O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-21082020-144036/ |
Resumo: | A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) é uma das polícias militares do Brasil que apresenta um dos mais elevados índices de letalidade decorrente de suas ações e é também uma das polícias que mais mata pessoas no mundo. Esta tese tem como objetivo refletir sobre as determinantes presentes no fenômeno da letalidade policial na PMESP, nos âmbitos social, institucional e subjetivo e suas consequências na vida social e no adoecimento do policial militar. Como fontes de pesquisa há duas entrevistas semi estruturadas, realizadas com policiais militares da PMESP; nove relatos de policiais, publicados em outros trabalhos de pesquisa; além do relato autobiográfico do autor, enquanto oficial da PMESP. A análise foi fundamentada na teoria crítica da sociedade e na teoria da psicodinâmica do trabalho. Como resultado, verificou-se que o processo de militarização da polícia militar, a educação policial, o discurso de guerra e de eliminação do inimigo, e a organização de trabalho na PMESP, geram fortes tensões, ansiedade e sofrimento aos policiais militares, levando à necessidade de produção de mecanismos de defesa, o que se relaciona com a alta incidência da letalidade e os altos índices de suicídio entre os policiais. Na conclusão deste trabalho ganha relevo a ideia de que o enfrentamento da letalidade policial não se reduz ao problema da impunidade. É necessário impedir que as condições que geram esta letalidade continuem existindo. Algumas ações para o enfrentamento da letalidade são sugeridas, tais como: a revogação de dispositivos legais que permitem a existência e a atuação da polícia militar de forma letal e sem o efetivo controle da sociedade; a reforma do sistema educacional da PMESP; a realização de mais pesquisas que auxiliem no entendimento do problema da letalidade policial e que possam apontar caminhos para a sua superação |
id |
USP_841e1f65baf4312b106e05ecbb2ea56a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-21082020-144036 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São PauloThe police officer who kills: a study on the lethality practiced by military police officers of the Sao Paulo State Military PoliceCritical theory of societyLetalidade policialMilitary policePolice lethalityPolice subjectivityPolice violencePolícia militarSubjetividade policialTeoria crítica da sociedadeViolência policialA Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) é uma das polícias militares do Brasil que apresenta um dos mais elevados índices de letalidade decorrente de suas ações e é também uma das polícias que mais mata pessoas no mundo. Esta tese tem como objetivo refletir sobre as determinantes presentes no fenômeno da letalidade policial na PMESP, nos âmbitos social, institucional e subjetivo e suas consequências na vida social e no adoecimento do policial militar. Como fontes de pesquisa há duas entrevistas semi estruturadas, realizadas com policiais militares da PMESP; nove relatos de policiais, publicados em outros trabalhos de pesquisa; além do relato autobiográfico do autor, enquanto oficial da PMESP. A análise foi fundamentada na teoria crítica da sociedade e na teoria da psicodinâmica do trabalho. Como resultado, verificou-se que o processo de militarização da polícia militar, a educação policial, o discurso de guerra e de eliminação do inimigo, e a organização de trabalho na PMESP, geram fortes tensões, ansiedade e sofrimento aos policiais militares, levando à necessidade de produção de mecanismos de defesa, o que se relaciona com a alta incidência da letalidade e os altos índices de suicídio entre os policiais. Na conclusão deste trabalho ganha relevo a ideia de que o enfrentamento da letalidade policial não se reduz ao problema da impunidade. É necessário impedir que as condições que geram esta letalidade continuem existindo. Algumas ações para o enfrentamento da letalidade são sugeridas, tais como: a revogação de dispositivos legais que permitem a existência e a atuação da polícia militar de forma letal e sem o efetivo controle da sociedade; a reforma do sistema educacional da PMESP; a realização de mais pesquisas que auxiliem no entendimento do problema da letalidade policial e que possam apontar caminhos para a sua superaçãoThe Sao Paulo State Military Police (SPSMP) are among the military police in Brazil that have one of the highest lethality rates resulting from their actions and are also among the police that kill the most around the world. This thesis aims to reflect on the determinants present in the phenomenon of police lethality at SPSMP in the social, institutional and subjective spheres and its consequences on social life and the illness of the military police officers. Research sources include two semi-structured interviews, conducted with military police officers from SPSMP, nine police reports published in other research papers in addition to my autobiographical account as a police officer. The analysis was based on the critical theory of society and the psychodynamics theory of work. As a result, it was found that the