Diversidade genética em populações naturais de espécies de espinheira-santa Maytenus aquifalia Mart. e M. ilicifolia Mart ex Reiss (Celastraceae)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2000 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20210104-184048/ |
Resumo: | AAs espécies arbóreas medicinais nativas do Brasil são um grupo bastante heterogêneo e muito pouco estudado, especialmente em relação à sua constituição genética. As espécies de espinheira-santa aqui estudadas são utilizadas pelas populações tradicionais e tem princípios ativos eficazes. Essas espécies tem sido exploradas remanescentes da Mata Atlântica onde tem se tornado escassas, o -que leva a preocupações em relação ao seu nível de conservação genética. Este trabalho teve o objetivo de estudar os parâmetros de diversidade genética em cinco populações naturais de M aquifolia e uma de M. ilicifolia, espécies climácicas de pequeno a médio porte, adaptadas às condições de sub-bosque da Floresta Tropical Atlântica. Para a obtenção das estimativas dos parâmetros genéticos foram selecionados e otimizados os protocolos de dez locos isoenzimáticos, dos quais nove (Pgi1, Pgj2, Prx1, 6-Pgdh2, Mdh1, Mdh2, Acp1, Lap1, α Est1) foram polimórficos em pelo menos uma das populações. Foram encontrados no total 32 alelos dos quais 31 ocorreram nas populações de M aquifolia e 22 ocorreram na população de Ai. ilicifolia. O polimorfismo foi de 4D% a 7D%, e o número médio de aleIos por loco variou entre 1,60 a 2,70 em Caetetus e Saibadela, respectivamente, as duas populações mais extremas, ficando as outras populações nos níveis intermediários. A heterozigosidade observada variou de 0,10 em Caetetus a 0,21 em Saibadela, a diversidade gênica variou entre 0,20 e 0,33 nas mesmas populações. As populações diferiram significativamente em termos de frequências alélicas, tendo sido detectados diversos alelos privados às populações. As maiorias dos locos desviaram significativamente das proporções do equilíbrio de Hardy-Weinberg. O coeficiente de endogamia f foi significativamente positivo para a grande maioria dos locos, e a média das populações ficou em 0,39. O coeficiente de coancestralidade entre as populações Ɵp foi bastante alto, 0,147, mostrando que as populações divergem entre si em magnitude considerável. Não foram detectados padrões de divergência adicionais devido a regiões geográficas ou ao tipo de formação florestal a que as espécies pertencem. O fluxo gênico indireto foi estimado por dois métodos, utilizando o coeficiente de coancestralidade Ɵp e a metodologia dos alelos privados. O fluxo gênico entre populações de M aguifolia variou de fraco a moderado, sugerindo que em alguns casos, essas populações tem estado isoladas e em outros, tem trocado genes li níveis historicamente baixos. As populações analisadas quanto à estruturação espacial, apresentaram índices significativos de auto correlação espaciais dos alelos em Saibadela, roas a tendência não foi tão evidente em Santa Genebra. Houve heterogeneidade dos alelos em relação à presença de auto correlação espacial, o que sugere que podem estar havendo forças seletivas, ainda que fracas, interferindo no processo. Os resultados obtidos irão subsidiar práticas de manejo sustentável e possibilitarão propor medidas de conservação dos remanescentes da espécie. |
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Diversidade genética em populações naturais de espécies de espinheira-santa Maytenus aquifalia Mart. e M. ilicifolia Mart ex Reiss (Celastraceae)Genetic diversity in natural populations of espinheira-santa, Maytenus aquifolia Mart. and M. ilicifolia Mart ex Reiss (Celastraceae)DIVERSIDADE GENÉTICAESPINHEIRA-SANTAGENÉTICA DE POPULAÇÕES VEGETAISPLANTAS MEDICINAISAAs espécies arbóreas medicinais nativas do Brasil são um grupo bastante heterogêneo e muito pouco estudado, especialmente em relação à sua constituição genética. As espécies de espinheira-santa aqui estudadas são utilizadas pelas populações tradicionais e tem princípios ativos eficazes. Essas espécies tem sido exploradas remanescentes da Mata Atlântica onde tem se tornado escassas, o -que leva a preocupações em relação ao seu nível de conservação