Os lagartos do vale do rio Peruaçu, MG, Brasil: aspectos biogeográficos, história natural e implicações para a conservação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira Junior, Mauro
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-23092010-224436/
Resumo: As matas secas representam um ambiente extremamente ameaçado, sendo considerado um dos mais ameaçados do mundo. Um fato que contribui para esta ameaça além da intensa pressão antrópica, é a falta de conhecimento, sem o qual é impossível se realizar ações para sua conservação. Na região do Rio Paranã as matas secas revelam espécies compartilhadas com a caatinga, concordando com a idéia de uma ocorrência mais ampla deste habitat no passado. Na região do Peruaçu, dentre as espécies que ocorrem nas matas secas e em suas outras fisionomias, como o carrasco, existem espécies compartilhadas com a Mata Atlântica (Enyalius pictus), e espécies aparentemente associadas à estes habitats secos e densos, na região do planalto dos gerais (Stenocercus quinarius). Na região do Peruaçu, estas espécies apresentaram uma estreita associação com estes habitats, assim como ocorre em outras localidades. Estas características de sua história natural, determinam ocorrências local e regionalmente, e permitem dispersão durante climas favoráveis à expansão de seu habitat e isolamento durante sua fragmentação. E. pictus, pode se dispersar entre as matas secas e úmidas, atingindo a região do Peruaçu, o que concorda com a idéia de uma maior abrangência das matas durante momentos do passado, mas aponta uma conexão com a Mata Atlântica e não Caatinga. Esta maior abrangência também é observado na distribuição de S. quinarius restrito hoje à fragmentos isolados de vegetação densa ao longo do Planalto dos Gerais. Os resultados obtidos demonstram extrema necessidade de levantamentos de espécies detalhados e registros de sua história natural nas áreas de mata seca, para melhorar nosso conhecimento sobre este bioma, ajudar no entendimento da história biogeográfica deste ecossistema, e a definir áreas prioritárias à conservação dentro de sua distribuição.
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