militarization process of the military police, the police education, the discourse of war and the elimination of the enemy as well as the organization of work at SPSMP generate strong tensions, anxiety and suffering for the military police officers, leading to the production of defense mechanisms, which is related to the high incidence of lethality and high rates of police officers suicide. As a conclusion, the idea that coping with police lethality is not reduced to the problem of impunity is emphasized. It is, rather, necessary to prevent the conditions that generate this lethality from continuing to exist. And some actions are suggested, such as: the repeal of legal provisions that allow the existence and operation of the military police in a lethal manner and without effective control by society, the reform of the SPSMP educational system as well as further research that helps to understand the problem of the police lethality and that can point out ways to overcome itBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSekkel, Marie ClaireSouza, Adilson Paes de2020-08-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-21082020-144036/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-08-21T20:53:01Zoai:teses.usp.br:tde-21082020-144036Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-08-21T20:53:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo The police officer who kills: a study on the lethality practiced by military police officers of the Sao Paulo State Military Police |
title |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo |
spellingShingle |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo Souza, Adilson Paes de Critical theory of society Letalidade policial Military police Police lethality Police subjectivity Police violence Polícia militar Subjetividade policial Teoria crítica da sociedade Violência policial |
title_short |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo |
title_full |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo |
title_fullStr |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo |
title_full_unstemmed |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo |
title_sort |
O policial que mata: um estudo sobre a letalidade praticada por policiais militares do Estado de São Paulo |
author |
Souza, Adilson Paes de |
author_facet |
Souza, Adilson Paes de |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Sekkel, Marie Claire |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Souza, Adilson Paes de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Critical theory of society Letalidade policial Military police Police lethality Police subjectivity Police violence Polícia militar Subjetividade policial Teoria crítica da sociedade Violência policial |
topic |
Critical theory of society Letalidade policial Military police Police lethality Police subjectivity Police violence Polícia militar Subjetividade policial Teoria crítica da sociedade Violência policial |
description |
A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) é uma das polícias militares do Brasil que apresenta um dos mais elevados índices de letalidade decorrente de suas ações e é também uma das polícias que mais mata pessoas no mundo. Esta tese tem como objetivo refletir sobre as determinantes presentes no fenômeno da letalidade policial na PMESP, nos âmbitos social, institucional e subjetivo e suas consequências na vida social e no adoecimento do policial militar. Como fontes de pesquisa há duas entrevistas semi estruturadas, realizadas com policiais militares da PMESP; nove relatos de policiais, publicados em outros trabalhos de pesquisa; além do relato autobiográfico do autor, enquanto oficial da PMESP. A análise foi fundamentada na teoria crítica da sociedade e na teoria da psicodinâmica do trabalho. Como resultado, verificou-se que o processo de militarização da polícia militar, a educação policial, o discurso de guerra e de eliminação do inimigo, e a organização de trabalho na PMESP, geram fortes tensões, ansiedade e sofrimento aos policiais militares, levando à necessidade de produção de mecanismos de defesa, o que se relaciona com a alta incidência da letalidade e os altos índices de suicídio entre os policiais. Na conclusão deste trabalho ganha relevo a ideia de que o enfrentamento da letalidade policial não se reduz ao problema da impunidade. É necessário impedir que as condições que geram esta letalidade continuem existindo. Algumas ações para o enfrentamento da letalidade são sugeridas, tais como: a revogação de dispositivos legais que permitem a existência e a atuação da polícia militar de forma letal e sem o efetivo controle da sociedade; a reforma do sistema educacional da PMESP; a realização de mais pesquisas que auxiliem no entendimento do problema da letalidade policial e que possam apontar caminhos para a sua superação |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-08-07 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-21082020-144036/ |
url |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-21082020-144036/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1809090964290011136 |