A semiótica das adaptações literárias no cinema e na televisão: análise de Carmem de Carlos Saura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Adami, Antonio
Data de Publicação: 1994
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-25082022-094045/
Resumo: Estas pesqmsas tratam basicamente da transmutação de linguagem, do universo verbal-literário para o universo filmico/televisivo. É uma tentativa de criar um caminho para o entendimento das adaptações e o porquê da fragmentação e adequações que estas sofrem, muitas vezes criando-se um outro texto, que não aquele de partida ou ainda um ensaio ou uma critica do texto original. Enquanto que por um lado enfocamos a semiótica das adaptações literárias, num texto específico, por outro, também tentamos observar o maior número possível de obras adaptadas para entendermos, de forma mais livre do universo puramente teórico, que caminhos e quais as possibilidades que cada autor encontra para a sua 11reconstrução11 Na análise teórica optamos pela teoria semiótica greimasiana, pois através dessa teoria e seus desdobramentos, avançamos com mais eficiência, e obtivemos melhores resultados, chegando inclusive sociossemiótica, semiótica das paixões e semiótica da cultura. Para que pudéssemos aprimorar nosso conhecimento de todo este processo, nestes anos em que trabalhamos com a teoria semiótica nas adaptações, também estivemos envolvidos na confecção destas para cinema e televisão, isto, como dissemos, para que pudéssemos entender melhor e aplicar as duas escolas: a teórica e a prática, dessa maneira tendo um campo de visão fora do puramente critico e analítico, aplicando nossos estudos no nível prático. Na nossa concepção este elemento foi essencial para que este trabalho tivesse maior densidade. Tratamos ainda nesta tese de diferenciações, s vezes mais gerais, e s vezes mais específicas, de obras literárias transmutadas para cinema e televisão, seja como minissérie, telenovela, caso especial ou teleteatro. Visamos o campo das adaptações literárias transmutadas para a imagem t:~ ~o~mento e, em determinados momentos, diferenciamos e questionamos a linguagem cinematográfica da linguagem televisi\':\'a, quando se fez necessário. Nos detivemos em uma adaptação em particular: a obra \"Carmen\" de Carlos Saura, por entendermos que, como poucos, este diretor espanhol soube articular como um mestre, diversos sistemas semióticos (dança, música, pintura e dramaturgia) sem perder a linha central do texto de partida de Prósper Mérimém, pelo contrário, acrescentando e muito ao texto original, o que aliás, é uma raridade. Não que nossa posição seja que todo autor tenha que manter todo o texto original mas, sem dúvida, .cremos que não interessa nenhum Frankenstein. Nossos exemplos e pesquisas s0bre as adaptações literárias para cinema e televisão se fixaram principalmente em obras da literatura brasileira, pois ao nosso ver existem possibilidades muito grandes para grandes adaptações futuras, considerando os erros passados, seja na televisão seja no cinema, possibilidades não apenas com obras clássicas mas também com novos escritores de romances, contos e até crônicas. O fato de estarmos com um modelo espanhol não acarreta grandes dificuldades, pois \"Carmen\" é uma obra mundial, sem fronteiras, uma espécie de presente intemporal, particular aos mitos, e, portanto, um modelo ideal para os nossos estudos. Isto por entendermos que adaptações de obras literárias e adaptações de obras que se tomaram mitos, são coisas totalmente diferentes. Os mitos passaram a ter uma vida independente e assim não são mais brasileiros, espanhóis, franceses, etc., como tal, devem ter outra forma de julgamento em sua transmutação em diferentes épocas por diferentes autores e, essas adaptações, devem ser analisadas, sem demarcações de fronteiras de qualquer espécie. Ter \"Carmen\" como elemento de análise, para as adaptações literárias, é ter todas essas possibilidades diante de si
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Enquanto que por um lado enfocamos a semiótica das adaptações literárias, num texto específico, por outro, também tentamos observar o maior número possível de obras adaptadas para entendermos, de forma mais livre do universo puramente teórico, que caminhos e quais as possibilidades que cada autor encontra para a sua 11reconstrução11 Na análise teórica optamos pela teoria semiótica greimasiana, pois através dessa teoria e seus desdobramentos, avançamos com mais eficiência, e obtivemos melhores resultados, chegando inclusive sociossemiótica, semiótica das paixões e semiótica da cultura. Para que pudéssemos aprimorar nosso conhecimento de todo este processo, nestes anos em que trabalhamos com a teoria semiótica nas adaptações, também estivemos envolvidos na confecção destas para cinema e televisão, isto, como dissemos, para que pudéssemos entender melhor e aplicar as duas escolas: a teórica e a prática, dessa maneira tendo um campo de visão fora do puramente critico e analítico, aplicando nossos estudos no nível prático. Na nossa concepção este elemento foi essencial para que este trabalho tivesse maior densidade. Tratamos ainda nesta tese de diferenciações, s vezes mais gerais, e s vezes mais específicas, de obras literárias transmutadas para cinema e televisão, seja como minissérie, telenovela, caso especial ou teleteatro. Visamos o campo das adaptações literárias transmutadas para a imagem t:~ ~o~mento e, em determinados momentos, diferenciamos e questionamos a linguagem cinematográfica da linguagem