Reportagem no rádio: realidade brasileira, fundamentação, possibilidades sonoras e jornalísticas a partir da peça radiofônica reportagem 

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferraz, Nivaldo
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-25072017-150144/
Resumo: Este trabalho tenta identificar a emergência de um modelo de reportagem radiofônica possível. A malha discursiva mostra a constituição de um produto jornalístico de rádio que chamo de peça radiofônica reportagem. De um lado, representa a posse dos preceitos do jornalismo, sobretudo o interpretativo e, de outro, reúne as possibilidades sonoras do rádio, a ponto de torná-lo um meio de expressão. Para chegar a isso, dividi o trabalho em cinco capítulos, em que se desenvolve: uma linha histórica da reportagem no rádio brasileiro (1); as bases teóricas, em forma de revisão bibliográfica, sobre a notícia e a reportagem, para desembocar na reportagem para o rádio (2); a formulação de uma constituição própria de reportagem para o rádio, a peça radiofônica reportagem, acompanhada de um modelo de análise a ser aplicado (3); a aplicação da análise em duas reportagens de emissoras que tratam de notícia o tempo todo (4); e a aplicação da mesma em três reportagens que representam um formato do gênero peça radiofônica reportagem (5). Uma linha do tempo, apoiada em estudos e documentos da história do rádio brasileiro, demonstra atraso em alguns importantes momentos da chegada de novas tecnologias para o meio, retardando sua aplicação e o desenvolvimento de uma linguagem forte e segura. Mostro que os brasileiros que estabeleceram o rádio e seus meios de produção não eram super-heróis cheios de grandes ideias, como a história oficial nos faz ver. Ao contrário, eram improvisadores, desconhecedores da tecnologia e da linguagem. Confirmavam, nos anos 20 e 30 do século XX, que ao brasileiro bastava a cópia do que vinha de fora e a solução de problemas na base do improviso. A parte dedicada à Teoria do Jornalismo inicia-se com uma discussão sobre gênero e formato e seus significados para diferentes teóricos. Faço isso antes de caminhar pelos conceitos de notícia e reportagem. Na revisão bibliográfica sobre a reportagem no rádio, baseio-me em literatura especializada para chegar à minha concepção de peça radiofônica reportagem, esta apoiada em conceitos de silêncio, sons e ruídos, música e palavra subjetiva, sobretudo narração impressionista por parte do repórter. Demonstro a necessidade e a possibilidade de que a peça radiofônica reportagem seja aplicada em nossas emissoras e equipes de jornalismo no rádio. Este estudo define um modelo aberto de análise de reportagens, aplicado subjetivamente em 5 reportagens: \"Médicos faltam em unidades de pronto atendimento\", de Priscila Moraes, para a Rádio CBN; \"Empresas não se adaptam a expor impostos em nota fiscal\", de Michele Trombelli, para a rádio BandNews FM; \"Made in Bajo Flores\", do argentino Lalo Recanatini; \"Wet\", do britânico radicado no Brasil Gibby Zobel para a BBC; e \"N.N.\", da canadense radicada na Colômbia Nadja Drost para a Radio Ambulante. Este trabalho tenta apontar, com justificativas acadêmicas e práticas, a possibilidade tornar o jornalismo falado - e, no caso que apresento, sonorizado para o rádio - mais criativo, vivo, atualizado em forma e conteúdo, conectado com nosso tempo.
