Brincadeira de feira: por uma poética teatral no folguedo popular
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-22032019-134639/ |
Resumo: | Essa dissertação trata de cartografar e problematizar uma explosão da produção teatral em São Paulo nesta virada de século. Mais especificamente, a forma como parte das centenas de grupos que surgiram na cidade, pois passamos de 11 grupos em 1993, para cerca de 1,5 mil hoje, passaram a buscar, no Folguedo Popular e no Circo brasileiro, um ponto de partida para sua criação poética. Grandes instituições como o Sesc seguiram o movimento e criaram programações específicas destas linguagens. Faço esse estudo dentro do universo da Filosofia do Teatro e das ciências do Teatro trazidas por Jorge Dubatti e por Samuel Beckett, quando esse fala sobre ver e falar do teatro; com a produção partilhada de conhecimento junto da mestra em brincadeiras, atriz, parceira de vida artística e conhecedora da arte popular Ana Maria Carvalho. Primeiramente, discorro sobre a explosão da produção teatral e sua singularidade, pois ela ocorreu antes mesmo da criação dos financiamentos públicos. Houve a criação de um capital poético, pois a produção artística foi uma arma contra a Barbárie na cidade, no Centro e na Periferia, onde ela aconteceu com muito mais força. Os grupos passam a beber de três fontes: grupos antigos que já têm a cultura popular como base de sua criação, como o Teatro Ventoforte; nos folguedos estabelecidos na metrópole, como a Festa do Boi no Morro do Querosene ou na brincadeira de Cavalo Marinho de grupos como o Boi da Garoa, entre outras brincadeiras de quintal e de terreiro; por fim, de mestres migrantes ou indígenas - caso do jovem cearense e colaborador de vários grupos, vindo de família de Drama de Quintal, Cleydson Catarina; ou dos grupos de palhaços indígenas Hotxuás que recebem grupos de palhaços daqui ou que são trazidos para a cidade para discorrer sobre sua metodologia. Quem os procura são jovens diretores, protagonistas daquela transformação no cenário teatral, caso do grupo Clariô. Assim, fechamos um ciclo que merece ter sua produção de conhecimento cartografada e territorializada dentro da memória de nosso teatro. A pergunta que me faço, a partir de uma visão radicalmente qualitativa é: Que poética buscamos ao olhar o folguedo Popular? O que há neles que chama a atenção de quem quer renovar o Teatro agora? Que movimento é esse que busca, em palhaços de cara preta, matrizes de nossa interpretação? Que se transforma e passa a ser, em larga escala e a exemplo de toda América Latina, Pedagógico e Popular? A Brincadeira é uma palavra usada por todos no fazer artístico popular, que fomenta hoje um teatro feito em trens, em janelas, de trás para a frente do público, em estações lotadas de ônibus, no meio do rio Tietê, em feiras livres. Houve os palhaços da Feira do sertão, agora, a Feira da cidade: a Brincadeira de Feira. |
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Faço esse estudo dentro do universo da Filosofia do Teatro e das ciências do Teatro trazidas por Jorge Dubatti e por Samuel Beckett, quando esse fala sobre ver e falar do teatro; com a produção partilhada de conhecimento junto da mestra em brincadeiras, atriz, parceira de vida artística e conhecedora da arte popular Ana Maria Carvalho. Primeiramente, discorro sobre a explosão da produção teatral e sua singularidade, pois ela ocorreu antes mesmo da criação dos financiamentos públicos. Houve a criação de um capital poético, pois a produção artística foi uma arma contra a Barbárie na cidade, no Centro e na Periferia, onde ela aconteceu com muito mais força. Os grupos passam a beber de três fontes: grupos antigos que já têm a cultura popular como base de sua criação, como o Teatro Ventoforte; nos folguedos estabelecidos na metrópole, como a Festa do Boi no Morro do Querosene ou na brincadeira de Cavalo Marinho de grupos como o Boi da Garoa, entre outras brincadeiras de quintal e de terreiro; por fim, de mestres migrantes ou indígenas - caso do jovem cearense e colaborador de vários grupos, vindo de família de Drama de Quintal, Cleydson Catarina; ou dos grupos de palhaços indígenas Hotxuás que recebem grupos de palhaços daqui ou que são trazidos para a cidade para discorrer sobre sua metodologia. Quem os procura são jovens diretores, protagonistas