televisi\':\'a, quando se fez necessário. Nos detivemos em uma adaptação em particular: a obra \"Carmen\" de Carlos Saura, por entendermos que, como poucos, este diretor espanhol soube articular como um mestre, diversos sistemas semióticos (dança, música, pintura e dramaturgia) sem perder a linha central do texto de partida de Prósper Mérimém, pelo contrário, acrescentando e muito ao texto original, o que aliás, é uma raridade. Não que nossa posição seja que todo autor tenha que manter todo o texto original mas, sem dúvida, .cremos que não interessa nenhum Frankenstein. Nossos exemplos e pesquisas s0bre as adaptações literárias para cinema e televisão se fixaram principalmente em obras da literatura brasileira, pois ao nosso ver existem possibilidades muito grandes para grandes adaptações futuras, considerando os erros passados, seja na televisão seja no cinema, possibilidades não apenas com obras clássicas mas também com novos escritores de romances, contos e até crônicas. O fato de estarmos com um modelo espanhol não acarreta grandes dificuldades, pois \"Carmen\" é uma obra mundial, sem fronteiras, uma espécie de presente intemporal, particular aos mitos, e, portanto, um modelo ideal para os nossos estudos. Isto por entendermos que adaptações de obras literárias e adaptações de obras que se tomaram mitos, são coisas totalmente diferentes. Os mitos passaram a ter uma vida independente e assim não são mais brasileiros, espanhóis, franceses, etc., como tal, devem ter outra forma de julgamento em sua transmutação em diferentes épocas por diferentes autores e, essas adaptações, devem ser analisadas, sem demarcações de fronteiras de qualquer espécie. Ter \"Carmen\" como elemento de análise, para as adaptações literárias, é ter todas essas possibilidades diante de siThe present work focuses basically on language transmutation from the verbal-literary universe to the tele-filmic universe. lt is an attempt to finda way to understand adaptation and the reasons for the fragmentation and adequating process it sufers and that creates, many times, another text, far from the original; in other cases, such process generates an essay or criticism on the original text. If we focused, on the one hand, on the semiotics of literary adaptations, from a specific text, we also tried to observe, on the other hand, the largest possible number of adapted works, so that, by detaching ourselves from a purely theoretical universe, we might be able to understand better the ways and possibilities each individual author finds for the \"reconstruction\"of a given piece. Insofar the theoritical analysis is concemed, we have made an option for greimasian semiotics, because such theory and its corolaries allowed us to advance more efficiently and to obtain better results. lt has even allowed us to deal with sociosemiotics, the semiotic of passions and the semiotics of culture. ln order to enhance our knowledge of such process, throughout these years we have devoted to the study of the semiotics of adptation, we involved ourselves in the adapting works both for the cinema and the television. Such practice, as said before, aimed to help us to better understand and apply both the theoretical and the practical approaches to the issue, being able to achieve, in this manner, a standpoint not purely criticai and analitical, but practical as well. We believe that this practical element has been essencial in the giving density to the present work. W e were concemed in our thesis with the differences, sometimes more general, sometimes more specific, of literary works transmuted to cinema and television, be in the form of TV series, soap-operas, special TV episodes or teletheatre. W e aimed to study the fiel d of literary adaptation transmuted to images in motion and, when necessary, we have stabilished differences beetween the language of TV and that of the cinema. We concentrated on a specific adaptation: Carlos Saura\'s \"Carmen\", as we believed that, as very few so far, this Spanish director was able to articulate, as a real master, a variety of semiotic systems (dance, music, painting and drama), without losing track of the central line of the original text by Prósper Mérém; on the contrary; he has many times added substantially to the original text - which is indeed rare. We do not mean to say that every author should maintein the original text unaltered but we strongly believe that it is not the case us creating a \"Frankenstein\" sort on adaptation. Our examples and research on the adaptation for cinema and television have concentrated on adaptations made from Brazilian literature as we believe there is a vast possibility for future adaptations of quality - taking advantadge of past mistakes - not only of classical works but also of authors and their novels and even short stories. The fact that we have chosen a Spanish model does not bring serious difficulties, for \"Carmen\" is a universal work, knowing no boundaries. It is a sort of timeless present, peculiar to the myths and it is, wherefore, an ideal model for our studies. We believe so for we understand that the adaptation of literary works and works that are already myths are two very different matters. Myths develop their own life and are no longer Brazilian, Spanish, French, etc; as myths, they should be evaluated differently in their transmuting in different moments by different authors; these works should be analysed without any sort of delimitation of boundaries. 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