Escolaridade e suas implicações no mercado de trabalho rural no Estado do Paraná, 1970 e 1980

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Antonio Carlos de
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20181127-155009/
Resumo: A hipótese deste estudo é que um trabalhador rural relativamente melhor qualificado tem rendimentos superiores em comparação aos que possuem nível de qualificação menor. Com o objetivo de identificar se o nível de educação formal determina o nível de rendimento dos trabalhadores do setor agrícola do Estado do Paraná, foram levantados dados sobre salário rural, número de pessoas ocupadas, quantidade de capital, relação Área/trabalhador, anos de escolaridade e, por fim, os salários dos trabalhadores da indústria da construção civil (salário alternativo), em cada Microrregião Homogênea. A metodologia utilizada empregou análise descritiva evidenciando as interrelações entre as variáveis dependentes e independentes e, também, estimativas de curvas de oferta e de demanda por trabalho no meio rural nos anos de 1970, 1980 e no conjunto 1970-1980 ("pool"), obtendo as respectivas elasticidades com os coeficientes estimados. No que se refere à escolaridade verificou-se, na análise descritiva entre as variáveis e nos resultados do modelo econométrico adotado, uma associação positiva com o salário rural. Esta variável mostrou-se importante na determinação dos rendimentos dos trabalhadores rurais, principalmente para as equações de oferta, indicando que um aumento nos níveis de educação formal implica elevação dos salários desses trabalhadores. Esse resultado permitiu concluir que os níveis de escolaridade foram significativos para o efeito mobilidade, ou seja, de aumentar as possibilidades de o :\1 trabalhador rural buscar outros trabalhos fora do setor agrícola do estado. Entretanto, para as equações de demanda, verificou-se que todos foram não-significativos estatisticamente, indicando que o efeito capacitação não se verificou para os trabalhadores rurais do Paraná. Acredita-se que, pelo fato de os níveis de escolaridade terem apresentado-se baixos, os empresários agrícolas foram indiferentes na contratação de trabalhadores com maiores ou menores níveis de escolaridade, haja vista a pouca diferença entre os mesmos. Dessa forma, os resultados obtidos permitiram concluir que a educação formal representou importante papel na determinação dos níveis de rendimentos, via efeito mobilidade, nos anos de 1970 e 1980. Outros resultados encontrados indicaram que os níveis salariais dos trabalhadores rurais também foram influenciados por mudanças em outras variáveis. Entre elas, ressalta-se que a variável força de trabalho apresentou, na análise descritiva, modesta relação com os salários rurais. Já na análise econométrica, a relação apresentou- se de acordo com as expectativas iniciais, indicando, para a equação de oferta, que um aumento nos níveis salariais provocaria a elevação da quantidade ofertada de mão-de- obra no setor rural No entanto, na equação de demanda, nenhum dos parâmetros estimados foi significativo estatisticamente. Tanto a variável capital quanto Área/trabalhador mostraram-se favoráveis à determinação dos salários dos trabalhadores rurais do Paraná nas equações de demanda. Tanto o aumento do capital quanto da relação Área/trabalhador influenciaram positivamente na elevação do valor do produto marginal do trabalho. No que se refere à variável salário industrial, observou-se sinal contrário em relação às expectativas iniciais para o ano de 1970. No ano de 1980 e no conjunto 1970-1980, apesar de os sinais esperados com base na teoria econômica, essa variável apresentou baixos coeficientes de elasticidade, indicando certa fragilidade no tocante à determinação da renda.
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