Preditores de recorrência após tireoidectomia total em pacientes com carcinoma papilífero de tireoide: tireoglobulina estimulada pós-operatória e estratificação de risco inicial e dinâmica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-13112023-131205/ |
Resumo: | Introdução. Apesar dos excelentes resultados observados após o tratamento do carcinoma papilífero de tireoide (CPT), com taxas de sobrevida em 10 anos superiores a 90%, até 28% dos pacientes podem desenvolver recorrência. Objetivo. O presente estudo visa examinar o impacto da combinação da estratificação de risco inicial da American Thyroid Association (ATA) e o nível de tireoglobulina sérica pós-operatóriaestimulada (ps-Tg) em predizer o risco de recorrência em pacientes com CPT e comparar com a avaliação de resposta à terapia inicial (estratificação dinâmica de risco). Métodos. Analisamos retrospectivamente 1.611 pacientes submetidos à tireoidectomia total por CPT seguida de ablação com iodo radioativo na maioria dos casos (87,3%). As características clínico-patológicas e os níveis de s-Tg obtidos 3 meses após a cirurgia foram avaliados. Os pacientes foram estratificados de acordo com as categorias de risco da ATA. Níveis de Tg não estimulados e estudos de imagem obtidos durante o primeiro ano de acompanhamento foram usados para reestadiar os pacientes com base na resposta à terapia inicial. Resultados. Após um seguimento médio de 61,5 meses (variação, 12-246 meses), recidiva do tumor foi diagnosticada em 99 (6,1%) pacientes. A recorrência foi identificada em 2,3% dos pacientes de baixo risco ATA, 9% dos de risco intermediário e 25% dos de alto risco (P<0,001). Usando uma abordagem de curva Receiver Operating Characteristic, um nível de ps-Tg 10 ng/ml foi identificado como o ponto de corte ideal, com valor preditivo positivo de 24% e valor preditivo negativo de 97,8% (P<0,001). Pacientes de risco ATA baixo-intermediário com níveis de ps-Tg <10 ng/ml e que demonstraram excelente resposta ao tratamento apresentaram uma taxa de recorrência muito baixa (<0,8%). Por outro lado, taxas de recorrência maiores foram observadas em pacientes de risco intermediário-alto com ps-Tg 10 ng/ml e resposta indeterminada (25%) e naqueles com resposta incompleta independentemente da categoria ATA ou valores de ps-Tg (38,5-87,5%). A proporção de variância explicada (PVE) na previsão de recorrência usando apenas a avaliação de risco ATA inicial foi de 12,7%, aumentando para 29,9% quando ps-Tg foi adicionada ao modelo de regressão logística e ainda maior (49,1%) quando empregada a estratificação dinâmica de risco. Conclusões. A combinação do sistema de estadiamento ATA e ps-Tg pode prever melhor o risco de recorrência em pacientes com CPT. As estimativas iniciais de risco podem ser refinadas com base na avaliação dinâmica de risco após a resposta à terapia, fornecendo assim um guia útil para recomendações de acompanhamento |
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Preditores de recorrência após tireoidectomia total em pacientes com carcinoma papilífero de tireoide: tireoglobulina estimulada pós-operatória e estratificação de risco inicial e dinâmicaPredictors of recurrence after total thyroidectomy in 1,611 patients with papillary thyroid cancer: postoperative stimulated serum thyroglobulin and ATA initial and dynamic risk assessmentCarcinoma PapilíferoEstratificação de RiscoPapillary CarcinomaPrognosisPrognósticoRecorrênciaRecurrenceRisk StratificationThyroglobulinThyroidTireoglobulinaTireoideIntrodução. Apesar dos excelentes resultados observados após o tratamento do carcinoma papilífero de tireoide (CPT), com taxas de sobrevida em 10 anos superiores a 90%, até 28% dos pacientes podem desenvolver recorrência. Objetivo. O presente estudo visa examinar o impacto da combinação da estratificação de risco inicial da American Thyroid Association (ATA) e o nível de tireoglobulina sérica pós-operatóriaestimulada (ps-Tg) em predizer o risco de recorrência em pacientes com CPT e comparar com a avaliação de resposta à terapia inicial (estratificação dinâmica de risco). Métodos. Analisamos retrospectivamente 1.611 pacientes submetidos à tireoidectomia total por CPT seguida de ablação com iodo radioativo na maioria dos casos (87,3%). As características clínico-patológicas e os níveis de s-Tg obtidos 3 meses após a cirurgia foram avaliados. Os pacientes foram estratificados de acordo com as categorias de risco da ATA. Níveis de Tg não estimulados e estudos de imagem obtidos durante o primeiro ano de acompanhamento foram usados para reestadiar os pacientes com base na resposta à terapia inicial. Resultados. Após um seguimento médio de 61,5 meses (variação, 12-246 meses), recidiva do tumor foi diagnosticada em 99 (6,1%) pacientes. A recorrência foi identificada em 2,3% dos pacientes de baixo risco ATA, 9% dos de risco intermediário e 25% dos de alto risco (P<0,001). Usando uma abordagem de curva Receiver Operating Characteristic, um nível de ps-Tg 10 ng/ml foi identificado como o ponto de corte ideal, com valor preditivo positivo de 24% e valor preditivo negativo de 97,8% (P<0,001). Pacientes de risco ATA baixo-intermediário com níveis de ps-Tg <10 ng/ml e que demonstraram excelente resposta ao tratamento apresentaram uma taxa de recorrência muito baixa (<0,8%). Por outro lado, taxas de recorrência maiores foram observadas em pacientes de risco intermediário-alto com ps-Tg 10 ng/ml e resposta indeterminada (25%) e naqueles com resposta incompleta independentemente da categoria ATA ou valores de ps-Tg (38,5-87,5%). A proporção de variância explicada (PVE) na previsão de recorrência usando apenas a avaliação de risco ATA inicial foi de 12,7%, aumentando para 29,9% quando ps-Tg foi adicionada ao modelo de regressão logística e ainda maior (49,1%) quando empregada a estratificação