions about the attributions given to the human milk and the signs of childs satisfaction. This study aimed: to characterize the breastfeeding practice by women based on World Health Organizations indicators; to characterize exclusive breastfeeding (EBF) practice based on the following parameters: frequency and length of time, interval between breastfeed, how breastfeed ends, breasts interchange and breast emptying; to identify womens perception about the milk produced and its relation with the breastfeeding maintenance, exclusive breastfeeding behave and the perception of child satiation; to identify problems perceived by women during breastfeeding and their relation with the exclusive breastfeeding lastingness. This is a crosssectional descriptive study, developed in one Basic and District Health Unit in Ribeirão Preto SP, Brazil. The sample was composed by 231 women that were previously schedule in the child care service or immunization for the children with ages from 0 to 4 months, from February to August 2008. Data collection was performed using a specific questionnaire, with 52 items related to nutrition offered to the children. Data were analyzed using Statistical Analysis System (SAS), vs. 9.0. In the data analysis, frequency distribution, mean, standard deviation, median, means comparison, Exact Fisher Test and logistic regression were used. When data were collected, 58,9% of children were receiving EBF and, for other children this practice lengthen 47 days (standard deviation = 35,4 days). Daily breastfeeding mean was 9,4, 27 minutes each breastfeed and interval of 1,54 hours. 88,3% of participants offered ondemand breastfeeding and the breastfeeding end was lead by child in 87,0% of occurrences. After breastfeeding, 71,4% of women felt the breast empty. Maternal perception about produced milk showed statistically significant result when associated with childs satiation, indicating that women who perceived the child insatiate after breastfeeding had 32 times the chance to have a bad perception about their own milk (p<0,01; adjusted OR=32,70 and CI 95% [14,73-72,59]. Statistically significant difference was verified between the breastfeeding interval adopted by women who had good perception about their milk and by those who had a bad perception (p<0,01, CI 95% [0,10 0,39]). Besides, women who do not presented problems during breastfeeding have 2,53 times chance to keep EBF until 4 months of childs life (p<0,01; OR = 2,53 e CI 95% [1,48 4,34]). In conclusion, for the participants, the most used indicator to evaluate their own milk was child satisfaction, pointing that, actions probreastfeeding must be reviewed, in order to observe womens need and improve their confidence in their capacity to produce good milk.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNakano, Ana Marcia SpanoMonteiro, Juliana Cristina dos Santos2008-11-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-09122008-154243/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-09122008-154243Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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