Impacto da síndrome depressiva e de seu tratamento na prevalência de quedas em idosos caidores: estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Passos, Adson da Silva
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-07122023-130601/
Resumo: INTRODUÇÃO: Quedas recorrentes podem afetar significativamente o bem-estar físico e mental dos idosos. O papel da depressão como fator de risco para quedas recorrentes ainda não está claro, uma vez que os antidepressivos podem mediar seu efeito. OBJETIVOS: Avaliar, por meio de estudo longitudinal, a associação da síndrome depressiva e seu tratamento medicamentoso com a prevalência de quedas em adultos acima de 60 anos, em 12 meses. Examinar, através de estudo transversal, se existe interação entre o uso de antidepressivos e a influência dos sintomas depressivos na recorrência de quedas. Calcular o efeito do uso de antidepressivos na ocorrência de quedas no paciente depressivo. MÉTODOS: Este estudo foi dividido em duas partes. A primeira, um estudo transversal, analisou dados de 609 idosos (60 anos ou mais) que sofreram pelo menos uma queda nos últimos 12 meses, utilizando dados secundários de um ensaio clínico randomizado (Prevquedas Brasil). Os sintomas depressivos foram mensurados por meio da GDS-15 e informações sobre o uso de antidepressivos foram coletadas. Modelos de mediação foram construídos para decompor os efeitos da depressão sobre o risco de quedas em efeitos diretos e indiretos mediados pelo uso de antidepressivos. A segunda parte, um estudo longitudinal, analisou dados de 283 participantes por meio de análise multivariada por regressão logística multinomial. RESULTADOS: Na primeira análise, os sintomas depressivos foram relatados por 29,1% dos participantes, e 27,4% estavam em uso de antidepressivos. Participantes com sintomas depressivos apresentaram 1,86 vezes mais chances de serem caidores recorrentes (ORTE: 1,861, IC 95% 1,197-2,895). O uso de antidepressivos foi um mediador significativo na relação entre sintomas depressivos e quedas recorrentes, sendo responsável por 21,1% do efeito total. Entretanto, não houve interação significativa entre sintomas depressivos e uso de antidepressivos nas quedas recorrentes (Pinteração = 0,989). Na análise longitudinal a prevalência de quedas foi de 48% em 12 meses. Essas quedas não foram estatisticamente associadas ao uso de antidepressivos e à presença de sintomas depressivos. As variáveis que se mostraram independentemente associadas às quedas recorrentes aos 12 meses foram: ser caidor recorrente, ser classificado como risco pelo Índice de Charlson e ter 4 atividades com dificuldade no Questionário BOMFAQ, na avaliação inicial. CONCLUSÕES: A prevalência de quedas aos 12 meses foi de 48%. Nem o uso de antidepressivos nem a presença de sintomas depressivos no início do estudo foram estatisticamente associados a quedas recorrentes após 12 meses. Os antidepressivos podem não adicionar um risco significativo de quedas recorrentes além do que já é contribuído pela presença de sintomas depressivos. Este estudo deve ser continuado utilizando uma amostra maior para confirmar os dados expostos
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spelling Impacto da síndrome depressiva e de seu tratamento na prevalência de quedas em idosos caidores: estudo longitudinalImpact of depressive syndrome and its treatment on the prevalence of falls in elderly fallers: a longitudinal studyAccidental fallsAcidentes por quedasAnálise de mediaçãoAntidepressantsAntidepressivosDepressive disorderEstudo longitudinalFatores de riscoFrail elderlyIdoso fragilizadoLongitudinal studyMediation analysisPrevalencePrevalênciaRisk factorsTranstorno depressivoINTRODUÇÃO: Quedas recorrentes podem afetar significativamente o bem-estar físico e mental dos idosos. O papel da depressão como fator de risco para quedas recorrentes ainda não está claro, uma vez que os antidepressivos podem mediar seu efeito. OBJETIVOS: Avaliar, por meio de estudo longitudinal, a associação da síndrome depressiva e seu tratamento medicamentoso com a prevalência de quedas em adultos acima de 60 anos, em 12 meses. Examinar, através de estudo transversal, se existe interação entre o uso de antidepressivos e a influência dos sintomas depressivos na recorrência de quedas. Calcular o efeito do uso de antidepressivos na ocorrência de quedas no paciente depressivo. MÉTODOS: Este estudo foi dividido em duas partes. A primeira, um estudo transversal, analisou dados de 609 idosos (60 anos ou mais) que sofreram pelo menos uma queda nos últimos 12 meses, utilizando dados secundários de um ensaio clínico randomizado (Prevquedas Brasil). Os sintomas depressivos foram mensurados por meio da GDS-15 e informações sobre o uso de antidepressivos foram coletadas. Modelos de mediação foram construídos para decompor os efeitos da depressão sobre o risco de quedas em efeitos diretos e indiretos mediados pelo uso de antidepressivos. A segunda parte, um