Poderia o aleitamento materno reduzir o risco de obesidade em crianças e adolescentes?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Siqueira, Renata Scanferla
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-14122021-200716/
Resumo: Contexto: A obesidade é considerada uma epidemia global e sua prevalência em crianças e adolescentes vem aumentando nas últimas décadas não só nos países desenvolvidos mas também nos que estão em desenvolvimento. Em crianças e adolescentes, a obesidade está associada a fatores de risco para doenças cardiovasculares, respiratórias e metabólicas, além de contribuir para a baixa auto-estima e discriminação social, oportunizando, assim, complicações emocionais. A obesidade em crianças constitui-se, ainda, em fator preditivo para a obesidade no adulto. Seu tratamento é difícil e, muitas vezes, sem sucesso, tornando fundamental sua prevenção. Estudos epidemiológicos sugerem que o aleitamento materno na infância pode atuar como fator protetor contra obesidade na infância e adolescência. Objetivo: examinar a associação entre aleitamento materno na infância e a ocorrência de obesidade em crianças e adolescentes brasileiros com idades entre 6 e 14 anos. Métodos: estudo transversal envolvendo 555 crianças e adolescentes brasileiros com idades entre 6 e 14 anos, estudantes de uma escola particular localizada na zona sul da cidade de São Paulo. A primeira etapa do estudo consistiu na tomada de medidas de peso, altura e dobras cutâneas (tricipital e subscapular). As medidas de dobras cutâneas foram tomadas duas vezes pelo mesmo indivíduo. A segunda etapa do estudo envolveu o preenchimento, pelas mães dos alunos, de um questionário estruturado. A obesidade - variável desfecho do estudo - foi definida como IMC ≥ percentil 85 aliado a valores de pregas cutâneas ≥ percentil 90, em ambos os casos adotando-se como referência o padrão NCHS/OMS. A variável exposição foi a freqüência e a duração do aleitamento materno. Resultados: a prevalência de obesidade foi de 26%. O presente estudo sugere que o risco de obesidade em crianças e adolescentes que nunca receberam aleitamento materno é duas vezes superior (OR=2,06; IC95% 1,02- 4,16) ao risco nos demais. Não se encontrou um efeito dose-resposta na associação entre duração do aleitamento e obesidade na infância e adolescência. Conclusão: crianças e adolescentes que nunca receberam aleitamento materno têm maior risco de obesidade sem e com ajuste para variáveis de confusão e empregando-se, no caso de análises ajustadas, a regressão logística. Entretanto, são necessários mais estudos, principalmente estudos longitudinais, para melhor esclarecer a associação entre a duração do aleitamento materno e a obesidade em crianças e adolescentes.
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Estudos epidemiológicos sugerem que o aleitamento materno na infância pode atuar como fator protetor contra obesidade na infância e adolescência. Objetivo: examinar a associação entre aleitamento materno na infância e a ocorrência de obesidade em crianças e adolescentes brasileiros com idades entre 6 e 14 anos. Métodos: estudo transversal envolvendo 555 crianças e adolescentes brasileiros com idades entre 6 e 14 anos, estudantes de uma escola particular localizada na zona sul da cidade de São Paulo. A primeira etapa do estudo consistiu na tomada de medidas de peso, altura e dobras cutâneas (tricipital e subscapular). As medidas de dobras cutâneas foram tomadas duas vezes pelo mesmo indivíduo. A segunda etapa do estudo envolveu o preenchimento, pelas mães dos alunos, de um questionário estruturado. A obesidade - variável desfecho do estudo - foi definida como IMC ≥ percentil 85 aliado a valores de pregas cutâneas ≥ percentil 90, em ambos os casos adotando-se como referência o padrão NCHS/OMS. A variável exposição foi a freqüência e a duração do aleitamento materno. Resultados: a prevalência de obesidade foi de 26%. O presente estudo sugere que o risco de obesidade em crianças e adolescentes que nunca receberam aleitamento materno é duas vezes superior (OR=2,06; IC95% 1,02- 4,16) ao risco nos demais. Não se encontrou um efeito dose-resposta na associação entre duração do aleitamento e obesidade na infância e adolescência. Conclusão: crianças e adolescentes que nunca receberam aleitamento materno têm maior risco de obesidade sem e com ajuste para variáveis de confusão e empregando-se, no caso de análises ajustadas, a regressão logística. Entretanto, são necessários mais estudos, principalmente estudos longitudinais, para melhor esclarecer a associação entre a duração do aleitamento materno e a obesidade em crianças e adolescentes.Context: Obesity is considered a global epidemic and its prevalence in children and adolescents have been rising over the past two decades not only in developed countries but also in developing ones. Children obesity is associated with cardiovascular, respiratory and metabolic diseases and also obesity contributes to lower self-steem and adverse social and emotional outcomes. Also child obesity predicts obesity in later life. Once present, obesity is hard to treat. For this reason, prevention is a paramout. Epidemiologic studies suggest that breast-feeding can protect against obesity in children and adolescents. Objetive: to examine the association between breast-feeding and obesity in Brazilians students aged 6 to 14 years old. Métodos: cross-sectional study. The sample consisted of 555 students aged 6 o 14 years from a private school situated in city of São Paulo. In the first part of the study, body weight, height, subscapular and triciptal skinfolds were measured. A single anthropometrist carried out each skinfold measure on ali participants. In the second part of the study, a structured questionnaire was filled out by the student\'s mothers. Obesity was defined as body mass index (BMI) at or above the 85th centile of sex and age specific distribution plus subscapular and tricipts skinfold at or above the 90th centile (NCHS/WHO). Results: the prevalence of obesity was 26%. This study suggests that the risk of obesity in children and adolescents that have never been breast-fed doubled compared with those breast-fed (OR=2,06; IC95% 1,02-4,16). There was no dose-dependent effect of the duration of breast-feeding on the prevalence of obesity. Conclusion: children and adolescents never breast-fed have greater risk of obesity, even after adjusting for potential confouding factors.We used logistic regression to adjust for confouding.This find indicates that further studies, mainly longitudinal ones, are needed to better explain the association between breast-feeding and obesity in children and adolescents.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMonteiro, Carlos AugustoSiqueira, Renata Scanferla2005-10-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-14122021-200716/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-12-14T22:22:02Zoai:teses.usp.br:tde-14122021-200716Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-12-14T22:22:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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