O crédito rural no Brasil: relação com a modernização da agricultura e aspectos distributivos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1984 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20231122-100308/ |
Resumo: | O principal objetivo deste trabalho foi estudar a relação entre crédito rural e a modernização da agricultura brasileira, além dos aspectos ligados à evolução e concentração do crédito rural no período 1969/81. Para isto foram utilizadas, fundamentalmente, informações tiradas dos boletins da Comissão Coordenadora do Crédito Rural (COMCRED) do Ministério da Agricultura, do Departamento de Crédito Rural (DERUR) do Banco Central do Brasil e dos Censos Agropecuários publicados pela FIBGE. Estudou-se a evolução do crédito rural nas suas diferentes modalidades (custeio, investimento e comercialização). Observou-se um crescimento explosivo do crédito de custeio, investimento e comercialização até o ano 1975. Após este ano houve decréscimos substanciais ou crescimentos relativamente pequenos, evidenciando uma relativa restrição do crédito rural como um todo. Analisou-se a distribuição do crédito rural entre produtos, agrupando-os em produtos alimentares e produtos exportáveis e/ou industriais. Analisou-se, também, a distribuição do crédito entre os estados e as regiões do país. A medida da concentração dessas distribuições foi feita por meio da entropia e da redundância. Observou-se que a concentração do crédito rural foi crescente e muito forte no sub-período 1969/76. O crédito, nesse período, destinou-se principalmente aos produtos de mercado externo e/ou industriais e às regiões Sul e Sudeste e, dentro delas, aos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Todavia, no sub-período 1977/81, a situação se tornou relativamente melhor para os produtos alimentares, sobretudo feijão e mandioca, e para alguns estados do Nordeste e do Centro Oeste, fazendo com que a concentração do crédito fosse relativamente menor no final da década de 70. Estudou-se a relação entre a modernização agrícola (uso de maquinaria e insumos modernos) e o crédito rural e os reflexos desta relação na produção agrícola. Ficou demonstrado que a modernização da agricultura brasileira dependeu em grande parte da disponibilidade de financiamentos; verificou-se que o crédito rural desempenhou relevante papel tanto para a mecanização do setor agrícola quanto para sustentar e incentivar o consumo de fertilizantes e defensivos agrícolas. Observou-se que a modernização agrícola e o crédito rural direcionaram-se de forma mais ampla para os produtos com características especiais, quase sempre de mercado externo e/ou industriais, contribuindo para o intenso crescimento de sua produção. Todavia, seus reflexos no nível de produção de produtos domésticos deixaram muito a desejar. Por fim, utilizando uma série de indicadores econômicos do grau de modernização da agricultura para cada estado, realizou-se uma análise do tipo cross-section, com o intuito de determinar a correlação entre modernização da agricultura e o volume de crédito rural, a nível das unidades da Federação, para o ano 1975. Concluiu-se que no ano 1975 a modernização da agricultura brasileira, a nível dos estados, estava altamente correlacionada com o volume de crédito rural utilizado. |
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O crédito rural no Brasil: relação com a modernização da agricultura e aspectos distributivosThe rural credit in brazil: relation with a modernization of agriculture ano distributive aspectsBRASILCRÉDITO RURALO principal objetivo deste trabalho foi estudar a relação entre crédito rural e a modernização da agricultura brasileira, além dos aspectos ligados à evolução e concentração do crédito rural no período 1969/81. Para isto foram utilizadas, fundamentalmente, informações tiradas dos boletins da Comissão Coordenadora do Crédito Rural (COMCRED) do Ministério da Agricultura, do Departamento de Crédito Rural (DERUR) do Banco Central do Brasil e dos Censos Agropecuários publicados pela FIBGE. Estudou-se a evolução do crédito rural nas suas diferentes modalidades (custeio, investimento e comercialização). Observou-se um crescimento explosivo do crédito de custeio, investimento e comercialização até o ano 1975. Após este ano houve decréscimos substanciais ou crescimentos relativamente pequenos, evidenciando uma relativa restrição do crédito rural como um todo. Analisou-se a distribuição do crédito rural entre produtos, agrupando-os em produtos alimentares e produtos exportáveis e/ou industriais. Analisou-se, também, a distribuição do crédito entre os estados e as regiões do país. A medida da concentração dessas distribuições foi feita por meio da entropia e da redundância. Observou-se que a concentração do crédito rural foi crescente e muito forte no sub-período 1969/76. O crédito, nesse período, destinou-se principalmente aos