Prevalência de escoliose idiopática do adolescente em cidades do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Penha, Patricia Jundi
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-24102016-142715/
Resumo: A escoliose idiopática do adolescente (EIA) é uma deformidade tridimensional da coluna vertebral. Dados epidemiológicos sobre sua prevalência nas regiões do hemisfério sul não são suficientes. Primeiramente, o objetivo deste estudo foi estimar a prevalência da EIA em cidades do interior do estado de São Paulo; secundariamente, identificar fatores demográficos, clínicos e relacionados ao estilo de vida e à postura associados à ocorrência da escoliose e avaliar a validade e capacidade preditiva do escoliômetro®. Foram avaliados 2.562 adolescentes (1.490 meninas e 1.072 meninos), entre 10 e 14 anos. Os adolescentes eram estudantes de escolas públicas estaduais pertencentes à Diretoria Regional de Ensino de Mogi Mirim/SP. O rastreamento para EIA foi feito pela mensuração do ângulo de rotação de tronco (ART) no teste de Adams por meio do escoliômetro® e pelo exame radiográfico. Adolescentes com ART >= 7º foram encaminhados para radiografia e diagnosticou-se a escoliose quando o ângulo de Cobb foi maior ou igual a 10º. A avaliação postural foi realizada por fotografias analisadas no Software de Avaliação Postural (SAPO) dos adolescentes com suspeita (ART >= 7º e Cobb < 10º) e com escoliose (ART >= 7º e Cobb >= 10º). Os resultados mostraram prevalência de 1,5% (IC95%: 1 - 1,9%), sendo maior para o sexo feminino (2,2%; IC95%: 1,4 - 2,9%) do que masculino (0,5%; IC95%: 0,1 - 0,9%). Os fatores associados à ocorrência da escoliose foram o sexo feminino (odds ratio: 4,7; IC95%: 1,8 - 12,2; p=0,001), as idades de 13 e 14 anos (odds ratio: 2,2; IC95%: 1 - 4,8; p=0,035) e o desnivelamento dos ombros (odds ratio: 1,4; IC95%: 1,1 - 1,8; p=0,011). Houve predomínio de curvas duplas (59,4%) e de lateralidade à direita (56,8%), porém de baixa magnitude (75% com ângulo de Cobb até 22º) e fator de progressão (75% com fator de até 1,2). As curvas à direita apresentaram maior magnitude (ângulo de Cobb: 20,8º (7,3º)) do que aquelas à esquerda (13,8º (4,1º)) (p=0,003). O encaminhamento ao exame radiográfico foi de 5%. O escoliômetro® apresentou melhor sensibilidade aos 45º de flexão anterior de tronco (53,8% (IC95%: 43,7 - 64)) e melhores especificidade e valor preditivo positivo aos 60º (75% (IC95%: 66,2 - 83,9%) e 78,4% (IC95%: 70 - 86,8%), respectivamente). Concluiu-se, portanto, que a prevalência da EIA em cidades do estado de São Paulo (1,5%) foi semelhante à descrita na literatura (2%), sendo também mais prevalente no sexo feminino e nas idades mais próximas à puberdade (13 e 14 anos). Considerando que a puberdade ocorre em momentos distintos entre os sexos, sendo mais tardio para o masculino, a recomendação de se realizar programas de rastreamento escolar para escoliose na mesma faixa etária (10-14 anos) para ambos os sexos deve ser repensada. A validade e capacidade preditiva do escoliômetro® foram melhores aos 60º de flexão de tronco. Em relação aos aspectos posturais, o alinhamento horizontal dos acrômios, que avalia o desnivelamento dos ombros, está associado à presença de escoliose idiopática do adolescente e deve ser considerado na rotina de avaliação dos adolescentes seja no ambiente clínico ou escolar
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O rastreamento para EIA foi feito pela mensuração do ângulo de rotação de tronco (ART) no teste de Adams por meio do escoliômetro® e pelo exame radiográfico. Adolescentes com ART >= 7º foram encaminhados para radiografia e diagnosticou-se a escoliose quando o ângulo de Cobb foi maior ou igual a 10º. A avaliação postural foi realizada por fotografias analisadas no Software de Avaliação Postural (SAPO) dos adolescentes com suspeita (ART >= 7º e Cobb < 10º) e com escoliose (ART >= 7º e Cobb >= 10º). Os resultados mostraram prevalência de 1,5% (IC95%: 1 - 1,9%), sendo maior para o sexo feminino (2,2%; IC95%: 1,4 - 2,9%) do que masculino (0,5%; IC95%: 0,1 - 0,9%). Os fatores associados à ocorrência da escoliose foram o sexo feminino (odds ratio: 4,7; IC95%: 1,8 - 12,2; p=0,001), as idades de 13 e 14 anos (odds ratio: 2,2; IC95%: 1 - 4,8; p=0,035) e o desnivelamento dos ombros (odds ratio: 1,4; IC95%: 1,1 - 1,8; p=0,011). Houve predomínio de curvas duplas (59,4%) e de lateralidade à direita (56,8%), porém de baixa magnitude (75% com ângulo de Cobb até 22º) e fator de progressão (75% com fator de até 1,2). As curvas à direita apresentaram maior magnitude (ângulo de Cobb: 