Composição química de cachaça maturada com lascas tostadas de madeira de carvalho proveniente de diferentes florestas francesas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-19022013-134416/ |
Resumo: | A cachaça é uma bebida típica brasileira, majoritariamente consumida ao natural. Sua qualidade pode ser melhorada pelo envelhecimento. No Brasil, o envelhecimento é tradicionalmente feito pelo armazenamento do destilado em toneis de madeira de lei nacional. O uso de toneis demanda alto custo inicial e longo prazo de imobilização do produto e capital. Alternativas de armazenamento têm sido procuradas, porém sem solução para o envelhecimento. A possibilidade do uso de fragmentos de carvalho para a maturação da cachaça pode proporcionar um maior campo de tipicidades para a bebida. O objetivo deste trabalho foi estudar congêneres voláteis e de maturação em cachaça macerada com fragmentos de madeiras de carvalho proveniente de diferentes florestas francesas (Allier, Vosges e Nièvre) e com diferentes intensidades de tosta (fraca, média e forte). Os congêneres voláteis (acetaldeído, acetato de etila, metanol, 2-butanol, 1-propanol, isobutanol, 1- butanol, álcool isoamílico e ácido acético) foram detectados e quantificados por cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (GC-FID) e os congêneres de maturação (ácido gálico, 5-hidroximetilfurfural, furfural, ácido vanílico, ácido siríngico, vanilina, siringaldeído, coniferaldeído e sinapaldeído) foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC/CLAE). Testes sensoriais foram realizados para a verificação da aceitação das amostras pelos consumidores quanto aos parâmetros de cor, aroma, sabor e impressão global. A concentração de congêneres voláteis não foi influenciada pelos tratamentos. A presença de congêneres de maturação permitiu concluir que não há contestação na capacidade de ceder compostos entre as madeiras das diferentes florestas, porém a peculiaridade de cada uma delas é destacada quando se analisa a predominância dos compostos de interesse. Em virtude da ampla concentração de congêneres de maturação presente em madeiras de Vosges e de Allier com tosta forte, pudemos supor maior complexidade química na cachaça macerada nessas condições. Seria ainda possível a variação da cachaça macerada mediante uso de fragmentos de carvalho de origens distintas combinando com diferentes intensidades de tosta. Os testes sensoriais apontaram elevada aceitação quanto aos atributos analisados, porém não houve efeito perceptível entre as diferentes madeiras e tostas. O uso de lascas de madeira para a maceração de bebidas não é reconhecido como processo de envelhecimento, podendo ser confundido com ato fraudulento. O presente estudo representa um embasamento teórico-prático para a possível aplicação da metodologia, porém ressalta a importância do estudo comparativo entre o envelhecimento em toneis e por interação de lascas de madeira, visando identificar similaridades e diferenças entre as metodologias e verificar a viabilidade de sua aplicação. |
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Composição química de cachaça maturada com lascas tostadas de madeira de carvalho proveniente de diferentes florestas francesasChemical composition of cachaça maturated with toasted oak fragments from different French forestAgingCachaçaCachaçaCarvalhoChemical compositionComposição químicaCongêneresCongenersEnvelhecimentoOakTosta de madeiraWood toastingA cachaça é uma bebida típica brasileira, majoritariamente consumida ao natural. Sua qualidade pode ser melhorada pelo envelhecimento. No Brasil, o envelhecimento é tradicionalmente feito pelo armazenamento do destilado em toneis de madeira de lei nacional. O uso de toneis demanda alto custo inicial e longo prazo de imobilização do produto e capital. Alternativas de armazenamento têm sido procuradas, porém sem solução para o envelhecimento. A possibilidade do uso de fragmentos de carvalho para a maturação da cachaça pode proporcionar um maior campo de tipicidades para a bebida. O objetivo deste trabalho foi estudar congêneres voláteis e de maturação em cachaça macerada com fragmentos de madeiras de carvalho proveniente de diferentes florestas francesas (Allier, Vosges e Nièvre) e com diferentes intensidades de tosta (fraca, média e forte). Os congêneres voláteis (acetaldeído, acetato de etila, metanol, 2-butanol, 1-propanol, isobutanol, 1- butanol, álcool isoamílico e ácido acético) foram detectados e quantificados por cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (GC-FID) e os congêneres de maturação (ácido gálico, 5-hidroximetilfurfural, furfural, ácido vanílico, ácido siríngico, vanilina, siringaldeído, coniferaldeído e sinapaldeído) foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC/CLAE). Testes sensoriais foram realizados para a verificação da aceitação das amostras pelos consumidores quanto aos parâmetros de cor, aroma, sabor e impressão global. A concentração de congêneres voláteis não foi influenciada pelos tratamentos. A presença de congêneres de maturação permitiu concluir que não há contestação na capacidade de ceder compostos entre as madeiras das diferentes florestas, porém a peculiaridade de cada uma delas é destacada quando se analisa a predominância dos compostos de interesse. Em virtude da ampla concentração de congêneres de maturação presente em madeiras de Vosges e de Allier com tosta forte, pudemos supor maior complexidade química na cachaça macerada nessas condições. Seria ainda possível a variação da cachaça macerada mediante uso de fragmentos de carvalho de origens distintas combinando com diferentes intensidades de tosta. Os testes sensoriais apontaram elevada aceitação quanto aos atributos analisados, porém não houve efeito perceptível entre as diferentes madeiras e tostas. O uso de lascas de madeira para a maceração de bebidas não é reconhecido como processo de envelhecimento, podendo ser confundido com ato fraudulento. O presente estudo representa um embasamento teórico-prático para a possível aplicação da metodologia, porém ressalta a importância