Sindicalismo e crise política no brasil (2013 2017): uma análise da atuação da Central Única dos Trabalhadores e da Força Sindical
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-22042021-191628/ |
Resumo: | O presente trabalho pretende analisar, a partir dos conflitos de classe presentes no processo político contemporâneo, a atuação da Central Única dos Trabalhadores e da Força Sindical durante o período 2013-2017, no qual o país atravessou uma crise política e uma crise econômica, depois de um período de estabilidade política e crescimento econômico. Entre 2004 e 2013, em uma conjuntura favorável, o sindicalismo obteve ganhos reais - que contribuíram para o acúmulo de contradições, de caráter distributivo, no interior da frente política que sustentou os governos Lula e Dilma (2003-2016). Além disso, o sindicalismo foi um agente político relevante, reconhecido como força legítima de interlocução nesses governos. Ainda antes do golpe de 2016, o sindicalismo passou a sentir os primeiros efeitos da crise. O aumento do desemprego, a desaceleração econômica e medidas de ataque aos direitos trabalhistas e sociais reinstalaram um período defensivo para o sindicalismo no qual se demonstrou que, apesar do ciclo grevista ofensivo (2004 - 2013), o sindicalismo não logrou acumular forças que lhe permitissem enfrentar o período seguinte. Além de compreender como essas centrais atuaram, procuramos analisar suas compreensões sobre a crise, mas também o modo como essas duas centrais foram afetadas pela crise. Durante a crise do impeachment de Dilma a CUT teve dificuldades de mobilizar sua base em defesa do mandato da presidenta e a Força Sindical se dividiu fortemente. No momento posterior, no enfrentamento às reformas neoliberais propostas por Temer, houve uma unidade maior, ainda que com divergências de métodos de luta, e maior adesão das bases às manifestações de rua. Em relação ao método de pesquisa, lançamos mão, principalmente, da análise crítica dos documentos das centrais e de entrevistas semi-dirigidas com lideranças de ambas as entidades, bem como suas declarações na imprensa (sindical, comercial e alternativa). Julgamos que esse objeto nos permitiu explorar algumas das contradições de classe presentes na conjuntura contemporânea e a compreender, com isso, em maior profundida a conjuntura política brasileira dos últimos anos. |
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Sindicalismo e crise política no brasil (2013 2017): uma análise da atuação da Central Única dos Trabalhadores e da Força SindicalTrade Unionism and political crisis in Brazil (2013 - 2017): an analysis of the performance of Central Única dos Trabalhadores and Força SindicalAção sindicalCentral Única dos TrabalhadoresCentral Única dos TrabalhadoresCrise políticaForça SindicalForça SindicalPolitical crisisSindicalismoUnion activismUnionismO presente trabalho pretende analisar, a partir dos conflitos de classe presentes no processo político contemporâneo, a atuação da Central Única dos Trabalhadores e da Força Sindical durante o período 2013-2017, no qual o país atravessou uma crise política e uma crise econômica, depois de um período de estabilidade política e crescimento econômico. Entre 2004 e 2013, em uma conjuntura favorável, o sindicalismo obteve ganhos reais - que contribuíram para o acúmulo de contradições, de caráter distributivo, no interior da frente política que sustentou os governos Lula e Dilma (2003-2016). Além disso, o sindicalismo foi um agente político relevante, reconhecido como força legítima de interlocução nesses governos. Ainda antes do golpe de 2016, o sindicalismo passou a sentir os primeiros efeitos da crise. O aumento do desemprego, a desaceleração econômica e medidas de ataque aos direitos trabalhistas e sociais reinstalaram um período defensivo para o sindicalismo no qual se demonstrou que, apesar do ciclo grevista ofensivo (2004 - 2013), o sindicalismo não logrou acumular forças que lhe permitissem enfrentar o período seguinte. Além de compreender como essas centrais atuaram, procuramos analisar suas compreensões sobre a crise, mas também o modo como essas duas centrais foram afetadas pela crise. Durante a crise do impeachment de Dilma a CUT teve dificuldades de mobilizar sua base em defesa do mandato da presidenta e a Força Sindical se dividiu fortemente. No momento posterior, no enfrentamento às reformas neoliberais propostas por Temer, houve uma unidade maior, ainda que com divergências de métodos de luta, e maior adesão das bases às manifestações de rua. Em relação ao método de pesquisa, lançamos mão, principalmente, da análise crítica dos documentos das centrais e de entrevistas semi-dirigidas com lideranças de ambas as entidades, bem como suas declarações na imprensa (sindical, comercial e alternativa). Julgamos que esse objeto nos permitiu explorar algumas das contradições de classe presentes na conjuntura contemporânea e a compreender, com isso, em maior