20,8º (7,3º)) do que aquelas à esquerda (13,8º (4,1º)) (p=0,003). O encaminhamento ao exame radiográfico foi de 5%. O escoliômetro® apresentou melhor sensibilidade aos 45º de flexão anterior de tronco (53,8% (IC95%: 43,7 - 64)) e melhores especificidade e valor preditivo positivo aos 60º (75% (IC95%: 66,2 - 83,9%) e 78,4% (IC95%: 70 - 86,8%), respectivamente). Concluiu-se, portanto, que a prevalência da EIA em cidades do estado de São Paulo (1,5%) foi semelhante à descrita na literatura (2%), sendo também mais prevalente no sexo feminino e nas idades mais próximas à puberdade (13 e 14 anos). Considerando que a puberdade ocorre em momentos distintos entre os sexos, sendo mais tardio para o masculino, a recomendação de se realizar programas de rastreamento escolar para escoliose na mesma faixa etária (10-14 anos) para ambos os sexos deve ser repensada. A validade e capacidade preditiva do escoliômetro® foram melhores aos 60º de flexão de tronco. Em relação aos aspectos posturais, o alinhamento horizontal dos acrômios, que avalia o desnivelamento dos ombros, está associado à presença de escoliose idiopática do adolescente e deve ser considerado na rotina de avaliação dos adolescentes seja no ambiente clínico ou escolarAdolescent idiopathic scoliosis is a common three-dimensional spinal deformity. Epidemiological data about the condition in South Hemisphere are insufficient. First, the objective of this study was to estimate the adolescent idiopathic scoliosis prevalence rate in cities of São Paulo, Brazil. Second to identify demographic, clinical, lifestyle and body posture factors associated with adolescent idiopathic scoliosis, and to assess the Scoliometer accuracy. We assessed 2,562 adolescents (1,490 girls and 1,072 boys), between 10 and 14 years of age. The adolescents studied in public schools belong to Education Regional Board of Mogi Mirim/SP. The screening procedure included the measurement of Angle of Trunk Rotation (ATR) using a Scoliometer in the Adams test and the radiographic examination. The adolescents with ATR >= 7o were referral to radiographic examination and body photographic. A Cobb angle >= 10o on standing radiographs were classified as adolescent idiopathic scoliosis. We used Postural Assessment Software (PAS) to analyze posture and we divided into adolescents with scoliosis suspicion (ATR >= 7o and Cobb angle < 10o) and with scoliosis (ATR >= 7o and Cobb angle >= 10o). The adolescent idiopathic scoliosis prevalence rate was 1.5% (95% CI: 1 - 1.9%), higher to females (2.2%; 95% CI: 1.4 - 2.9%) than males (0.5%; 95% CI: 0.1 - 0.9%). The following factors were associated with adolescent idiopathic scoliosis: female gender (odds ratio, 4.7; 95% CI: 1.8 - 12.2; p=0.001), the 13 and 14-year age group (odds ratio, 2.2; 95% CI: 1 - 4.8; p=0.035) and shoulder imbalance (odds ratio, 1.4; 95% CI: 1.1 - 1.8; p=0.011). The double curves and right laterality were more frequent (59.4% and 56.8%, respectively), but with low magnitude (75% with Cobb angle until 22o) and progression factor (75% with progression factor until 1.2). The right curves (20.8º (7.3º)) showed high magnitude than the left ones (13.8º (4.1º)) (p=0.003). The referral to radiography was 5%. Scoliometer sensitivity was better at 45o forward bending test (53,8% (95% CI: 43,7 - 64)), and the specificity and positive predictive value were better at 60o (75% (95% CI: 66.2 - 83.9%) and 78.4% (95% CI: 70 - 86.8%), respectively). We concluded that the prevalence of adolescent idiopathic scoliosis in cities of São Paulo (1.5%) was similar to the literature (2%) and was also more prevalent in females and in puberty ages (13 and 14 years). Whereas puberty occurs at different times between gender, and later for males, the recommendation to screen the same age group (10-14 years) for both genders must be rethought. Scoliometer accuracy was better at 60o forward bending test. The shoulder imbalance assessed by horizontal alignment of acromion was associated with the presence of adolescent idiopathic scoliosis and should be considered as an assessment routine for adolescents in clinical or school environmentBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJoão, Silvia Maria AmadoPenha, Patricia Jundi2016-08-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-24102016-142715/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-10-02T20:03:01Zoai:teses.usp.br:tde-24102016-142715Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-10-02T20:03:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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