Dinâmica da floresta ombrófila mista altomontana, Campos do Jordão, São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-25082010-114434/ |
Resumo: | Avaliou-se a dinâmica do componente arbóreo de uma área de Floresta Ombrófila Mista na região sudeste do Brasil, com o objetivo de verificar seu estádio sucessional e sua aderência aos modelos dinâmicos propostos para esta formação. O primeiro, modelo lozenge, ou de substituição temporal de área, propõe que a dinâmica é influenciada por padrão de recrutamento intermitente dependente de distúrbios severos, para as pioneiras longevas, geralmente gimnospermas, que dominam estruturalmente a floresta. O segundo propõe que a presença da Araucaria angustifolia é indicativa de sucessão em curso, pois esta espécie não se regenera no interior da floresta, sendo substituída por espécies latifoliadas. Um terceiro propõe recrutamento dependente de abertura de clareiras para as pioneiras longevas. Esta avaliação foi feita em três etapas: através da dinâmica da estrutura fitossociológica observou-se se ocorreram alterações na ordem de importância das espécies; com a análise demográfica buscou-se caracterizar a estrutura de tamanho das populações arbóreas e através da análise da dinâmica espacial da floresta verificou-se se a formação de clareiras permitiu recrutamento das pioneiras longevas. Os resultados mostraram uma estrutura fitossociológica sem alteração na ordem de importância das espécies, embora tenha sido observado aumento da representação de espécies umbrófilas na submata e redução das espécies de áreas mais abertas. A análise demográfica mostrou que as gimnospermas mostram estrutura de coortes, de acordo com o que é esperado para pioneiras longevas, e que no período observado não recrutaram indicando declínio para suas populações. As espécies do dossel mostraram populações em desenvolvimento e na submata foi observada dinâmica mais intensa, com aumento populacional para espécies umbrófilas. A dinâmica espacial mostrou que várias espécies independem das clareiras para recrutamento e crescimento, mas o recrutamento, a mortalidade e o enriquecimento da floresta estão correlacionados com este processo. Não foi observado recrutamento das pioneiras longevas nas clareiras presentes na área de estudo. Estes resultados indicam que a floresta está em desenvolvimento, e que sua dinâmica é influenciada pela dinâmica das pioneiras longevas. Houve indicação de aderência aos dois primeiros modelos, e na ausência de distúrbios maiores, pode-se esperar que as pioneiras longevas sejam substituídas. |
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Dinâmica da floresta ombrófila mista altomontana, Campos do Jordão, São PauloDynamics of an Upper Montane Mixed Ompbrophylous Forest, Campos do Jordão, SPDinâmica florestalFloresta Ombrófila MistaForest dynamicsOmbrophylous mixed forestPopulações arbóreasTree populationAvaliou-se a dinâmica do componente arbóreo de uma área de Floresta Ombrófila Mista na região sudeste do Brasil, com o objetivo de verificar seu estádio sucessional e sua aderência aos modelos dinâmicos propostos para esta formação. O primeiro, modelo lozenge, ou de substituição temporal de área, propõe que a dinâmica é influenciada por padrão de recrutamento intermitente dependente de distúrbios severos, para as pioneiras longevas, geralmente gimnospermas, que dominam estruturalmente a floresta. O segundo propõe que a presença da Araucaria angustifolia é indicativa de sucessão em curso, pois esta espécie não se regenera no interior da floresta, sendo substituída por espécies latifoliadas. Um terceiro propõe recrutamento dependente de abertura de clareiras para as pioneiras longevas. Esta avaliação foi feita em três etapas: através da dinâmica da estrutura fitossociológica observou-se se ocorreram alterações na ordem de importância das espécies; com a análise demográfica buscou-se caracterizar a estrutura de tamanho das populações arbóreas e através da análise da dinâmica espacial da floresta verificou-se se a formação de clareiras permitiu recrutamento das pioneiras longevas. Os resultados mostraram uma estrutura fitossociológica sem alteração na ordem de importância das espécies, embora tenha sido observado aumento da representação de espécies umbrófilas na submata e redução das espécies de áreas mais abertas. A análise demográfica mostrou que as gimnospermas mostram estrutura de coortes, de acordo com o que é esperado para pioneiras longevas, e que no período observado não recrutaram indicando declínio para suas populações. As espécies do dossel mostraram populações em desenvolvimento e na submata foi observada dinâmica mais intensa, com aumento populacional para espécies umbrófilas. A dinâmica espacial mostrou que várias espécies independem das clareiras para recrutamento e crescimento, mas o recrutamento, a mortalidade e o enriquecimento da floresta estão correlacionados com este processo. Não foi observado recrutamento das pioneiras longevas nas clareiras presentes na área de estudo. Estes resultados indicam que a floresta está em desenvolvimento, e que sua dinâmica é influenciada pela dinâmica das pioneiras longevas. Houve indicação de aderência aos dois primeiros modelos, e na ausência de distúrbios maiores, pode-se esperar que as pioneiras