profundida a conjuntura política brasileira dos últimos anos.The present paper intends to analyze, the role played by Central Única dos Trabalhadores and by Força Sindical during the years of 2013 until 2017, a specific period of time that Brasil went through economic and political crisis, considering, as a background, a conflict between classes. Threfore, it can not be ignored that between the years of 2004 and 2013, the unionships had achievied really significant outcomes, that ended up creating an amount of mixed up and paradoxal ideas, among the political front that was, at the time, essential for Lulas and Dilma\'s administrations (2003-2016). On top of that, unionships was a really important and legit political agent, because of its capacity to establish a dialogue with those governments. Before 2016 coupe unionism has been affected by the economical crisis primary effects, such as the growth of unemployment, deceleration of economic and a direct attack to their rights, regarding the changes to labor law, field. This scenery restored a defensive approach by the unions towards the government, because it seemed to them that despite their achivementes during the ciclo grevista (strike circle), they were not able to stand up to what was coming next. Duiring the period of time in which Dilma Roussef was being impeached, CUT had a hard time gathering ther members to support her continuance as President. The union\'s force had a massive split. However, when it came down to the changes regarding the Labor Law, during Michel Temer\'s administration, the unions were able to present a united front, despite of different points of view regarding different ways to fight for rights. It was also possible to observe a larger participation form unions\' members on public manifestations. Regarding the research methods, a critical analysis of Unions Centrals documents was made. Later the statemets given to the press by unions leading members were also analysed. In addition to that, interviews were conducted, in order to get specific informations regarding the topics that integrated the present papper. This \"scene\", as a study object, allowed an exploration of how paradoxal class strugle ideas and tougths are present on our society and therefore a deeper understending of Brazlian Policitics, those last years.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarcelino, Paula Regina PereiraCarvalho, Francisco Prandi Mendes de2021-01-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-22042021-191628/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-04-23T01:49:02Zoai:teses.usp.br:tde-22042021-191628Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-04-23T01:49:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O presente trabalho pretende analisar, a partir dos conflitos de classe presentes no processo político contemporâneo, a atuação da Central Única dos Trabalhadores e da Força Sindical durante o período 2013-2017, no qual o país atravessou uma crise política e uma crise econômica, depois de um período de estabilidade política e crescimento econômico. Entre 2004 e 2013, em uma conjuntura favorável, o sindicalismo obteve ganhos reais - que contribuíram para o acúmulo de contradições, de caráter distributivo, no interior da frente política que sustentou os governos Lula e Dilma (2003-2016). Além disso, o sindicalismo foi um agente político relevante, reconhecido como força legítima de interlocução nesses governos. Ainda antes do golpe de 2016, o sindicalismo passou a sentir os primeiros efeitos da crise. O aumento do desemprego, a desaceleração econômica e medidas de ataque aos direitos trabalhistas e sociais reinstalaram um período defensivo para o sindicalismo no qual se demonstrou que, apesar do ciclo grevista ofensivo (2004 - 2013), o sindicalismo não logrou acumular forças que lhe permitissem enfrentar o período seguinte. Além de compreender como essas centrais atuaram, procuramos analisar suas compreensões sobre a crise, mas também o modo como essas duas centrais foram afetadas pela crise. Durante a crise do impeachment de Dilma a CUT teve dificuldades de mobilizar sua base em defesa do mandato da presidenta e a Força Sindical se dividiu fortemente. No momento posterior, no enfrentamento às reformas neoliberais propostas por Temer, houve uma unidade maior, ainda que com divergências de métodos de luta, e maior adesão das bases às manifestações de rua. Em relação ao método de pesquisa, lançamos mão, principalmente, da análise crítica dos documentos das centrais e de entrevistas semi-dirigidas com lideranças de ambas as entidades, bem como suas declarações na imprensa (sindical, comercial e alternativa). Julgamos que esse objeto nos permitiu explorar algumas das contradições de classe presentes na conjuntura contemporânea e a compreender, com isso, em maior profundida a conjuntura política brasileira dos últimos anos. |
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