O Teatro Experimental do SESC como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leão, Howardinne Queiroz
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-04032021-161619/
Resumo: O trabalho investiga a trajetória do Teatro Experimental do SESC (TESC), grupo sediado em Manaus e estabelecido dentro da instituição do Serviço Social do Comércio do Amazonas (SESC-AM). Fundado em 1968, o grupo permaneceu ativo até 1982 e após de 21 anos, retornou em 2003, mantendo-se até 2016. A metodologia envolveu tanto uma pesquisa teórica acerca do teatro brasileiro quanto uma pesquisa de campo, por meio da história oral, reunindo diversas entrevistas com artistas que passaram pelo grupo e pessoas que acompanharam seu trabalho. Da compilação do material buscou-se registrar, compreender e analisar principalmente as duas primeiras fases (1968-1982), relacionando os aspectos socioculturais, políticos e estéticos à obra artística tesquiana. O resultado desta investigação é abordado em cinco capítulos. O primeiro visa dar um panorama sobre o aspecto sociocultural brasileiro, focando no cenário cultural amazonense, nas décadas de 1950 e 1960. Busca-se delinear, por meio dos movimentos artísticos de Manaus, o surgimento de uma modernização teatral amazonense por meio do teatro universitário. O segundo capítulo trata do início emblemático do grupo, liderado por Nielson Menão, considerado uma fase experimental e de descobertas teatrais, tendo em vista os sopros e mudanças do teatro brasileiro. Busca-se pelo ineditismo analisar a peça Calígula ou Como cansa ser romano nos trópicos, por meio do manuscrito e do diário de bordo encontrados. O terceiro capítulo aborda a fase de Márcio Souza enquanto diretor e dramaturgo a frente do grupo. Notam-se mudanças nos objetivos políticos e estéticos, mas ainda com forte caráter satírico, visto nas peças eleitas. A projeção nacional, o reconhecimento da crítica e a circulação foram conquistados nesta etapa. O capítulo seguinte realiza um panorama da instituição SESC e do Departamento Regional do Amazonas, seu papel em relação à cidade e ao grupo, para compreender as motivações das duas bruscas rupturas com o órgão. Também analisa-se a peça A resistível ascensão do Boto Tucuxi, em um momento de ressignificação da sigla TESC para Teatro Saltimbanco de Combate. Finalmente, no quinto capítulo, apresenta-se um ensaio sobre o panorama da última fase, surgida em um novo contexto sociopolítico e cultural. Contextualiza-se esta retomada e suas implicações - como a reconfiguração de grupo a companhia - as condições de trabalho, o processo criativo e pedagógico, por meio da história oral. Considera-se que o grupo em sua longevidade, apresentou e projetou o teatro amazonense, pôs em pauta temas singulares antes não discutidos, buscando na prática a sua metodologia. Observou-se ao longo da pesquisa que sua resistência envolveu diferentes movimentos, presentes no discurso, nas ações de combate à censura, nas escolhas dos trabalhos e na resistência do próprio ato teatral mediante condições nem sempre favoráveis. Constatou-se, neste processo dialético, confluências, transformações e oposições internas. O estudo reconhece esta história de relevos que, indubitavelmente, não passa despercebida na historiografia da encenação teatral amazonense. Recebe, portanto, com esta pesquisa uma discussão aprofundada junto ao teatro moderno brasileiro, sendo expoente exemplar da ribalta da resistência no Brasil.
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spelling O Teatro Experimental do SESC como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016).The SESC Experimental Theater as a political urgency brought to the sceneBrazilian theaterExperimental Theater of SESCgroup theaterresistance theaterteatro brasileiroteatro de grupoteatro de resistênciaTeatro Experimental do SESCO trabalho investiga a trajetória do Teatro Experimental do SESC (TESC), grupo sediado em Manaus e estabelecido dentro da instituição do Serviço Social do Comércio do Amazonas (SESC-AM). Fundado em 1968, o grupo permaneceu ativo até 1982 e após de 21 anos, retornou em 2003, mantendo-se até 2016. A metodologia envolveu tanto uma pesquisa teórica acerca do teatro brasileiro quanto uma pesquisa de campo, por meio da história oral, reunindo diversas entrevistas com artistas que passaram pelo grupo e pessoas que acompanharam seu trabalho. Da compilação do material buscou-se registrar, compreender e analisar principalmente as duas primeiras fases (1968-1982), relacionando os aspectos socioculturais, políticos e estéticos à obra artística tesquiana. O resultado desta investigação é abordado em cinco capítulos. O primeiro visa dar um panorama sobre o aspecto sociocultural brasileiro, focando no cenário cultural amazonense, nas décadas de 1950 e 1960. Busca-se delinear, por meio dos movimentos artísticos de Manaus, o surgimento de uma modernização teatral amazonense por meio do teatro universitário. O segundo capítulo trata do início emblemático do grupo, liderado por Nielson Menão, considerado uma fase experimental e de descobertas teatrais, tendo em vista os sopros e mudanças do teatro brasileiro. Busca-se pelo ineditismo analisar a peça Calígula ou Como cansa ser romano nos trópicos, por meio do manuscrito e do diário de bordo encontrados. O terceiro capítulo aborda a fase de Márcio Souza enquanto diretor e dramaturgo a frente do grupo. Notam-se mudanças nos