Produção de hidrogênio e metano por meio da codigestão de subprodutos do processamento do setor sucroalcooleiro em reator anaeróbio de leito fluidificado
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-10092024-084747/ |
Resumo: | Os subprodutos do bioetanol, como a vinhaça, têm potencial energético e podem ser tratados através da codigestão com melaço de cana-de-açúcar em reatores anaeróbios, visando a produção de biogás. Este estudo avaliou a eficácia desse processo em diferentes taxas de carregamento orgânico (TCO) em reator anaeróbio de leito fluidificado (RALF). Este estudo examinou o desempenho do reator anaeróbio termofílico de leito fluidificado de fase única (RMT) com base na remoção de matéria orgânica e geração de biogás. A faixa de TCO variou de 5 a 27,5 kg DQO.m-3.d-1, com um tempo de detenção hidráulica (TDH) de 24 horas. Comparou-se também o desempenho operacional e produção de biogás do RMT com sistemas em dois estágios incluindo reatores termofílicos (55 ºC) acidogênico (RAT) e metanogênicos termofílicos (RST) e mesofílico (RSM) (30 ºC). O estudo investigou os efeitos do aumento da TCO no RAT (30 a 135 kg DQO.m-3.d-1) e nos reatores metanogênicos sequenciais (6 a 27 kg DQO.m-3.d-1), com TDH fixado em 4 e 20 horas, respectivamente. No RAT a máxima produção de H2 observada foi de 115,17 mL H2.L-1.h-1, obtendo o potencial energético de 57,08 kJ.d-1 na TCO de 45 kg DQO.m-3.d-1. A produção de H2 não foi detectada em TCO ≥ 90 kg DQO.m-3.d-1. Foi observado também um aumento na concentração de ácido lático (HLa) (15,2 vezes) a partir do aumento da TCO, indicando mudanças nos caminhos metabólicos para a formação de ácidos em cargas orgânicas mais elevadas. Thermoanaerobacterium foi a bactéria com maior abundância relativa e esteve diretamente envolvida na produção de H2, enquanto Lactobacillus esteve principalmente envolvido na produção de HLa e, consequentemente a diminuição da produção de H2. O processo manteve altas eficiências na remoção de matéria orgânica (entre 51% a 86,5%) e rendimento de metano MY (> 148 NmL CH4.g-1DQOremovido), independentemente da separação de estágios e do aumento da carga orgânica. No entanto, em concentrações de substrato mais altas (22,5 g DQO.L-1), o melhor desempenho em termos de potencial de geração de energia a partir do CH4 foi observado no RST (205,6 kJ.d-1), o qual foi 64,5% maior do que o observado no RMT: 125 kJ.d-1. No RMT a partir da TCO de 22,5 kg DQO.m-3.d-1, houve uma diminuição no MY, indicando um desequilíbrio na metanogênese e acúmulo de compostos orgânicos inibitórios. No RMT também Methanosarcina (38,9%) e Methanothermobacter (37,6%) foram os microrganismos prevalentes a 7,5 kg de DQO.m-3.d-1 e 27,5 kg de DQO.m-3.d-1, respectivamente. Nos RSM e RST também foi observada uma predominância de metanogênicas hidrogenotroficas, sendo o gênero Methanothermobacter presente em ambos. Desta maneira, avaliando o melhor sistema para a produção de biogás a partir da codigestão entre vinhaça e melaço em RALF, a separação de fases aumentou o potencial energético em comparação ao reator de estágio único em concentrações superiores a 22,5 g DQO.L-1, devido ao acúmulo de ácidos e à redução da produção de CH4 no RMT. Além disso, permitiu a produção de produtos de valor agregado, como ácido lático e etanol no RAT, e a geração de H2. |
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Produção de hidrogênio e metano por meio da codigestão de subprodutos do processamento do setor sucroalcooleiro em reator anaeróbio de leito fluidificadoHydrogen and methane production through the codigestion of by-products from the sugarcane processing sector in an anaerobic fluidized bed reactorbioenergiabioenergybiorrefinaria de cana-de-açúcardigestão anaeróbia em dois estágiosmelaçomolassessugarcane biorefinerytwo-stage anaerobic digestionvinassevinhaçaOs subprodutos do bioetanol, como a vinhaça, têm potencial energético e podem ser tratados através da codigestão com melaço de cana-de-açúcar em reatores anaeróbios, visando a produção de biogás. Este estudo avaliou a eficácia desse processo em diferentes taxas de carregamento orgânico (TCO) em reator anaeróbio de leito fluidificado (RALF). Este estudo examinou o desempenho do reator anaeróbio termofílico de leito fluidificado de fase única (RMT) com base na remoção de matéria orgânica e geração de biogás. A faixa de TCO variou de 5 a 27,5 kg DQO.m-3.d-1, com um tempo de detenção hidráulica (TDH) de 24 horas. Comparou-se também