Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-24032008-085201/ |
Resumo: | Até o ano de 2001 mulheres do sistema prisional do estado de São Paulo não tinham o direito a receber seus parceiros para realizar a visita íntima, o que constituía uma das principais queixas e reinvidicação das presidiárias, já que para o homem preso isto sempre existiu. Em 27/12/2001 a resolução no. 96 da Secretaria das Administrações Prisionais regulamentou o exercício da visita íntima às mulheres presas assegurando este direito, prescrevendo igualdade de gênero já previstos na Constituição federal. No entanto, há baixa adesão por parte das mulheres em inscrever seus parceiros para a realização da visita íntima. O estudo teve como objetivo compreender os significados da visita íntima, na perspectiva da mulher presa, como também, caracterizar o perfil das mulheres da Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo (PFC), do ponto de vista sóciodemográfico, prisional e familiar/conjugal. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa. Foram consultados 655 prontuários das mulheres da PFC, das quais são bastante jovens, da raça branca e de baixa escolaridade. Referem ser solteiras e não ter companheiro. A maioria das mulheres está envolvida nos delitos referentes a entorpecentes como também os do roubo e extorsão. Somente 2,6% (17) referiram, nos prontuários, ter o desejo em inscrever o parceiro para a visita íntima. Também foram realizados dois grupos focais, um com mulheres que optaram pela visita íntima e outro com as que não optaram. Não obstante relatos de constrangimento e humilhação, no contexto da visita íntima, os significados da mesma para a mulher da PFC são modelados pelo interesse na manutenção da conjugalidade, pela necessidade de satisfazer o parceiro ou como modo de afirmar a liberdade sexual através da recusa à visita íntima. |
id |
USP_83f114dd337bd4ef7b80bf813d0341b3 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-24032008-085201 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisionalThe intimate visit to the visit's intimacy: the woman in the prisional systemGender relationshipsImprisoned womenIntimate visitMulheres encarceradasRelações de GêneroVisita íntimaAté o ano de 2001 mulheres do sistema prisional do estado de São Paulo não tinham o direito a receber seus parceiros para realizar a visita íntima, o que constituía uma das principais queixas e reinvidicação das presidiárias, já que para o homem preso isto sempre existiu. Em 27/12/2001 a resolução no. 96 da Secretaria das Administrações Prisionais regulamentou o exercício da visita íntima às mulheres presas assegurando este direito, prescrevendo igualdade de gênero já previstos na Constituição federal. No entanto, há baixa adesão por parte das mulheres em inscrever seus parceiros para a realização da visita íntima. O estudo teve como objetivo compreender os significados da visita íntima, na perspectiva da mulher presa, como também, caracterizar o perfil das mulheres da Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo (PFC), do ponto de vista sóciodemográfico, prisional e familiar/conjugal. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa. Foram consultados 655 prontuários das mulheres da PFC, das quais são bastante jovens, da raça branca e de baixa escolaridade. Referem ser solteiras e não ter companheiro. A maioria das mulheres está envolvida nos delitos referentes a entorpecentes como também os do roubo e extorsão. Somente 2,6% (17) referiram, nos prontuários, ter o desejo em inscrever o parceiro para a visita íntima. Também foram realizados dois grupos focais, um com mulheres que optaram pela visita íntima e outro com as que não optaram. Não obstante relatos de constrangimento e humilhação, no contexto da visita íntima, os significados da mesma para a mulher da PFC são modelados pelo interesse na manutenção da conjugalidade, pela necessidade de satisfazer o parceiro ou como modo de afirmar a liberdade sexual através da recusa à visita íntima.Until the 2001 women's of the system prisional of the state of São Paulo they were not entitled to receive their partners to accomplish the intimate visit what constituted one of the main complaints and the convicts' request, since for the arrested man this always existed. In 27/12/2001 the resolution number 96 of Prisional's Administration Department the exercise of the intimate visit to the women arrested assuring this right, prescribing gender equality already foreseen in the Federal Constitution. However, there is low adhesion on the part of the women in enrolling their partners for the intimate visit's accomplishment. The study looked for to know who they are the women of the Feminine Prison of the São Paulo City (PFC), of the socialdemographic point of view, prisional and