Interdita liberdade em Duas Rodas: juventude e desenvolvimento da indústria motociclística no Brasil (1974-2000)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cristiano José Pereira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.8.2013.tde-12092013-122057
Resumo: A presente Tese de Doutorado possui, como objetivo principal, trabalhar a questão da juventude menorista impedida de dirigir legalmente pelo Estado veículos motorizados de duas rodas, inserida como consumidora na formação da indústria motociclística brasileira. A periodização da presente Tese começa em 1974, que marca da entrada da Yamaha, primeira indústria japonesa do ramo de duas rodas no Brasil, e 2000, último ano do século XX. O ano de 1974 também marca o início da publicação da revista especializada em motocicletas DUAS RODAS, periódico publicado até os presentes dias, o qual se constitui como principal fonte para compreendermos a história do motociclismo nacional no período. O Estado, principalmente após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, delimitou os parâmetros que a sociedade brasileira deveria, necessariamente, respeitar em relação aos menores de idade. O conjunto da legislação brasileira foi, no período 1974- 2000, conscientemente desobedecido por membros da chamada \"nata motorizada\", que exerceu o seu poder de consumo, com o apoio tácito da indústria brasileira, para a utilização de veículos motorizados de duas rodas pela juventude menorista no século XX. O presente trabalho documenta a nossa iniciativa em defender a tese de que a juventude menorista foi impedida de dirigir legalmente veículos motorizados de duas rodas no Brasil no período entre 1974-2000, devido, principalmente, à burocracia lotada nos Departamentos de Trânsito, que não desejava a presença de menores de idade motorizados nas ruas. Esta burocracia, que possuía os chamados \"gestores incontestes\", associava esses menores de idade nas ruas à desordem, subversão e desobediência às normas brasileiras de trânsito. A indústria brasileira de veículos de duas rodas, representada por uma entidade de classe, a Abraciclo, tomara a si a iniciativa de constituir-se como um grupo de pressão para conseguir do Estado a aprovação de uma legislação permissiva ao uso de ciclomotores à juventude menorista. Após a não aplicação da Resolução n. 50, de 1998, as indústrias brasileiras congregadas na Abraciclo praticamente abandonaram a luta com o Estado, que cedeu, não sem alívio, às pressões dos \"gestores incontestes\", membros de sua própria burocracia responsável pelo trânsito nacional, que utilizaram de sua posição privilegiada de \"especialistas\" para impor seu posicionamento frente à questão da juventude menorista usuários de veículos motorizados de duas rodas em âmbito urbano.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Interdita liberdade em Duas Rodas: juventude e desenvolvimento da indústria motociclística no Brasil (1974-2000) Forbidden freedom in Duas Rodas: youth and development of motorcycling industry in Brazil (1974-2000) 2013-06-28Esmeralda Blanco Bolsonaro de MouraMaria Aparecida de AquinoSilvia Maria Fávero ArendOlga BritesAilton Jose MorelliCristiano José PereiraUniversidade de São PauloHistória EconômicaUSPBR "Cream motorized" "Gestores incontestes" "Managers unchallenged" "Nata motorizada" História da indústria motociclística brasileira Industrialização Industrialization Juventude The history of Brazilian motorcycling industry Youth A presente Tese de Doutorado possui, como objetivo principal, trabalhar a questão da juventude menorista impedida de dirigir legalmente pelo Estado veículos motorizados de duas rodas, inserida como consumidora na formação da indústria motociclística brasileira. A periodização da presente Tese começa em 1974, que marca da entrada da Yamaha, primeira indústria japonesa do ramo de duas rodas no Brasil, e 2000, último ano do século XX. O ano de 1974 também marca o início da publicação da revista especializada em motocicletas DUAS RODAS, periódico publicado até os presentes dias, o qual se constitui como principal fonte para compreendermos a história do motociclismo nacional no período. O Estado, principalmente após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, delimitou os parâmetros que a sociedade brasileira deveria, necessariamente, respeitar em relação aos menores de idade. O conjunto da legislação brasileira foi, no período 1974- 2000, conscientemente desobedecido por membros da chamada \"nata motorizada\", que exerceu o seu poder de consumo, com o apoio tácito da indústria brasileira, para a utilização de veículos motorizados de duas rodas pela juventude menorista no século XX. O presente trabalho documenta a nossa iniciativa em defender a tese de que a juventude menorista foi impedida de dirigir legalmente veículos motorizados de duas rodas no Brasil no período entre 1974-2000, devido, principalmente, à burocracia lotada nos Departamentos de Trânsito, que não desejava a presença de menores de idade motorizados nas ruas. Esta burocracia, que possuía os chamados \"gestores incontestes\", associava esses menores de idade nas ruas à desordem, subversão e desobediência às normas brasileiras de trânsito. A indústria brasileira de veículos de duas rodas, representada por uma entidade de classe, a Abraciclo, tomara a si a iniciativa de constituir-se como um grupo de pressão para conseguir do Estado a aprovação de uma legislação permissiva ao uso de ciclomotores à juventude menorista. Após a não aplicação da Resolução n. 50, de 1998, as indústrias brasileiras congregadas na Abraciclo praticamente abandonaram a luta com o Estado, que cedeu, não sem alívio, às pressões dos \"gestores incontestes\", membros de sua própria burocracia responsável pelo trânsito nacional, que utilizaram de sua posição privilegiada de \"especialistas\" para impor seu posicionamento frente à questão da juventude menorista usuários de veículos motorizados de duas rodas em âmbito urbano. This Doctoral Thesis has as main objective, to address the issue of youth legally barred from driving state-motorized two-wheel, inserted as a consumer in the formation of Brazilian motorcycling industry. The stages of this thesis begins in 1974, which marks the entrance to the Yamaha, the Japanese industry\'s first two-wheeler industry in Brazil, and 2000, the last year of the twentieth century. The year 1974 also marks the beginning of the publication of the magazine on motorcycles \"DUAS RODAS\", periodical published to the present day, which constitutes the main source for understanding the history of motorcycling in the national period. The state, especially after the enactment of the Statute of the Child and Adolescent (Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA) in 1990 delineated the parameters that Brazilian society should necessarily comply in relation to minors. The set of Brazilian legislation was, in the period 1974-2000, knowingly disobeyed by members of the \"motorized cream\", which exercised its power consumption, with the tacit support of the Brazilian industry for the use of motorized two-wheelers by youth in the twentieth century. This paper documents our initiative to defend the thesis that youth was legally barred from driving motorized two wheels in Brazil in the period 1974-2000, mainly due to bureaucracy crowded in Traffic Departments, who did not wish the presence of minors motorized street. This bureaucracy, which had called \"managers uncontested\", associating these underage street disorder, subversion and disobedience to traffic rules in Brazil. The Brazilian industry of two wheelers, represented by an entity class, Abraciclo, had taken upon themselves the initiative to establish itself as a pressure group to get state approval for permissive legislation the use of mopeds youth. After the non-implementation of Resolution. 50, 1998, Brazilian industries gathered in Abraciclo virtually abandoned the struggle with the state, which yielded, not without relief, the pressures of \"uncontested managers\", members of his own bureaucracy responsible for national traffic, who used his privileged position of \"experts\" to impose its position relative to the issue of youth users of motorized two wheelers in the urban context. https://doi.org/10.11606/T.8.2013.tde-12092013-122057info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:48:26Zoai:teses.usp.br:tde-12092013-122057Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:33:49.744026Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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