Avaliação clínica do sistema craniocervical de indivíduos saudáveis, migranosos e com dor cervical crônica: estudo transversal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-04012021-114025/ |
Resumo: | Pacientes com migrânea apresentam frequentemente dor, incapacidade e disfunções musculoesqueléticas relacionados à coluna cervical. No entanto, não é possível associar exclusivamente a migrânea à essas disfunções, tampouco se pode assegurar que elas sejam exclusivamente relacionadas à dor cervical crônica. O objetivo desse estudo foi investigar por meio de avaliações clínicas musculoesqueléticas se as dores e disfunções cervicais presentes no migranoso é característica do quadro da migrânea ou se são duas condições distintas que podem coexistir. Foram avaliadas 100 mulheres divididas igualmente em 4 grupos: controle; dor cervical crônica; migrânea sem dor cervical; migrânea com dor cervical. As participantes responderam aos questionários: Migraine Disability Assessment - MIDAS, Neck Disability Índex - NDI, Item Allodynia Symptom Checklist/ Brazil - ASC-12/Brasil, Tampa Scale for Kinesiophobia - TAMPA, e foram submetidas a avaliação do limiar de dor por pressão (LDP) e amplitude de movimento (ADM) cervical; avaliação da atividade eletromiográfica dos músculos cervicais durante a realização do Craniocervical Flexion Test (CCFT) e da mensuração da força pelo teste de Contração Isométrica Voluntária Máxima (CIVM) dos músculos extensores e flexores cervicais e ao teste de resistência da musculatura flexora e extensora cervical. Os resultados mostraram que pacientes com migrânea independente da dor cervical apresentaram incapacidade relacionada a migrânea, alodinia cutânea, e ainda não diferiram quanto à ADM da coluna cervical e força muscular cervical, além de apresentarem uma atividade muscular eletromiográfica semelhante dos músculos flexores superficiais do pescoço durante o CCFT. Apesar da dor cervical não determinar diferença em muitos parâmetros nos migranosos, piorou a gravidade da alodinia cutânea, sensibilidade e resistência muscular cervical. Os pacientes que relataram dor cervical, sem migrânea, apresentaram o quadro típico, com sensibilidade dos músculos do pescoço diminuída e menor ADM da coluna cervical. Por fim, os grupos com dor cervical ou migrânea associadas ou não revelaram as mesmas características de cinesiofobia, incapacidade relacionada ao pescoço, menor LDP no músculo suboccipital, alterações no desempenho muscular e uma atividade muscular eletromiografia semelhante dos músculos extensores cervicais durante o CCFT e mesmo padrão de recrutamento muscular no teste de força muscular em flexão e extensão cervical. Concluímos que a dor e disfunção musculoesquelética cervical são características que compõe o quadro da migrânea e não são doenças superpostas. |
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Avaliação clínica do sistema craniocervical de indivíduos saudáveis, migranosos e com dor cervical crônica: estudo transversalClinical evaluation of the craniocervical system in healthy, migraine and neck pain individuals: a cross-sectional studyCervicalgiaElectromyographyEletromiografiaMigraine disordersNeck painTranstornos de enxaquecaPacientes com migrânea apresentam frequentemente dor, incapacidade e disfunções musculoesqueléticas relacionados à coluna cervical. No entanto, não é possível associar exclusivamente a migrânea à essas disfunções, tampouco se pode assegurar que elas sejam exclusivamente relacionadas à dor cervical crônica. O objetivo desse estudo foi investigar por meio de avaliações clínicas musculoesqueléticas se as dores e disfunções cervicais presentes no migranoso é característica do quadro da migrânea ou se são duas condições distintas que podem coexistir. Foram avaliadas 100 mulheres divididas igualmente em 4 grupos: controle; dor cervical crônica; migrânea sem dor cervical; migrânea com dor cervical. As participantes responderam aos questionários: Migraine Disability Assessment - MIDAS, Neck Disability Índex - NDI, Item Allodynia Symptom Checklist/ Brazil - ASC-12/Brasil, Tampa Scale for Kinesiophobia - TAMPA, e foram submetidas a avaliação do limiar de dor por pressão (LDP) e amplitude de movimento (ADM) cervical; avaliação da atividade eletromiográfica dos músculos cervicais durante a realização do Craniocervical Flexion Test (CCFT) e da mensuração da força pelo teste de