do estudo comparativo entre o envelhecimento em toneis e por interação de lascas de madeira, visando identificar similaridades e diferenças entre as metodologias e verificar a viabilidade de sua aplicação.Cachaça is a typical Brazilian spirit, consumed mostly natural. Its quality may be improved by aging. In Brazil the aging process is traditionally done by keeping the spirit in barrels made of national hardwood. The use of barrels demand high initial cost and long-term of immobilization of product and capital. Storage alternatives have been sought, but without solution for aging so far. The possibility of using oak fragments for cachaça maturation may provide a wider field of specificities to the spirit. The objective of this research was to study volatile and maturation congeners in cachaça macerated with fragments of oak wood from different French forests (Allier, Vosges and Nièvre) and with different intensities of toasting (low, medium and high). The volatile congeners (acetaldehyde, ethyl acetate, methanol, 2- butanol, 1-propanol, 1-butanol, isobutanol, isoamyl alcohol and acetic acid) were detected and quantified by gas chromatography with flame ionization detector (GCFID) and the maturation congeners (gallic acid, 5-hydroxymethylfurfural, furfural, vanillic acid, syringic acid, vanillin, syringaldehyde, coniferaldehyde and synapaldehyde) were measured by high performance liquid chromatography (HPLC). Sensory tests were performed to verify consumer´s acceptance concerning the parameters of color, aroma, flavor and global acceptation. The concentration of volatile congeners was not influenced by the treatments. The presence of maturation congeners indicated the ability of the different wood fragments in supplying compounds to the spirit. Nevertheless the peculiarity of each one is highlighted when the compounds predominance is investigated. Due to the high concentration of maturation congeners supplied by Allier and Vosges woods at high toast, we could assume more chemistry complexity for the cachaças macerated in these conditions. It could also be possible modeling cachaça based on maceration with oak fragments from different origins combined with different intensities of toasting. Sensory tests showed high acceptance on the attributes evaluated, but there was no considerable effect between the different woods and toastings. The use of wood fragments to cachaça maceration is not allowed by the Brazilian laws as an aging process, and might be considered a fraudulent act. This study represents a theoretical and practical basis for a possible application of the methodology. It stresses the importance of a further comparative study concerning aging in barrel and by interaction of wood fragments in order to identify similarities and differences between the methodologies and verify the feasibility of its implementation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlcarde, André RicardoBortoletto, Aline Marques2013-01-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-19022013-134416/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:35Zoai:teses.usp.br:tde-19022013-134416Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A cachaça é uma bebida típica brasileira, majoritariamente consumida ao natural. Sua qualidade pode ser melhorada pelo envelhecimento. No Brasil, o envelhecimento é tradicionalmente feito pelo armazenamento do destilado em toneis de madeira de lei nacional. O uso de toneis demanda alto custo inicial e longo prazo de imobilização do produto e capital. Alternativas de armazenamento têm sido procuradas, porém sem solução para o envelhecimento. A possibilidade do uso de fragmentos de carvalho para a maturação da cachaça pode proporcionar um maior campo de tipicidades para a bebida. O objetivo deste trabalho foi estudar congêneres voláteis e de maturação em cachaça macerada com fragmentos de madeiras de carvalho proveniente de diferentes florestas francesas (Allier, Vosges e Nièvre) e com diferentes intensidades de tosta (fraca, média e forte). Os congêneres voláteis (acetaldeído, acetato de etila, metanol, 2-butanol, 1-propanol, isobutanol, 1- butanol, álcool isoamílico e ácido acético) foram detectados e quantificados por cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (GC-FID) e os congêneres de maturação (ácido gálico, 5-hidroximetilfurfural, furfural, ácido vanílico, ácido siríngico, vanilina, siringaldeído, coniferaldeído e sinapaldeído) foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC/CLAE). Testes sensoriais foram realizados para a verificação da aceitação das amostras pelos consumidores quanto aos parâmetros de cor, aroma, sabor e impressão global. A concentração de congêneres voláteis não foi influenciada pelos tratamentos. A presença de congêneres de maturação permitiu concluir que não há contestação na capacidade de ceder compostos entre as madeiras das diferentes florestas, porém a peculiaridade de cada uma delas é destacada quando se analisa a predominância dos compostos de interesse. Em virtude da ampla concentração de congêneres de maturação presente em madeiras de Vosges e de Allier com tosta forte, pudemos supor maior complexidade química na cachaça macerada nessas condições. Seria ainda possível a variação da cachaça macerada mediante uso de fragmentos de carvalho de origens distintas combinando com diferentes intensidades de tosta. Os testes sensoriais apontaram elevada aceitação quanto aos atributos analisados, porém não houve efeito perceptível entre as diferentes madeiras e tostas. O uso de lascas de madeira para a maceração de bebidas não é reconhecido como processo de envelhecimento, podendo ser confundido com ato fraudulento. O presente estudo representa um embasamento teórico-prático para a possível aplicação da metodologia, porém ressalta a importância do estudo comparativo entre o envelhecimento em toneis e por interação de lascas de madeira, visando identificar similaridades e diferenças entre as metodologias e verificar a viabilidade de sua aplicação. |
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