family matrimonial, as well as to understand the intimate visit's meanings, in the woman's perspective arrested, so much of the ones that chose or not for the same. That was a quantitative and qualitative research, were consulted 655 records of the women's PFC, of which are plenty young, of the white race and of low education. They refer to be single and not to have partner. The majority of the women is involved in the crimes regarding narcotics as well as the one of the robbery and extortion. Only 2,6% referred, in the records to have the desire in enrolling the partner for the intimate visit. Also two focal groups were accomplished one with women that opted for the intimate visit and the other with the ones that didn't choose. The intimate visit's meanings for the woman of PFC are marked strongly by the gender relationships, where the conflict among the need of accomplishing the sexual encounter it is related to the maintenance of the matrimonial with the need of the man's satisfaction. Subjects as embarrassment and humiliation are present in the little adhesion to intimate visit's Program as well as the institutional rigidity.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlvarenga, Augusta Thereza deLima, Marcia de2006-10-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-24032008-085201/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:55Zoai:teses.usp.br:tde-24032008-085201Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional The intimate visit to the visit's intimacy: the woman in the prisional system |
title |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional |
spellingShingle |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional Lima, Marcia de Gender relationships Imprisoned women Intimate visit Mulheres encarceradas Relações de Gênero Visita íntima |
title_short |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional |
title_full |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional |
title_fullStr |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional |
title_full_unstemmed |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional |
title_sort |
Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional |
author |
Lima, Marcia de |
author_facet |
Lima, Marcia de |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Alvarenga, Augusta Thereza de |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lima, Marcia de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Gender relationships Imprisoned women Intimate visit Mulheres encarceradas Relações de Gênero Visita íntima |
topic |
Gender relationships Imprisoned women Intimate visit Mulheres encarceradas Relações de Gênero Visita íntima |
description |
Até o ano de 2001 mulheres do sistema prisional do estado de São Paulo não tinham o direito a receber seus parceiros para realizar a visita íntima, o que constituía uma das principais queixas e reinvidicação das presidiárias, já que para o homem preso isto sempre existiu. Em 27/12/2001 a resolução no. 96 da Secretaria das Administrações Prisionais regulamentou o exercício da visita íntima às mulheres presas assegurando este direito, prescrevendo igualdade de gênero já previstos na Constituição federal. No entanto, há baixa adesão por parte das mulheres em inscrever seus parceiros para a realização da visita íntima. O estudo teve como objetivo compreender os significados da visita íntima, na perspectiva da mulher presa, como também, caracterizar o perfil das mulheres da Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo (PFC), do ponto de vista sóciodemográfico, prisional e familiar/conjugal. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa. Foram consultados 655 prontuários das mulheres da PFC, das quais são bastante jovens, da raça branca e de baixa escolaridade. Referem ser solteiras e não ter companheiro. A maioria das mulheres está envolvida nos delitos referentes a entorpecentes como também os do roubo e extorsão. Somente 2,6% (17) referiram, nos prontuários, ter o desejo em inscrever o parceiro para a visita íntima. Também foram realizados dois grupos focais, um com mulheres que optaram pela visita íntima e outro com as que não optaram. Não obstante relatos de constrangimento e humilhação, no contexto da visita íntima, os significados da mesma para a mulher da PFC são modelados pelo interesse na manutenção da conjugalidade, pela necessidade de satisfazer o parceiro ou como modo de afirmar a liberdade sexual através da recusa à visita íntima. |
publishDate |
2006 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2006-10-06 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-24032008-085201/ |
url |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-24032008-085201/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1809091034535165952 |