Análise espacial da produção e das redes de colaboração científica no Brasil: 1990-2010

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sidone, Otávio José Guerci
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-20012014-155353/
Resumo: O crescimento acelerado da produção científica brasileira nos anos recentes foi acompanhado pela expansão das colaborações científicas domésticas. Neste estudo, olhamos mais atentamente esse assunto na tentativa pioneira de identificar padrões espaciais da produção e colaboração científica no Brasil, e avaliar o papel da proximidade geográfica na determinação das interações entre os pesquisadores brasileiros. Por meio de uma base única composta por mais de um milhão de pesquisadores registrados na Plataforma Lattes e de sete milhões de publicações científicas, coletamos e consolidamos informações sobre as colaborações científicas inter-regionais em termos de redes de coautorias entre 1.347 municípios brasileiros ao longo do período compreendido entre 1990 e 2010, o que permitiu uma abrangência de dados e perspectiva de análise inéditas na literatura. Os efeitos da distância geográfica nas redes de colaboração são mensurados para as diferentes áreas do conhecimento por meio da estimação de modelos de interações espaciais. Os principais resultados sugerem fortes evidências de um processo de desconcentração espacial da produção científica nos últimos anos associado à expansão das redes de colaboração e ao aumento da participação de autores das regiões cientificamente menos tradicionais, tais como Sul e Nordeste. Ademais, também encontramos evidência de que a distância ainda desempenha papel crucial na determinação da intensidade dos fluxos de conhecimento nas redes de colaboração científica no Brasil, embora a magnitude do efeito varie entre as redes das diferentes áreas do conhecimento. Por exemplo, verificamos que o distanciamento de 200 quilômetros entre dois pesquisadores implica na redução média de 22% ou 45% na probabilidade de haver colaboração entre eles, caso eles sejam de Linguística, Letras e Artes ou Ciências Exatas e da Terra, respectivamente.
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