dinâmica de risco. Conclusões. A combinação do sistema de estadiamento ATA e ps-Tg pode prever melhor o risco de recorrência em pacientes com CPT. As estimativas iniciais de risco podem ser refinadas com base na avaliação dinâmica de risco após a resposta à terapia, fornecendo assim um guia útil para recomendações de acompanhamentoBackground. Despite the excellent results seen after treatment of papillary thyroid carcinoma (PTC), with 10-year survival rates of over 90%, up to 28% of patients may develop recurrence. Objective. The present study aims to examine the impact of combination of initial American Thyroid Association (ATA) risk stratification and postoperative stimulated serum thyroglobulin (ps-Tg) level on prediction of recurrence in PTC patients and compare with the assessment of response to initial therapy (dynamic risk stratification). Methods. We retrospectively analyzed 1,611 patients submitted to total thyroidectomy for PTC followed by radioactive iodine ablation in most cases (87.3%). Clinicopathological features and s-Tg levels obtained 3 months postoperatively were evaluated. Patients were stratified according to ATA risk categories. Nonstimulated Tg levels and imaging studies obtained during the first year of follow-up were used to re-stage the patients based on response to initial therapy. Results. After a mean follow-up of 61.5 months (range, 12-246 months), tumor recurrence was diagnosed in 99 (6.1%) patients. Recurrence was identified in 2.3% of the ATA low-risk, 9% of the intermediate-risk, and 25% of the high-risk patients (P<0.001). Using a Receiver Operating Characteristic curve approach, a ps-Tg level 10 ng/ml was identified as the ideal cut-off point, with a positive predictive value of 24% and negative predictive value of 97.8% (P<0.001). Low-intermediate ATA risk patients with ps-Tg levels <10 ng/ml and who showed an excellent response to treatment had a very low recurrence rate (<0.8%). On the other hand, higher recurrence rates were observed in intermediate-high risk patients with ps-Tg 10 ng/ml and indeterminate response (25%) and in those with incomplete response regardless of category ATA or ps-Tg values (38.5-87.5%). The proportion of variance explained (PVE) in predicting recurrence using the ATA initial risk assessment alone was 12.7%, increasing to 29.9% when ps-Tg was added to the logistic regression model, and higher (49.1%) when using dynamic risk stratification. Conclusions. The combination of ATA staging system and ps-Tg can better predict the risk recurrence in PTC patients. Initial risk estimates can be refined based on dynamic risk assessment following response to therapy, thus providing a useful guide for follow-up recommendationsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKowalski, Luiz PauloCarvalho, André Ywata de2023-08-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-13112023-131205/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-11-23T18:03:02Zoai:teses.usp.br:tde-13112023-131205Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-11-23T18:03:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução. Apesar dos excelentes resultados observados após o tratamento do carcinoma papilífero de tireoide (CPT), com taxas de sobrevida em 10 anos superiores a 90%, até 28% dos pacientes podem desenvolver recorrência. Objetivo. O presente estudo visa examinar o impacto da combinação da estratificação de risco inicial da American Thyroid Association (ATA) e o nível de tireoglobulina sérica pós-operatóriaestimulada (ps-Tg) em predizer o risco de recorrência em pacientes com CPT e comparar com a avaliação de resposta à terapia inicial (estratificação dinâmica de risco). Métodos. Analisamos retrospectivamente 1.611 pacientes submetidos à tireoidectomia total por CPT seguida de ablação com iodo radioativo na maioria dos casos (87,3%). As características clínico-patológicas e os níveis de s-Tg obtidos 3 meses após a cirurgia foram avaliados. Os pacientes foram estratificados de acordo com as categorias de risco da ATA. Níveis de Tg não estimulados e estudos de imagem obtidos durante o primeiro ano de acompanhamento foram usados para reestadiar os pacientes com base na resposta à terapia inicial. Resultados. Após um seguimento médio de 61,5 meses (variação, 12-246 meses), recidiva do tumor foi diagnosticada em 99 (6,1%) pacientes. A recorrência foi identificada em 2,3% dos pacientes de baixo risco ATA, 9% dos de risco intermediário e 25% dos de alto risco (P<0,001). Usando uma abordagem de curva Receiver Operating Characteristic, um nível de ps-Tg 10 ng/ml foi identificado como o ponto de corte ideal, com valor preditivo positivo de 24% e valor preditivo negativo de 97,8% (P<0,001). Pacientes de risco ATA baixo-intermediário com níveis de ps-Tg <10 ng/ml e que demonstraram excelente resposta ao tratamento apresentaram uma taxa de recorrência muito baixa (<0,8%). Por outro lado, taxas de recorrência maiores foram observadas em pacientes de risco intermediário-alto com ps-Tg 10 ng/ml e resposta indeterminada (25%) e naqueles com resposta incompleta independentemente da categoria ATA ou valores de ps-Tg (38,5-87,5%). A proporção de variância explicada (PVE) na previsão de recorrência usando apenas a avaliação de risco ATA inicial foi de 12,7%, aumentando para 29,9% quando ps-Tg foi adicionada ao modelo de regressão logística e ainda maior (49,1%) quando empregada a estratificação dinâmica de risco. Conclusões. A combinação do sistema de estadiamento ATA e ps-Tg pode prever melhor o risco de recorrência em pacientes com CPT. As estimativas iniciais de risco podem ser refinadas com base na avaliação dinâmica de risco após a resposta à terapia, fornecendo assim um guia útil para recomendações de acompanhamento |
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