o desempenho operacional e produção de biogás do RMT com sistemas em dois estágios incluindo reatores termofílicos (55 ºC) acidogênico (RAT) e metanogênicos termofílicos (RST) e mesofílico (RSM) (30 ºC). O estudo investigou os efeitos do aumento da TCO no RAT (30 a 135 kg DQO.m-3.d-1) e nos reatores metanogênicos sequenciais (6 a 27 kg DQO.m-3.d-1), com TDH fixado em 4 e 20 horas, respectivamente. No RAT a máxima produção de H2 observada foi de 115,17 mL H2.L-1.h-1, obtendo o potencial energético de 57,08 kJ.d-1 na TCO de 45 kg DQO.m-3.d-1. A produção de H2 não foi detectada em TCO ≥ 90 kg DQO.m-3.d-1. Foi observado também um aumento na concentração de ácido lático (HLa) (15,2 vezes) a partir do aumento da TCO, indicando mudanças nos caminhos metabólicos para a formação de ácidos em cargas orgânicas mais elevadas. Thermoanaerobacterium foi a bactéria com maior abundância relativa e esteve diretamente envolvida na produção de H2, enquanto Lactobacillus esteve principalmente envolvido na produção de HLa e, consequentemente a diminuição da produção de H2. O processo manteve altas eficiências na remoção de matéria orgânica (entre 51% a 86,5%) e rendimento de metano MY (> 148 NmL CH4.g-1DQOremovido), independentemente da separação de estágios e do aumento da carga orgânica. No entanto, em concentrações de substrato mais altas (22,5 g DQO.L-1), o melhor desempenho em termos de potencial de geração de energia a partir do CH4 foi observado no RST (205,6 kJ.d-1), o qual foi 64,5% maior do que o observado no RMT: 125 kJ.d-1. No RMT a partir da TCO de 22,5 kg DQO.m-3.d-1, houve uma diminuição no MY, indicando um desequilíbrio na metanogênese e acúmulo de compostos orgânicos inibitórios. No RMT também Methanosarcina (38,9%) e Methanothermobacter (37,6%) foram os microrganismos prevalentes a 7,5 kg de DQO.m-3.d-1 e 27,5 kg de DQO.m-3.d-1, respectivamente. Nos RSM e RST também foi observada uma predominância de metanogênicas hidrogenotroficas, sendo o gênero Methanothermobacter presente em ambos. Desta maneira, avaliando o melhor sistema para a produção de biogás a partir da codigestão entre vinhaça e melaço em RALF, a separação de fases aumentou o potencial energético em comparação ao reator de estágio único em concentrações superiores a 22,5 g DQO.L-1, devido ao acúmulo de ácidos e à redução da produção de CH4 no RMT. Além disso, permitiu a produção de produtos de valor agregado, como ácido lático e etanol no RAT, e a geração de H2.The byproducts of bioethanol, such as vinasse, have energy potential and can be treated through co-digestion with sugarcane molasses in anaerobic reactors for biogas production. This study evaluated the effectiveness of this process at different organic loading rates (OLR) in an anaerobic fluidized bed reactor (AFBR). The study examined the performance of a thermophilic single-phase fluidized bed anaerobic reactor (RMT) based on organic matter removal and biogas production. The OLR range varied from 5 to 27.5 kg COD.m-3.d-1, with a hydraulic retention time (HRT) of 24 hours. The operational performance and biogas production of the RMT were compared with two-stage systems including thermophilic (55 °C) acidogenic reactors (RAT) and thermophilic (RST) and mesophilic (RSM) methanogenic reactors (30 °C). The study investigated the effects of increasing OLR in the RAT (30 to 135 kg COD.m-3.d-1) and in sequential methanogenic reactors (6 to 27 kg COD.m-3.d-1), with HRT fixed at 4 and 20 hours, respectively. In the RAT, the maximum H2 production observed was 115.17 mL H2.L-1.h-1, achieving an energy potential of 57.08 kJ.d-1 at an OLR of 45 kg COD.m-3.d-1. H2 production was not detected at OLR ≥ 90 kg COD.m-3.d-1. An increase in lactic acid (HLa) concentration (15.2 times) was also observed with the increase in OLR, indicating shifts in metabolic pathways toward acid formation at higher organic loads. Thermoanaerobacterium was the bacterium with the highest relative abundance and was directly involved in H2 production, while Lactobacillus was primarily involved in HLa production, consequently reducing H2 production. The process maintained high efficiencies in organic matter removal (between 51% and 86.5%) and methane yield (MY > 148 NmL CH4.g-1 CODremoved), regardless of phase separation and increasing organic load. However, at higher substrate concentrations (22.5 g COD.L-1), the best performance in terms of energy generation potential from CH4 was observed in the TSMR (205.6 kJ.d-1), which was 