Medo e segregação na cidade: sociabilidades em jogo em um contexto de enclaves fortificados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-22112019-142949/ |
Resumo: | Esta pesquisa parte do entendimento de dinâmicas de segregação e auto-segregação, que tomaram forma em grandes cidades brasileiras a partir da década de 70, conduzindo a uma prática de reprodução de enclaves fortificados, como colocado por Caldeira (2000). Em um movimento retroalimentado, a insegurança de viver na grande cidade recebe respostas arquitetônicas e urbanísticas: muros altos, cercas, sistemas de segurança, patrulhas privadas, guaritas, um estado de vigilância permanente, como disse Bauman (2014). A sociabilidade decorrente dessa dinâmica passa a ser pautada pela sensação de medo, intolerância e ameaça constante. Como este modo de organização da cidade altera as sociabilidades e a percepção do espaço urbano? Esta dinâmica gera um movimento de supervalorização da exclusividade, de negação de alteridades; contribui para a intolerância e para a construção de um mercado do medo, que vende a sensação de segurança (mesmo que esta não seja verdadeira) sob a forma de loteamentos fechados, e sistemas de segurança privados. Enquanto estratégia de campo, o trabalho se vale de levantamentos espaciais de loteamentos fechados, de modo a investigar como a arquitetura e morfologia desses espaços se relacionam com a estratégias de segurança; e levantamentos sociais qualitativos (baseados em entrevistas e questionários) com moradores desses loteamentos, localizados em cidades da Região Metropolitana de Campinas (Itatiba, Campinas, Valinhos e Vinhedo) sobre suas perspectivas acerca do medo urbano e dos seus modos de utilização dos espaços coletivos intramuros e dos espaços públicos extramuros. Esta pesquisa se preocupa principalmente em discutir como todo o aparato construído sobre o medo, e que resulta em vivências e espaços enraizados nesse afeto, se manifesta nas socializações cotidianas. |
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Medo e segregação na cidade: sociabilidades em jogo em um contexto de enclaves fortificadosFear and segregation in the city: sociabilities at stake in a fortified enclaves contextCampinas metropolitan areaClosed communitiesCondomínios fechadosEnclaves fortificadosFortified enclavesMedo urbanoRegião metropolitana de campinasSociabilidadesSociabilitiesUrban fearEsta pesquisa parte do entendimento de dinâmicas de segregação e auto-segregação, que tomaram forma em grandes cidades brasileiras a partir da década de 70, conduzindo a uma prática de reprodução de enclaves fortificados, como colocado por Caldeira (2000). Em um movimento retroalimentado, a insegurança de viver na grande cidade recebe respostas arquitetônicas e urbanísticas: muros altos, cercas, sistemas de segurança, patrulhas privadas, guaritas, um estado de vigilância permanente, como disse Bauman (2014). A sociabilidade decorrente dessa dinâmica passa a ser pautada pela sensação de medo, intolerância e ameaça constante. Como este modo de organização da cidade altera as sociabilidades e a percepção do espaço urbano? Esta dinâmica gera um movimento de supervalorização da exclusividade, de negação de alteridades; contribui para a intolerância e para a construção de um mercado do medo, que vende a sensação de segurança (mesmo que esta não seja verdadeira) sob a forma de loteamentos fechados, e sistemas de segurança privados. Enquanto estratégia de campo, o trabalho se vale de levantamentos espaciais de loteamentos fechados, de modo a investigar como a arquitetura e morfologia desses espaços se relacionam com a estratégias de segurança; e levantamentos sociais qualitativos (baseados em entrevistas e questionários) com moradores desses loteamentos, localizados em cidades da Região Metropolitana de Campinas (Itatiba, Campinas, Valinhos e Vinhedo) sobre suas perspectivas acerca do medo urbano e dos seus modos de utilização dos espaços coletivos intramuros e dos espaços públicos extramuros. Esta pesquisa se preocupa principalmente em discutir como todo o aparato construído sobre o medo, e que resulta em vivências e espaços enraizados nesse afeto, se manifesta nas socializações cotidianas.This research starts from the understanding of segregation and auto-segregation dynamics, which took place in big brazillian cities since the 70s, conducting to a fortified enclaves reproduction practice, as put by Caldeira (2000). In a feedback movement, the insecurity of living in the big city receives architectural and urbanistic answers: high walls, fences, security systems, private guard teams, security cabins, a permanent surveillance state, as Bauman (2014) said. The consequential sociability of this dynamics begins to be ruled by the feeling of fear, intolerance and constant threat. How can this city organization way alter the sociabilities and the urban space perception? This dynamics generates a movement of exclusivity overvaluation, denial of otherness; contributes for intolerance and to the construction of a fear market, which sells the security feeling (even though it might not be real) under the form of closed allotments, gated communities and private security systems. As field research strategy, this work will be using spatial sudies of the gated communities, in order to investigate how these allotments architecture and morphology, relates to the security strategies; and qualitative social studies (based on interviews and questionnaires) with residents of closed communities located in cities inside the Campinas metropolitan area (Itatiba, Campinas, Valinhos and Vinhedo) about their perspectives on urban fear and their ways of using the collective spaces inside the community and public spaces outside them. This research discusses how the whole apparatus built on fear, which results in ways of living and spaces rooted in this affection, manifests itself in everyday socializations.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoreira, Tomas AntonioBaldam, Rafael2019-09-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-22112019-142949/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-11-29T21:38:02Zoai:teses.usp.br:tde-22112019-142949Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-11-29T21:38:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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