objetivos políticos e estéticos, mas ainda com forte caráter satírico, visto nas peças eleitas. A projeção nacional, o reconhecimento da crítica e a circulação foram conquistados nesta etapa. O capítulo seguinte realiza um panorama da instituição SESC e do Departamento Regional do Amazonas, seu papel em relação à cidade e ao grupo, para compreender as motivações das duas bruscas rupturas com o órgão. Também analisa-se a peça A resistível ascensão do Boto Tucuxi, em um momento de ressignificação da sigla TESC para Teatro Saltimbanco de Combate. Finalmente, no quinto capítulo, apresenta-se um ensaio sobre o panorama da última fase, surgida em um novo contexto sociopolítico e cultural. Contextualiza-se esta retomada e suas implicações - como a reconfiguração de grupo a companhia - as condições de trabalho, o processo criativo e pedagógico, por meio da história oral. Considera-se que o grupo em sua longevidade, apresentou e projetou o teatro amazonense, pôs em pauta temas singulares antes não discutidos, buscando na prática a sua metodologia. Observou-se ao longo da pesquisa que sua resistência envolveu diferentes movimentos, presentes no discurso, nas ações de combate à censura, nas escolhas dos trabalhos e na resistência do próprio ato teatral mediante condições nem sempre favoráveis. Constatou-se, neste processo dialético, confluências, transformações e oposições internas. O estudo reconhece esta história de relevos que, indubitavelmente, não passa despercebida na historiografia da encenação teatral amazonense. Recebe, portanto, com esta pesquisa uma discussão aprofundada junto ao teatro moderno brasileiro, sendo expoente exemplar da ribalta da resistência no Brasil.The work investigates the trajectory of the SESC Experimental Theater (TESC), a group based in Manaus and established within the institution of the Social Service of Commerce of Amazonas (SESC-AM). Founded in 1968, the group remained active until 1982 and after 21 years, returned in 2003, continuing until 2016. The methodology involved both theoretical research about Brazilian theater and field research, through oral history, bringing together several interviews with artists who passed through the group and people who followed their work. From the material\'s compilation, we sought to record, understand and analyze mainly the first two phases (1968-1982), relating the socio-cultural, political and aesthetic aspects to the Tesquian artistic work. The result of this investigation is covered in five chapters. The first aims to provide an overview of the Brazilian sociocultural aspect, focusing on the Amazonian cultural scene, in the 1950s and 1960s. The aim is to outline, through the Manaus\'s artistic movements, the emergence of an Amazonian theatrical modernization through academic theater. The second chapter deals with the beginning of the group, led by Nielson Menão, considered an experimental phase and theatrical discoveries, in view of the winds and changes of Brazilian theater. The novelty analyzes the piece \"Calígula ou Como cansa ser romano nos trópicos\", through the manuscript and logbook found. The third chapter deals with the phase of Márcio Souza as director and playwright at the head of the group. There are changes in political and aesthetic objectives, but still with satire, seen in the chosen pieces. The national projection, criticism\'s recognition and circulation were achieved in this stage. The next chapter provides an overview of the SESC institution and the Amazonas Regional Department, its role in relation to the city and the group, to understand the motivations of the two sudden ruptures with the organ. Also analyzed is the play of \"A resistível ascensão do Boto Tucuxi\", in the redefinition of the acronym TESC to \"Teatro Saltimbanco de Combate\". Finally, in the fifth chapter, is presented the last phase, which emerged in a new socio-political and cultural context. This resumption and its implications - such as the reconfiguration of group - are contextualized in working conditions, the creative and pedagogical process, through oral history. It is considered that the group in its longevity, presented and designed the Amazonian theater, put on the agenda themes that had not been discussed before, seeking in practice its methodology. It was observed throughout the research that his resistance involved different movements, present in the discourse, in actions to combat censorship, in the works\'s choices and in the resistance of the theatrical act itself under conditions that are not always favorable. In this dialectic process, confluences, transformations and internal oppositions were found. The study recognizes this history of reliefs that doesn\'t go unnoticed in the historiography of the theatrical staging in Amazonas. Therefore, with this research he receives a discussion with the modern Brazilian theater, being an exemplary exponent of the limelight of resistance in Brazil.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAzevedo, Elizabeth Ferreira Cardoso RibeiroLeão, Howardinne Queiroz2020-12-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-04032021-161619/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-03-04T23:27:02Zoai:teses.usp.br:tde-04032021-161619Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-03-04T23:27:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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