produtos de mercado externo e/ou industriais e às regiões Sul e Sudeste e, dentro delas, aos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Todavia, no sub-período 1977/81, a situação se tornou relativamente melhor para os produtos alimentares, sobretudo feijão e mandioca, e para alguns estados do Nordeste e do Centro Oeste, fazendo com que a concentração do crédito fosse relativamente menor no final da década de 70. Estudou-se a relação entre a modernização agrícola (uso de maquinaria e insumos modernos) e o crédito rural e os reflexos desta relação na produção agrícola. Ficou demonstrado que a modernização da agricultura brasileira dependeu em grande parte da disponibilidade de financiamentos; verificou-se que o crédito rural desempenhou relevante papel tanto para a mecanização do setor agrícola quanto para sustentar e incentivar o consumo de fertilizantes e defensivos agrícolas. Observou-se que a modernização agrícola e o crédito rural direcionaram-se de forma mais ampla para os produtos com características especiais, quase sempre de mercado externo e/ou industriais, contribuindo para o intenso crescimento de sua produção. Todavia, seus reflexos no nível de produção de produtos domésticos deixaram muito a desejar. Por fim, utilizando uma série de indicadores econômicos do grau de modernização da agricultura para cada estado, realizou-se uma análise do tipo cross-section, com o intuito de determinar a correlação entre modernização da agricultura e o volume de crédito rural, a nível das unidades da Federação, para o ano 1975. Concluiu-se que no ano 1975 a modernização da agricultura brasileira, a nível dos estados, estava altamente correlacionada com o volume de crédito rural utilizado.The principal purposes of this paper are to study the relationship between rural credit and modernization of Brazilian agriculture, and to analyse the evolution and concen tration of rural credit in the period 1969/81. The data were taken from three different sources: the bulletins of "Comissão Coordenadora do Crédito Rural (COMCRED) of the Ministry of Agriculture of Brazil, Departamento do Crédito Rural (DERUR)of the Central Bank of Brazil, and the agricultural census published by "Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE). lt was observed that the amount of credit for operational cost, investment and marketing showed an explosive growth from 1969 to 1976. From 1976 on, there were substancial decreases or small increases, indicating a relative restriction on rural credit. The analysis of the distribution of rural credit among products was made by grouping agricultural products in exportable and/or industrial and food products. The distribution of rural credit among states and regions of the country was also analysed. The measures of concentration used were the entropy and the redundancy. lt was shown that the concentration increased substantially from 1969 to 1976. ln this subperiod, rural credit was concentrated in the exportable and/or industrial products and in the South and Southeast regions, particularly in the states of São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul and Minas Gerais. Nevertheless, in the subperiod 1977/81, the distribution of rural credit to food productions, mainly cassava and adible beans, and to some states in Northeast and Middlewest regions was better, relatively to the subperiod 1969/76, so that rural credit was less concentrated around 1980. The study of the relationship of agricultural modernization (use of machinery and modern inputs) with rural credit and the reflections of this relationship in the agricultural production, showed that the modernization of the Brazilian agriculture depended, in great measure, on financial availability. lt was verified that rural credit played an outstanding role on the mechanization of agriculture and on the increasing consumption of fertilizers and agricultural defensives. lt was observed that the exportable and/or industrial products received more rural credit and reached a higher Jevel of modernization. Finally, by means of a series of economic indicators related with agricultural modernization, a cross-section analysis was made to determine the correlation between agricultural modernization and the volume of rural credit for each state of Brazil en 1975. The conclusion was that in 1975 the modernization of Brazilian agriculture was highly correlated with the amount of rural credit used.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHoffmann, RodolfoBarnes Molinar, Eldis Cecilio1984-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20231122-100308/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-07T14:00:57Zoai:teses.usp.br:tde-20231122-100308Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-07T14:00:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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