estudo longitudinal, analisou dados de 283 participantes por meio de análise multivariada por regressão logística multinomial. RESULTADOS: Na primeira análise, os sintomas depressivos foram relatados por 29,1% dos participantes, e 27,4% estavam em uso de antidepressivos. Participantes com sintomas depressivos apresentaram 1,86 vezes mais chances de serem caidores recorrentes (ORTE: 1,861, IC 95% 1,197-2,895). O uso de antidepressivos foi um mediador significativo na relação entre sintomas depressivos e quedas recorrentes, sendo responsável por 21,1% do efeito total. Entretanto, não houve interação significativa entre sintomas depressivos e uso de antidepressivos nas quedas recorrentes (Pinteração = 0,989). Na análise longitudinal a prevalência de quedas foi de 48% em 12 meses. Essas quedas não foram estatisticamente associadas ao uso de antidepressivos e à presença de sintomas depressivos. As variáveis que se mostraram independentemente associadas às quedas recorrentes aos 12 meses foram: ser caidor recorrente, ser classificado como risco pelo Índice de Charlson e ter 4 atividades com dificuldade no Questionário BOMFAQ, na avaliação inicial. CONCLUSÕES: A prevalência de quedas aos 12 meses foi de 48%. Nem o uso de antidepressivos nem a presença de sintomas depressivos no início do estudo foram estatisticamente associados a quedas recorrentes após 12 meses. Os antidepressivos podem não adicionar um risco significativo de quedas recorrentes além do que já é contribuído pela presença de sintomas depressivos. Este estudo deve ser continuado utilizando uma amostra maior para confirmar os dados expostosINTRODUCTION: Recurrent falls can significantly affect the well-being of physical and mental health of the elderly. The role of depression as a risk factor for recurrent falls is not clear yet, since antidepressants can mediate its effect. OBJECTIVES: To evaluate, through a longitudinal study, the association of the depressive syndrome and its medication treatment with the prevalence of falls in adults aged 60 years and older, in 12 months. Examine, through a cross-sectional study, whether there is an interaction between the use of antidepressants and the influence of depressive symptoms on recurrence of falls. Calculate the effect of antidepressant use on occurrence of falls in depressed patients. METHODS: This study was divided into two parts. The first, a cross-sectional study, analyzed data from 609 seniors (60 years and older) who have suffered at least one fall in the past 12 months, using secondary data from a randomized clinical trial (Prevquedas Brazil). Depressive symptoms were measured using the GDS-15 and information on antidepressant use was collected. Mediation models were constructed to decompose the effects of depression on the risk of falls in direct and indirect effects mediated by the use of antidepressants. The second part, a longitudinal study, analyzed data from 283 participants through multivariate analysis by multinomial logistic regression. RESULTS: In the first analysis, the depressive symptoms were reported by 29.1% of the participants, and 27.4% were using antidepressants. Participants with depressive symptoms presented 1.86 times more likely to be recurrent fallers (ORTE: 1.861, 95% CI 1,197-2,895). The use of antidepressants was a significant mediator in the relationship between depressive symptoms and recurrent falls, being responsible for 21.1% of the total effect. However, there was no significant interaction between depressive symptoms and use of antidepressants in recurrent falls (Pinteration = 0.989). In the longitudinal analysis, the prevalence of falls was 48% in 12 months. These falls were not statistically associated with the use of antidepressants and the presence of depressive symptoms. The variables that were independently associated with recurrent falls to 12 months were: being a recurrent faller, being classified as risk by the Charlson Comorbidity Index and having 4 activities with difficulty on the BOMFAQ Questionnaire, in the initial assessment. CONCLUSIONS: The prevalence of falls at 12 months was 48%. Neither the use of antidepressants nor the presence of depressive disorder symptoms at baseline were statistically associated with recurrent falls after 12 months. Antidepressants may not add a significant risk number of recurrent falls beyond what is already contributed by the presence of depressive symptoms. This study should be continued using a larger sample to confirm the exposed dataBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLeme, Luiz Eugenio GarcezPassos, Adson da Silva2023-09-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-07122023-130601/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-02T22:58:02Zoai:teses.usp.br:tde-07122023-130601Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-02T22:58:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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