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Para chegar a isso, dividi o trabalho em cinco capítulos, em que se desenvolve: uma linha histórica da reportagem no rádio brasileiro (1); as bases teóricas, em forma de revisão bibliográfica, sobre a notícia e a reportagem, para desembocar na reportagem para o rádio (2); a formulação de uma constituição própria de reportagem para o rádio, a peça radiofônica reportagem, acompanhada de um modelo de análise a ser aplicado (3); a aplicação da análise em duas reportagens de emissoras que tratam de notícia o tempo todo (4); e a aplicação da mesma em três reportagens que representam um formato do gênero peça radiofônica reportagem (5). Uma linha do tempo, apoiada em estudos e documentos da história do rádio brasileiro, demonstra atraso em alguns importantes momentos da chegada de novas tecnologias para o meio, retardando sua aplicação e o desenvolvimento de uma linguagem forte e segura. Mostro que os brasileiros que estabeleceram o rádio e seus meios de produção não eram super-heróis cheios de grandes ideias, como a história oficial nos faz ver. Ao contrário, eram improvisadores, desconhecedores da tecnologia e da linguagem. Confirmavam, nos anos 20 e 30 do século XX, que ao brasileiro bastava a cópia do que vinha de fora e a solução de problemas na base do improviso. A parte dedicada à Teoria do Jornalismo inicia-se com uma discussão sobre gênero e formato e seus significados para diferentes teóricos. Faço isso antes de caminhar pelos conceitos de notícia e reportagem. Na revisão bibliográfica sobre a reportagem no rádio, baseio-me em literatura especializada para chegar à minha concepção de peça radiofônica reportagem, esta apoiada em conceitos de silêncio, sons e ruídos, música e palavra subjetiva, sobretudo narração impressionista por parte do repórter. Demonstro a necessidade e a possibilidade de que a peça radiofônica reportagem seja aplicada em nossas emissoras e equipes de jornalismo no rádio. Este estudo define um modelo aberto de análise de reportagens, aplicado subjetivamente em 5 reportagens: \"Médicos faltam em unidades de pronto atendimento\", de Priscila Moraes, para a Rádio CBN; \"Empresas não se adaptam a expor impostos em nota fiscal\", de Michele Trombelli, para a rádio BandNews FM; \"Made in Bajo Flores\", do argentino Lalo Recanatini; \"Wet\", do britânico radicado no Brasil Gibby Zobel para a BBC; e \"N.N.\", da canadense radicada na Colômbia Nadja Drost para a Radio Ambulante. Este trabalho tenta apontar, com justificativas acadêmicas e práticas, a possibilidade tornar o jornalismo falado - e, no caso que apresento, sonorizado para o rádio - mais criativo, vivo, atualizado em forma e conteúdo, conectado com nosso tempo.This research aims at trying to identify the appearance of a possible model of radio reporting. The discursive mesh shows the constitution of a radio journalistic product that I call radio reporting piece. On one side, it represents the possession of journalistic principles, chiefly the interpretative one. On the other side, it gathers the sound possibilities of the radio to the extent of turning it into a means of expression. To reach these notions, I divided the work in five chapters, in which a historical line of the Brazilian radio reporting is developed; the theoretical basis of news and report, which was meant to reach the radio reporting in the form of bibliographic review, the formulation of the radio reporting own structure: the radio reporting piece, followed by a model of analysis to be applied; application of the analysis to 3 reports that represent a format to the genre of the radio reporting piece. The timeline, based on studies and documents of the history of Brazilian radio, in some important moments shows a delay in the arrival of new technologies to the radio, postponing the application and slowing down the development of a strong and safe language. I demonstrate that the Brazilians who established the radio and its means of production were not super-heroes full of great ideas as the official history attempts to make us regard so. Otherwise, they were improvisers, unknowledgeable about the technology and the language, confirming that, in the 1920s and 1930s, it was enough to get the copy of what came from abroad and the solution of problems in the basis of improvisation. I aim at undermining the current discourse that considers the Brazilian history and the radio history side by side. The part that is dedicated to the Theory of Journalism begins with a discussion on genre and format and its meanings to different theorists, before considering the concepts of news and reporting. In the bibliographical review of what has been written about radio reporting, I base myself on the specialized literature to get to my conception of radio reporting piece, supported by concepts of silence; objectivity; sounds and din; music and subjective word, mainly impressionist narration of the reporter. While ending the defense of the pertinence of the radio reporting piece, I demonstrate the necessity and the possibilities of this model of the radio reporting piece to be applied to our stations and the radio staff groups. The study defines an open model of report analysis, applied subjectively to 5 reports: \"Lack of doctors at units of urgent care\", by Priscila Moraes, from Radio CBN; \"Enterprises do not adapt to expose taxes at invoice\", by Michele Trombelli, from BandNews FM; \"Made in Bajo Flores\", by the Argentinian Lalo Recanatini; \"Wet\", by the British rooted in Brazil Gibby Zobel to the BBC; and \"N.N.\", by the Canadian rooted in Colombia Nadja Drost, from Radio Ambulante. This research attempts to point out, with the academic and practical justification, the possibility of turning the spoken journalism - and in this case I present it, resounded to the radio - more creative, alive, updated on form and content, connected to our time.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVicente, EduardoFerraz, Nivaldo2016-04-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-25072017-150144/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-25072017-150144Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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