longevas sejam substituídas.The dynamics of the tree component of a Mixed Ombrophylous Forest in the Southeast Brazil was evaluated to verify its successional stage and its agreement with dynamic models proposed for this formation. The first one, Lozenge model, or temporal plot replacement, proposes that the dynamics of long-lived pioneers, often gymnosperms, which structurally dominates the forest, is influenced by intermittent recruitment pattern, dependent of severe disturbances. The second proposes that the presence of Araucaria angustifolia is indicative of ongoing succession and that the A. angustifolia fate is to be substituted by broadleaf species. A third one proposes gap dependent recruitment for the long-lived pioneers. The evaluation was conducted in three phases: through the analysis of the dynamics of the phytosociological structure it was observed if changes occurred in the order of importance of the species, with a demographic analysis to characterize the size structure of the tree populations and through the analysis of the spatial dynamics of the forest it was investigated if gap formation fostered the recruitment of long-lived pioneers. The results showed a phytosociological structure with no change in the order of importance of the species, although it was observed an increase in the representation of umbrophyllous species in the understory and the reduction of sun tolerant species. The demographic analysis showed that the gymnosperms present a cohort structure in accordance with what is expected for long-lived pioneers and that during the observed time span they did not recruit, indicating a decline in their population. The canopy species presented populations in development and, in the uderstorey, a more intense dynamic was observed with population increases for the umbrophyllous species. The spatial analysis showed that many species are independent of gaps for recruitment and development but the forest recruitment, mortality and species enrichment are correlated with this process. It was not observed the recruitment of long-lived pioneers in the gaps presented in the study area. These results indicate that the forest is under development and that its dynamics is influenced by the dynamics of the long-lived pioneers. There was indication of adherence to the first two models and that, in the absence of major disturbances, it can be expected that the long-lived pioneers will be replaced.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGomes, Eduardo Pereira CabralMantovani, WaldirValeriano, Diana Damasceno Barreto2010-04-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-25082010-114434/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:12Zoai:teses.usp.br:tde-25082010-114434Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Avaliou-se a dinâmica do componente arbóreo de uma área de Floresta Ombrófila Mista na região sudeste do Brasil, com o objetivo de verificar seu estádio sucessional e sua aderência aos modelos dinâmicos propostos para esta formação. O primeiro, modelo lozenge, ou de substituição temporal de área, propõe que a dinâmica é influenciada por padrão de recrutamento intermitente dependente de distúrbios severos, para as pioneiras longevas, geralmente gimnospermas, que dominam estruturalmente a floresta. O segundo propõe que a presença da Araucaria angustifolia é indicativa de sucessão em curso, pois esta espécie não se regenera no interior da floresta, sendo substituída por espécies latifoliadas. Um terceiro propõe recrutamento dependente de abertura de clareiras para as pioneiras longevas. Esta avaliação foi feita em três etapas: através da dinâmica da estrutura fitossociológica observou-se se ocorreram alterações na ordem de importância das espécies; com a análise demográfica buscou-se caracterizar a estrutura de tamanho das populações arbóreas e através da análise da dinâmica espacial da floresta verificou-se se a formação de clareiras permitiu recrutamento das pioneiras longevas. Os resultados mostraram uma estrutura fitossociológica sem alteração na ordem de importância das espécies, embora tenha sido observado aumento da representação de espécies umbrófilas na submata e redução das espécies de áreas mais abertas. A análise demográfica mostrou que as gimnospermas mostram estrutura de coortes, de acordo com o que é esperado para pioneiras longevas, e que no período observado não recrutaram indicando declínio para suas populações. As espécies do dossel mostraram populações em desenvolvimento e na submata foi observada dinâmica mais intensa, com aumento populacional para espécies umbrófilas. A dinâmica espacial mostrou que várias espécies independem das clareiras para recrutamento e crescimento, mas o recrutamento, a mortalidade e o enriquecimento da floresta estão correlacionados com este processo. Não foi observado recrutamento das pioneiras longevas nas clareiras presentes na área de estudo. Estes resultados indicam que a floresta está em desenvolvimento, e que sua dinâmica é influenciada pela dinâmica das pioneiras longevas. Houve indicação de aderência aos dois primeiros modelos, e na ausência de distúrbios maiores, pode-se esperar que as pioneiras longevas sejam substituídas. |
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