Papel da atividade física regular realizada durante vários anos na função imune do idoso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arai, Milton Hideaki
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-14102014-093413/
Resumo: A proposta principal deste estudo foi de avaliar o efeito da prática regular de atividade física por longos anos na imunossenescência, isto é, nas alterações que o sistema imune sofre com o envelhecimento. Para tal, comparou-se os resultados dos exames imunológicos de 20 idosos praticantes de corrida (idade média = 67 anos) aos de 20 idosos sedentários (idade média = 66 anos) e 10 jovens sedentários (idade média = 26 anos). Os idosos corredores eram praticantes da modalidade em média nos últimos 23 anos e vinham percorrendo uma distância semanal média de 39 quilômetros. O consumo máximo de oxigênio (VO2 max) deles foi 52% maior do que o dos idosos sedentários, atingindo valores similares aos dos jovens. Os parâmetros imunológicos analisados foram: contagem de linfócitos e seus subtipos, resposta proliferativa dos linfócitos T a mitógenos, atividade citotóxica das células natural killer e produção de citocinas (interleucinas 2, 3, 4, 6, 10 e 12). A dosagem das mesmas citocinas no soro também foi realizada, porém somente nos dois grupos de idosos. Os idosos corredores apresentaram resposta proliferativa dos linfócitos T a OKT-3 e produção de interleucina-2 significativamente maiores do que as dos idosos sedentários. Eles apresentaram também uma produção de interleucina-3 significativamente menor do que a dos seus pares sedentários. Por outro lado, não apresentaram diferença significativa destes parâmetros em relação aos jovens. Os níveis séricos das interleucinas 3, 6 e 12 dos idosos corredores foram significativamente menores do que os dos idosos sedentários. A influência da prática de atividade física regular sobre os níveis séricos do hormônio de crescimento, da testosterona e da dehidroepiandrosterona sulfato (DHEAS), que sofrem redução com o envelhecimento (\"endocrinossenescência\"), também foi estudada. Não houve diferença significativa entre os níveis séricos destes hormônios anabólicos dos idosos corredores e dos idosos sedentários. O efeito da atividade física regular sobre a beta-endorfina também foi avaliado. Os idosos corredores não apresentaram diferença significativa nos níveis séricos deste neuropeptídeo em relação aos idosos sedentários. Em virtude do possível envolvimento do sistema endócrino na imunossenescência, avaliou-se a correlação entre os hormônios anabólicos e as citocinas. Não se constatou correlação relevante entre eles, especialmente entre a DHEAS e a interleucina-6. Os resultados indicam que a prática regular de atividade física por longos anos tem o potencial de desacelerar a imunossenescência
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spelling Papel da atividade física regular realizada durante vários anos na função imune do idosoRole of regular practice of physical activity over several years on immune function in the elderlyAged/immunologyBeta-endorfinaBeta-endorphinControl groupsDehydroepiandrosterone sulfateElderlyEnvelhecimento/imunologiaExercícioExerciseGrupos controlesHormonesHormôniosIdosoImmunityImunidadeInterleucia-6/imunologiaInterleucina-2/ imunologiaInterleucina-3/imunologiaInterleukin-2/immunologyInterleukin-3/immunologyInterleukin-6/immunologyLinfócitos TLinfocytes TSulfato de dehiroepiandrosterona/imunologiaA proposta principal deste estudo foi de avaliar o efeito da prática regular de atividade física por longos anos na imunossenescência, isto é, nas alterações que o sistema imune sofre com o envelhecimento. Para tal, comparou-se os resultados dos exames imunológicos de 20 idosos praticantes de corrida (idade média = 67 anos) aos de 20 idosos sedentários (idade média = 66 anos) e 10 jovens sedentários (idade média = 26 anos). Os idosos corredores eram praticantes da modalidade em média nos últimos 23 anos e vinham percorrendo uma distância semanal média de 39 quilômetros. O consumo máximo de oxigênio (VO2 max) deles foi 52% maior do que o dos idosos sedentários, atingindo valores similares aos dos jovens. Os parâmetros imunológicos analisados foram: contagem de linfócitos e seus subtipos, resposta proliferativa dos linfócitos T a mitógenos, atividade citotóxica das células natural killer e produção de citocinas (interleucinas 2, 3, 4, 6, 10 e 12). A dosagem das mesmas citocinas no soro também foi realizada, porém somente nos dois grupos de idosos. Os idosos corredores apresentaram resposta proliferativa dos linfócitos T a OKT-3 e produção de interleucina-2 significativamente maiores do que as dos idosos sedentários. Eles apresentaram também uma produção de interleucina-3 significativamente menor do que a dos seus pares sedentários. Por outro lado, não apresentaram diferença significativa destes parâmetros em relação aos jovens. Os níveis séricos das interleucinas 3, 6 e 12 dos idosos corredores foram significativamente menores do que os dos idosos sedentários. A influência da prática de atividade física regular sobre os níveis séricos do hormônio de crescimento, da testosterona e da dehidroepiandrosterona sulfato (DHEAS), que sofrem redução com o envelhecimento (\"endocrinossenescência\"), também foi estudada. Não houve diferença significativa entre os níveis séricos destes hormônios anabólicos dos idosos corredores e dos idosos sedentários. O efeito da atividade física regular sobre a beta-endorfina também foi avaliado. Os idosos corredores não apresentaram diferença significativa nos níveis séricos deste neuropeptídeo em relação aos idosos sedentários. Em virtude do possível envolvimento do sistema endócrino na imunossenescência, avaliou-se a correlação entre os hormônios anabólicos e as citocinas. Não se constatou correlação relevante entre eles, especialmente entre a DHEAS e a interleucina-6. Os resultados indicam que a prática regular de atividade física por longos anos tem o potencial de desacelerar a imunossenescênciaThe main objective of this study was to assess the effect of regular practice of physical activity on immunosenescence, that is, the changes that occur when the immune system is affected by aging. The results of immune tests conducted on 20 elderly runners (mean age = 67 years) were compared to those of 20 elderly sedentary individuals (mean age = 66 years) and to those of 10 young sedentary individuals (mean age = 26 years). On average, the elderly runners had practiced this activity for the last 23 years, running a mean weekly distance of 39 kilometers. Their maximum oxygen consumption (VO2 max) was 52% higher than that of sedentary elderly group, and similar to that of the group of younger individuals. The immune parameters studied were: lymphocyte and lymphocyte subtype counts, the proliferative response of T-lymphocytes to mitogens, cytotoxic activity of natural killer cells and production of cytokines (interleukins 2, 3, 4, 6, 10 and 12). The same cytokines were measured in serum, but only in the two groups of elderly people. Elderly runners presented a significantly higher proliferative response of T-lymphocytes to OKT-3 as well as interleukin-2 production than the sedentary group. The production of interleukin-3 was also significantly lower in the group of runners. On the other hand, the results of these parameters did not differ significantly from those of young subjects. Serum levels of interleukins 3, 6, and 12 were significantly lower in elderly runners than in sedentary individuals. The impact of regular physical activity on serum levels of growth hormone, testosterone, and dehydroepiandrosterone sulfate (DHEAS), which are affected by aging (\"endocrinosenescence\"), was also studied. The serum levels of these anabolic hormones did not differ significantly between the groups of elderly runners and the elderly sedentary individuals. When the impact of regular physical activity on beta-endorphin was studied, again no significant difference in the serum levels of this neuropeptide was found between the two elderly groups. Owing to the possible involvement of the endocrine system in immunosenescence, the correlation between anabolic hormones and cytokines was assessed. No relevant correlation was found, especially between DHEAS and interleukin-6. The results indicate that the regular practice of physical activity for several years may delay immunosenescenceBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNatale, Valeria MariaArai, Milton Hideaki2004-11-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-14102014-093413/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-14102014-093413Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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