Fazer mundos, destruir mundos e refazê-los: ensaios de antropologia política no Baixo Tapajós
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-24022023-200625/ |
Resumo: | Essa tese é uma etnografia que acompanha o avanço do capitalismo neoliberal sobre a floresta amazônica. Ela está centrada na região do Baixo Tapajós (oeste do Pará), e segue de perto as formas pelas quais populações indígenas (principalmente os Tupinambá) compreendem a expansão dessa fronteira, marcada pela transformação da floresta em campos de soja e desenvolvimento da infraestrutura necessária para exportação. Este processo é frequentemente descrito pelos indígenas como uma guerra, que opera em diversos níveis, entre os quais esta tese destaca três aspectos: a) identitários: na medida em que nega-se a identidade indígena para avançar sobre seus territórios e os Tupinambá articulam suas próprias teorias sobre o que significa ser indígena hoje, uma outra teoria da colonização; b) corporal: a maneira como a colonização é sentida pelos Tupinambá como um enfraquecimento e adoecimento do corpo, diante da intensificação da destruição dos territórios, com efeitos similares aos do quebranto; c) territorial-paisagístico: o espaço criado pelo avanço da soja no Planalto Santareno, marcado pela toxicidade dos pesticidas, esvaziamento de comunidades e uma ecologia propensa à emergência de novas doenças, ou seja, um território adoecido e que gera doenças. Importa, aqui, pensar tanto o que a expansão do capitalismo faz com o Baixo Tapajós como o que as pessoas que ali vivem fazem diante dessa destruição. Assim, é dada especial ênfase às formas de resistência e criação de mundos por parte dos indígenas Tupinambá, em aliança com os outros povos da região, em meio às ruínas geradas pelo capitalismo contemporâneo. |
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