64.5% higher than that observed in the RMT (125 kJ.d-1). In the RMT, from an OLR of 22.5 kg COD.m-3.d-1, there was a decrease in MY, indicating an imbalance in methanogenesis and accumulation of inhibitory organic compounds. In the RMT, Methanosarcina (38.9%) and Methanothermobacter (37.6%) were the prevalent microorganisms at 7.5 kg COD.m-3.d-1 and 27.5 kg COD.m-3.d-1, respectively. In the RSM and RST, a predominance of hydrogenotrophic methanogens was also observed, with the genus Methanothermobacter present in both. Thus, evaluating the best system for biogas production from the co-digestion of vinasse and molasses in AFBR, phase separation increased energy potential compared to the single-phase reactor at concentrations above 22.5 g COD.L-1, due to acid accumulation and reduced CH4 production in the RMT. Additionally, it allowed the production of value-added products such as lactic acid and ethanol in the RAT, and H2 generation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Edson LuizRibeiro, Alexandre Rodrigues2024-07-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-10092024-084747/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-09-25T17:46:02Zoai:teses.usp.br:tde-10092024-084747Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-09-25T17:46:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Os subprodutos do bioetanol, como a vinhaça, têm potencial energético e podem ser tratados através da codigestão com melaço de cana-de-açúcar em reatores anaeróbios, visando a produção de biogás. Este estudo avaliou a eficácia desse processo em diferentes taxas de carregamento orgânico (TCO) em reator anaeróbio de leito fluidificado (RALF). Este estudo examinou o desempenho do reator anaeróbio termofílico de leito fluidificado de fase única (RMT) com base na remoção de matéria orgânica e geração de biogás. A faixa de TCO variou de 5 a 27,5 kg DQO.m-3.d-1, com um tempo de detenção hidráulica (TDH) de 24 horas. Comparou-se também o desempenho operacional e produção de biogás do RMT com sistemas em dois estágios incluindo reatores termofílicos (55 ºC) acidogênico (RAT) e metanogênicos termofílicos (RST) e mesofílico (RSM) (30 ºC). O estudo investigou os efeitos do aumento da TCO no RAT (30 a 135 kg DQO.m-3.d-1) e nos reatores metanogênicos sequenciais (6 a 27 kg DQO.m-3.d-1), com TDH fixado em 4 e 20 horas, respectivamente. No RAT a máxima produção de H2 observada foi de 115,17 mL H2.L-1.h-1, obtendo o potencial energético de 57,08 kJ.d-1 na TCO de 45 kg DQO.m-3.d-1. A produção de H2 não foi detectada em TCO ≥ 90 kg DQO.m-3.d-1. Foi observado também um aumento na concentração de ácido lático (HLa) (15,2 vezes) a partir do aumento da TCO, indicando mudanças nos caminhos metabólicos para a formação de ácidos em cargas orgânicas mais elevadas. Thermoanaerobacterium foi a bactéria com maior abundância relativa e esteve diretamente envolvida na produção de H2, enquanto Lactobacillus esteve principalmente envolvido na produção de HLa e, consequentemente a diminuição da produção de H2. O processo manteve altas eficiências na remoção de matéria orgânica (entre 51% a 86,5%) e rendimento de metano MY (> 148 NmL CH4.g-1DQOremovido), independentemente da separação de estágios e do aumento da carga orgânica. No entanto, em concentrações de substrato mais altas (22,5 g DQO.L-1), o melhor desempenho em termos de potencial de geração de energia a partir do CH4 foi observado no RST (205,6 kJ.d-1), o qual foi 64,5% maior do que o observado no RMT: 125 kJ.d-1. No RMT a partir da TCO de 22,5 kg DQO.m-3.d-1, houve uma diminuição no MY, indicando um desequilíbrio na metanogênese e acúmulo de compostos orgânicos inibitórios. No RMT também Methanosarcina (38,9%) e Methanothermobacter (37,6%) foram os microrganismos prevalentes a 7,5 kg de DQO.m-3.d-1 e 27,5 kg de DQO.m-3.d-1, respectivamente. Nos RSM e RST também foi observada uma predominância de metanogênicas hidrogenotroficas, sendo o gênero Methanothermobacter presente em ambos. Desta maneira, avaliando o melhor sistema para a produção de biogás a partir da codigestão entre vinhaça e melaço em RALF, a separação de fases aumentou o potencial energético em comparação ao reator de estágio único em concentrações superiores a 22,5 g DQO.L-1, devido ao acúmulo de ácidos e à redução da produção de CH4 no RMT. Além disso, permitiu a produção de produtos de valor agregado, como ácido lático e etanol no RAT, e a geração de H2. |
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