O desenvolvimento da locomoção em interações bebê-bebê no contexto de creche
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-02122016-164240/ |
Resumo: | A locomoção representa um marco motor, e está dialeticamente relacionada a processos cognitivos e sociais no bebê, sendo investigada no campo como importante aspecto do seu desenvolvimento. Frequentemente, é articulada à maior capacidade de explorar o ambiente, direcionar-se a objetos/pessoas de interesse e engajar-se mais ativamente em interações. No entanto, os trabalhos têm forte tradição experimental e apontam à necessidade de aprofundar a compreensão dos fatores sociais e contextuais envolvidos no desenvolvimento da locomoção. Além disso, quando considerados os processos relacionais, enfoca-se fundamentalmente o papel do adulto. Deste modo, entendendo-se: que o desenvolvimento é biologicamente-cultural, contendo tanto elementos filogenéticos, como socioculturais; que a análise da aquisição da locomoção enquanto processo de transformação no tempo em contextos naturalísticos, permite apreender sua dinamicidade e complexidade; e, que há crescente inserção de bebês em instituições de educação infantil coletiva, contexto no qual o par de idade é um importante parceiro relacional, traçou-se por objetivo investigar o entrelaçamento dos processos de engajamento com parceiros de idade e o desenvolvimento da locomoção. Com base na perspectiva da Rede de Significações, foram conduzidos estudos de caso múltiplos através da análise do banco de imagens de uma creche hospitalar. Três bebês foram acompanhadas ao longo de quatro meses, em três sessões semanais de 30 minutos. A análise se dividiu em três etapas: 1) acompanhamento do percurso desenvolvimental de cada sujeito-pivô mês a mês; 2) mapeamento e identificação das ocorrências de locomoção em momentos de interação com o par; e, 3) seleção e análise microgenética de episódios. Observou-se que dentro do que o contexto da creche possibilita, a locomoção foi coconstruída em forma de fluxo, através de pequenos deslocamentos produzidos na interação com o outro que com o tempo passam a tornar-se mais frequentes - trazem outras formas de locomoção que vão para além dos marcos do engatinhar, andar e cruising. Deste modo, entende-se que o par pode tanto assumir o papel de impulsionador como dificultador do desenvolvimento locomotor. Ademais, em muitos episódios interativos, a locomoção se deu em situações mediadas por objetos, ou marcadas pela expressividade emocional atrelada a movimentos de aproximação ou afastamento que geravam ou evitavam o contato corporal entre as crianças. Isso permitiu a evidência de processos como a atenção conjunta e a empatia, aqui não com o adulto, mas com o outro bebê, recolocando a necessidade de discutir o desenvolvimento das habilidades relacionais, locomotoras e cognitivas em processos interacionais com o par de idade. |
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O desenvolvimento da locomoção em interações bebê-bebê no contexto de crecheLocomotor development in infant-peer interactions on daycare contextBebêscrechedaycareinfantinteraçãointeractionlocomoçãolocomotionA locomoção representa um marco motor, e está dialeticamente relacionada a processos cognitivos e sociais no bebê, sendo investigada no campo como importante aspecto do seu desenvolvimento. Frequentemente, é articulada à maior capacidade de explorar o ambiente, direcionar-se a objetos/pessoas de interesse e engajar-se mais ativamente em interações. No entanto, os trabalhos têm forte tradição experimental e apontam à necessidade de aprofundar a compreensão dos fatores sociais e contextuais envolvidos no desenvolvimento da locomoção. Além disso, quando considerados os processos relacionais, enfoca-se fundamentalmente o papel do adulto. Deste modo, entendendo-se: que o desenvolvimento é biologicamente-cultural, contendo tanto elementos filogenéticos, como socioculturais; que a análise da aquisição da locomoção enquanto processo de transformação no tempo em contextos naturalísticos, permite apreender sua dinamicidade e complexidade; e, que há crescente inserção de bebês em instituições de educação infantil coletiva, contexto no qual o par de idade é um importante parceiro relacional, traçou-se por objetivo investigar o entrelaçamento dos processos de engajamento com parceiros de idade e o desenvolvimento da locomoção. Com base na perspectiva da Rede de Significações, foram conduzidos estudos de caso múltiplos através da análise do banco de imagens de uma creche hospitalar. Três bebês foram acompanhadas ao longo de quatro meses, em três sessões semanais de 30 minutos. A análise se dividiu em três etapas: 1) acompanhamento do percurso desenvolvimental de cada sujeito-pivô mês a mês; 2) mapeamento e identificação das ocorrências de locomoção em momentos de interação com o par; e, 3) seleção e análise microgenética de episódios. Observou-se que dentro do que o contexto da creche possibilita, a locomoção foi coconstruída em forma de fluxo, através de pequenos deslocamentos produzidos na interação com o outro que com o tempo passam a tornar-se mais frequentes - trazem outras formas de locomoção que vão para além dos marcos do engatinhar, andar e cruising. Deste modo, entende-se que o par pode tanto assumir o papel de impulsionador como dificultador do desenvolvimento locomotor. Ademais, em muitos episódios interativos, a locomoção se deu em situações mediadas por objetos, ou marcadas pela expressividade emocional atrelada a movimentos de aproximação ou afastamento que geravam ou evitavam o contato corporal entre as crianças. Isso permitiu a evidência de processos como a atenção conjunta e a empatia, aqui não com o adulto, mas com o outro bebê, recolocando a necessidade de discutir o desenvolvimento das habilidades relacionais, locomotoras e cognitivas em processos interacionais com o par de idade.Locomotion is considered a major milestone, and it is dialectically related to infants cognitive and social processes. It has been investigated in the field as an important aspect of development. Often, infants locomotion is articulated to the greater ability to explore the environment and to refer to objects / persons of interest as well as to engage more actively in interactions. However, most studies have strong experimental tradition and indicate the importance of additional understanding in regards to social and contextual factors interrelated in the locomotor development. Furthermore, when studies consider the relational processes involved, they seem to focus primarily to the adults role. Thus, in light of: human development being considered biologically-cultural, provided that it integrates both phylogenetic and socio-cultural elements; that naturalistic observation and analysis of locomotion onset as a process of transformation throughout time allows the grasping of its dynamics and complexity; and, given that there is increasing participation of infants in collective educational institutions, the context in which the peer is indicated as an important relational partner, this study aimed to investigate the intertwining of peer-interaction engagement processes and the development of locomotion. Based on the Network of Meanings perspective, multiple case studies were conducted pertaining to a image database of a hospital daycare. The participantes were three babies whose development was followed for a four-month period through three weekly 30-minute recording sessions. The analysis was divided in three steps: 1) monthly mapping of overall development from each participant; 2) mapping and identification of occurrences of locomotion in situations relating peer-interaction; and 3) microgenetic selection and analysis of episodes. Considering the daycare context, locomotion was co-constructed as a flow through small displacements produced in interaction with other infants which becomes more frequente over time. Hence, various means of locomotion take place, other than the traditional milestones of crawling, walking and cruising. It has also been observed that other infants may assume the role of stimulating or hindering locomotor development. Moreover, in many interactive episodes, locomotion occurred in situations mediated by objects, or involved emotional expressiveness linked to approaching or escaping movements, causing infants either to seek or avoid body contact among themselves. This allowed the evidence of processes such as joint attention and empathy, not here in adult-infant relationships, but in infant-peer interaction. Such findings indicate the need of further investigating the development of relational, locomotor and cognitive skills in interaction processes involving infant-peers.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAmorim, Katia de SouzaCosta, Natália Meireles Santos da2016-10-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-02122016-164240/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-02122016-164240Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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