Contração Isométrica Voluntária Máxima (CIVM) dos músculos extensores e flexores cervicais e ao teste de resistência da musculatura flexora e extensora cervical. Os resultados mostraram que pacientes com migrânea independente da dor cervical apresentaram incapacidade relacionada a migrânea, alodinia cutânea, e ainda não diferiram quanto à ADM da coluna cervical e força muscular cervical, além de apresentarem uma atividade muscular eletromiográfica semelhante dos músculos flexores superficiais do pescoço durante o CCFT. Apesar da dor cervical não determinar diferença em muitos parâmetros nos migranosos, piorou a gravidade da alodinia cutânea, sensibilidade e resistência muscular cervical. Os pacientes que relataram dor cervical, sem migrânea, apresentaram o quadro típico, com sensibilidade dos músculos do pescoço diminuída e menor ADM da coluna cervical. Por fim, os grupos com dor cervical ou migrânea associadas ou não revelaram as mesmas características de cinesiofobia, incapacidade relacionada ao pescoço, menor LDP no músculo suboccipital, alterações no desempenho muscular e uma atividade muscular eletromiografia semelhante dos músculos extensores cervicais durante o CCFT e mesmo padrão de recrutamento muscular no teste de força muscular em flexão e extensão cervical. Concluímos que a dor e disfunção musculoesquelética cervical são características que compõe o quadro da migrânea e não são doenças superpostas.Patients with migraine often has pain, disabilities and musculoskeletal disorders related to the cervical spine. However, it is not possible to associate migraine exclusively with these dysfunctions, nor can it be guaranteed that they are exclusively related to chronic neck pain. The aim of this study was to investigate, through musculoskeletal clinical evaluations, whether neck pain and dysfunction present in migraine is characteristic of migraine or if they are two distinct conditions that can coexist. We evaluated 100 women equally divided into 4 groups: control; chronic neck pain; migraine without neck pain; migraine with neck pain. The participants answered the questionnaires: Migraine Disability Assessment - MIDAS, Neck Disability Index - NDI, Item Allodynia Symptom Checklist / Brazil - ASC-12 / Brazil, Tampa Scale for Kinesiophobia - TAMPA, and were submitted to pressure pain threshold assessment (PPT) and cervical range of motion (ROM); evaluation of the electromyographic activity of the cervical muscles during the Craniocervical Flexion Test (CCFT) and of the strength measurement by the Maximum Voluntary Isometric Contraction (MVIC) test of the cervical extensor and flexor muscles and the resistance test of the cervical flexor and extensor muscles. The results showed that patients with migraine independent of neck pain presented migraine-related incapacity, cutaneous allodynia, and still did not differ in terms of cervical spine ROM and cervical muscle strength, in addition to presenting electromyographic muscle activity similar to the superficial flexor muscles of the neck during the CCFT. Although neck pain not determine the difference in many parameters migraine, it decreased the severity of cutaneous allodynia, muscle strength and cervical sensitivity. Patients who reported neck pain without migraine showed the typical picture with sensitivity of the neck muscles and decreased cervical spine ROM. Finally, the groups with neck or migraine pain associated or not revealed the same characteristics of kinesiophobia, neck related disability, lower LDP in the suboccipital muscle, changes in muscle performance and a similar electromyographic muscle activity of the cervical extensor muscles during CCFT and same pattern of muscle recruitment in the muscle strength test in cervical flexion and extension. We conclude that the pain and cervical musculoskeletal dysfunction are features that make up the framework of migraine and are not overlapping diseases.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGrossi, Debora BevilaquaScornavacca, Marcela Mendes Bragatto2020-10-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-04012021-114025/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-01-29T17:35:02Zoai:teses.usp.br:tde-04012021-114025Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-01-29T17:35:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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