daquela transformação no cenário teatral, caso do grupo Clariô. Assim, fechamos um ciclo que merece ter sua produção de conhecimento cartografada e territorializada dentro da memória de nosso teatro. A pergunta que me faço, a partir de uma visão radicalmente qualitativa é: Que poética buscamos ao olhar o folguedo Popular? O que há neles que chama a atenção de quem quer renovar o Teatro agora? Que movimento é esse que busca, em palhaços de cara preta, matrizes de nossa interpretação? Que se transforma e passa a ser, em larga escala e a exemplo de toda América Latina, Pedagógico e Popular? A Brincadeira é uma palavra usada por todos no fazer artístico popular, que fomenta hoje um teatro feito em trens, em janelas, de trás para a frente do público, em estações lotadas de ônibus, no meio do rio Tietê, em feiras livres. Houve os palhaços da Feira do sertão, agora, a Feira da cidade: a Brincadeira de Feira.Esta disertación trata de dibujar y problematizar una explosión de la producción teatral en São Paulo en esta vuelta de siglo. Más específicamente, la forma como parte de los cientos de grupos que surgieron en la ciudad (uma evolucion de 11 grupos en 1993, para unos 1.500 hoy) pasaron a buscar, en las tradiciones populares y en el circo brasileño, un nuevo punto de partida para su creación poética. Gran instituciones como el Sesc siguieron el movimiento y crearon programaciones específicos para estos lenguajes. Hago este estudio en el universo de la Filosofía del Teatro y de las ciencias del teatro elaboradas por Jorge Dubatti y por Samuel Beckett, cuando éste habla de ver y hablar del teatro, con la producción compartida de conocimiento junto de la maestra en chistes bailables, actriz, compañera de la vida artística y conocedora del arte popular, Ana Maria Carvalho. En primer lugar, discurro sobre la explosión de la producción teatral y su singularidad, esta ocurrió antes de la creación de las financiaciones públicas. Se creó un \"capital poético\", pues la producción artística fue un arma contra la barbarie en la ciudad, en el centro y en la periferia, donde se produjo con mucha más fuerza. Los grupos pasan a beber de tres fuentes: grupos antiguos que ya tienen la cultura popular como base de su creación, como el Teatro Ventoforte; en las manifestaciones establecidas en la metrópolis, como la Fiesta del Boi en el Morro do Querosene o en la broma del Caballo Marino de grupos como el Boi da Garoa, entre otros juegos de quintal y de plazas espirituales com Umbanda o Candomblé; por fin, de maestros migrantes o indígenas - caso del joven cearense y colaborador de muchos grupos, viniendo de familia de \"Drama de Quintal\", Cleydson Catarina; o de los grupos de payasos indígenas Hotxuás que reciben grupos de payasos de aquí o que son traídos a la ciudad para discurrir sobre su metodología. Quien los busca son jóvenes directores, protagonistas de aquella transformación en el escenario teatral, caso del grupo Clariô. Así, cerramos un ciclo que merece tener su producción de conocimiento dibujada y territorializada dentro de la memoria de nuestro teatro. La pregunta que me hago, a partir de una visión radicalmente cualitativa, es: ¿Qué poética buscamos al mirar la manifestacion popular? ¿Qué hay en ellos que llama la atención de quien quiere renovar el Teatro ahora? ¿Qué movimiento es el que busca, en payasos de cara negra, matrices de nuestra interpretación? ¿Qué se transforma y esta listo a ser, a gran escala y como ejemplo de toda la América Latina, \"Pedagógico y Popular\"? La Broma es una palabra usada por todos en el hacer artístico popular, que dá fuerza hoy a un teatro hecho en trenes, en ventanas, de atrás para el público, en estaciones llenas de autobús, en medio del río Tietê, en ferias libres. Hubo los payasos de la feria del sertón (desertazio), ahora, la feria de la ciudad: La Broma de la Feria.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNunes, Sandra Regina ChavesVelasquez, Juan Carlos Suarez Copa2018-10-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-22032019-134639/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-09T23:21:59Zoai:teses.usp.br:tde-22032019-134639Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-09T23:21:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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