Os agentes capitalistas e a produção do espaço urbano de São José do Rio Preto/SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Henrique Mateus Lima
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.8.2022.tde-01032023-182236
Resumo: São José do Rio Preto é uma cidade que traz em sua história uma produção do espaço voltada à geração e manutenção das desigualdades, tendo principalmente a segregação como conteúdo da produção do espaço urbano, um processo que durante décadas já se mostra perceptível e que ano após ano vai sendo reforçado. Para este trabalho, estabeleceremos um recorte temporal a partir da década de 1950 - quando entra em vigor o primeiro Plano Diretor e também a Lei de Zoneamento. Nas décadas de 1950 e 1960 ocorrem as primeiras iniciativas na produção de novos projetos imobiliários na cidade. Os melhores empreendimentos ocupavam a região central da cidade, enquanto os projetos para os citadinos mais pobres eram direcionados para a zona Norte, sinalizando um processo inicial de expansão urbana nessa direção, além da segregação socioespacial, que começava a se tornar visível com o afastamento dos moradores mais pobres para áreas mais distantes do centro e marcadas pela precariedade, enquanto as classes média e burguesa local viviam em áreas mais bem localizadas. Essas práticas de separação continuam firmes após décadas, criando zonas que, internamente, são bastante homogêneas, ao mesmo tempo que, externamente, trazem uma heterogeneidade visível em São José do Rio Preto, ou seja, as diferenças são facilmente perceptíveis mesmo para um simples observador. Entre os principais agentes produtores do espaço urbano rio-pretense, destacamos o Estado e o capital, sobretudo desde o período de ditadura militar - 1964-1985 -, além de agentes locais, como, por exemplo, os proprietários fundiários, as incorporadoras, os corretores imobiliários, os representantes políticos municipais etc. São agentes que atuam em uma aliança priorizando os interesses das classes dominantes. Assim, a nossa hipótese é de que essas ações foram planejadas por esses agentes visando o afastamento entre os citadinos, criando a cidade visivelmente dividida. Propomos estudar a produção do espaço urbano em São José do Rio Preto, cidade que, conforme foi destacado, apresenta historicamente graves sinais de disparidades em sua composição, além da já citada segregação.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Os agentes capitalistas e a produção do espaço urbano de São José do Rio Preto/SP The Capitalist Agents and the Production of the Urban Space of São José do Rio Preto/SP 2022-12-09Silvana Maria PintaudiTatiane Marina Pinto de GodoyArlete Moyses RodriguesCésar Ricardo Simoni SantosLuiz Henrique Mateus LimaUniversidade de São PauloGeografia (Geografia Humana)USPBR Capital Capital Desigualdades Estado Inequalities Produção do espaço urbano Production of urban space Segregação Segregation State São José do Rio Preto é uma cidade que traz em sua história uma produção do espaço voltada à geração e manutenção das desigualdades, tendo principalmente a segregação como conteúdo da produção do espaço urbano, um processo que durante décadas já se mostra perceptível e que ano após ano vai sendo reforçado. Para este trabalho, estabeleceremos um recorte temporal a partir da década de 1950 - quando entra em vigor o primeiro Plano Diretor e também a Lei de Zoneamento. Nas décadas de 1950 e 1960 ocorrem as primeiras iniciativas na produção de novos projetos imobiliários na cidade. Os melhores empreendimentos ocupavam a região central da cidade, enquanto os projetos para os citadinos mais pobres eram direcionados para a zona Norte, sinalizando um processo inicial de expansão urbana nessa direção, além da segregação socioespacial, que começava a se tornar visível com o afastamento dos moradores mais pobres para áreas mais distantes do centro e marcadas pela precariedade, enquanto as classes média e burguesa local viviam em áreas mais bem localizadas. Essas práticas de separação continuam firmes após décadas, criando zonas que, internamente, são bastante homogêneas, ao mesmo tempo que, externamente, trazem uma heterogeneidade visível em São José do Rio Preto, ou seja, as diferenças são facilmente perceptíveis mesmo para um simples observador. Entre os principais agentes produtores do espaço urbano rio-pretense, destacamos o Estado e o capital, sobretudo desde o período de ditadura militar - 1964-1985 -, além de agentes locais, como, por exemplo, os proprietários fundiários, as incorporadoras, os corretores imobiliários, os representantes políticos municipais etc. São agentes que atuam em uma aliança priorizando os interesses das classes dominantes. Assim, a nossa hipótese é de que essas ações foram planejadas por esses agentes visando o afastamento entre os citadinos, criando a cidade visivelmente dividida. Propomos estudar a produção do espaço urbano em São José do Rio Preto, cidade que, conforme foi destacado, apresenta historicamente graves sinais de disparidades em sua composição, além da já citada segregação. São José do Rio Preto is a city that has in its history a production of space aimed at the creation and preservation of inequalities, having mainly segregation as content of the production of urban space, a process that for decades has already been perceptible and that year after year is being reinforced. For this work, we will establish a time frame from the 1950s - when the first Master Plan and also the Zoning Law came into force. In the 1950s and 1960s, the first initiatives took place in the production of new real estate projects in the city. The best projects occupied the central region of the city, while the projects for the poorest citizens were directed to the North zone, showing an initial process of urban expansion in this direction, in addition to the socio-spatial segregation, which began to become visible with the removal of the poorer residents to areas further away from the downtown and marked by precariousness, while the local middle class and bourgeoisie lived in better located areas. These practices of separation remain strong after decades, creating zones that, internally, are quite homogeneous, while, externally, they bring a visible heterogeneity in São José do Rio Preto, that is, the differences are easily perceptible even to a simple observer. Among the main producing agents of the urban space of São José do Rio Preto, we highlight the State and capital, especially since the period of the military dictatorship - 1964-1985 -, in addition to local agents, such as land owners, developers, real estate agents, municipal political representatives, etc. They are agents that act in an alliance prioritizing the interests of the dominant classes. Thus, our hypothesis is that these actions were planned by these agents aiming at the distance between citizens, creating a visibly divided city. We propose to study the production of urban space in São José do Rio Preto, a city that, as has been highlighted, historically presents serious signs of disparities in its composition, in addition to the aforementioned segregation. https://doi.org/10.11606/T.8.2022.tde-01032023-182236info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:02:04Zoai:teses.usp.br:tde-01032023-182236Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T11:57:14.597029Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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