genética. Este trabalho teve o objetivo de estudar os parâmetros de diversidade genética em cinco populações naturais de M aquifolia e uma de M. ilicifolia, espécies climácicas de pequeno a médio porte, adaptadas às condições de sub-bosque da Floresta Tropical Atlântica. Para a obtenção das estimativas dos parâmetros genéticos foram selecionados e otimizados os protocolos de dez locos isoenzimáticos, dos quais nove (Pgi1, Pgj2, Prx1, 6-Pgdh2, Mdh1, Mdh2, Acp1, Lap1, α Est1) foram polimórficos em pelo menos uma das populações. Foram encontrados no total 32 alelos dos quais 31 ocorreram nas populações de M aquifolia e 22 ocorreram na população de Ai. ilicifolia. O polimorfismo foi de 4D% a 7D%, e o número médio de aleIos por loco variou entre 1,60 a 2,70 em Caetetus e Saibadela, respectivamente, as duas populações mais extremas, ficando as outras populações nos níveis intermediários. A heterozigosidade observada variou de 0,10 em Caetetus a 0,21 em Saibadela, a diversidade gênica variou entre 0,20 e 0,33 nas mesmas populações. As populações diferiram significativamente em termos de frequências alélicas, tendo sido detectados diversos alelos privados às populações. As maiorias dos locos desviaram significativamente das proporções do equilíbrio de Hardy-Weinberg. O coeficiente de endogamia f foi significativamente positivo para a grande maioria dos locos, e a média das populações ficou em 0,39. O coeficiente de coancestralidade entre as populações Ɵp foi bastante alto, 0,147, mostrando que as populações divergem entre si em magnitude considerável. Não foram detectados padrões de divergência adicionais devido a regiões geográficas ou ao tipo de formação florestal a que as espécies pertencem. O fluxo gênico indireto foi estimado por dois métodos, utilizando o coeficiente de coancestralidade Ɵp e a metodologia dos alelos privados. O fluxo gênico entre populações de M aguifolia variou de fraco a moderado, sugerindo que em alguns casos, essas populações tem estado isoladas e em outros, tem trocado genes li níveis historicamente baixos. As populações analisadas quanto à estruturação espacial, apresentaram índices significativos de auto correlação espaciais dos alelos em Saibadela, roas a tendência não foi tão evidente em Santa Genebra. Houve heterogeneidade dos alelos em relação à presença de auto correlação espacial, o que sugere que podem estar havendo forças seletivas, ainda que fracas, interferindo no processo. Os resultados obtidos irão subsidiar práticas de manejo sustentável e possibilitarão propor medidas de conservação dos remanescentes da espécie.Brazilian medicinal plant species are a very heterogeneous group, which have been very poorly studied, specially concerning its genetic constitution. This group needs to be evaluated in relation to its genetic diversity and further potential for conservation, breeding and sustainable management. There is a growing interest in these species, due to its pharmaceutical properties. They are currently used by traditional people and bear active principIes which efficacy has been proved. For the implementation of sustainable management of these species in its natural habitats, there is a need to first understand its ecological and genetip features. These wouId allow to establish sound measures of management in a way it becomes compatible with the genetic conservation of these species and the habitats where they live. It were coIlected six populations over a wide geographical area, and the genetic parameters were evaluated. Ten isozymic loci were assayed, while nine were polymorphic for at least one population (Pgi1, Pgi2, Prx1, 6-Pgdh2, Mdh1, Mdh2, Acp1, Lap1, <span lang=EN-US>α<span lang=EN-US> Est1). It was found a total of 32 alleles, 31 occurred in the populations of M aquifolia while 22 occurred in the M ilicifolia population. Polymorphism was from 40% to 70%, and the number of alleles per Iocus varied between 1,60 to 2,70 in Caetetus and Saibadela, respectively, both extreme populations in terms of the amount of variability. The observed heterozigosity varied between 0,10 to 0,21 in Caetetus and Saibadela; the gene diversity were between 0,20 and 0,33 in the same conditions. Populations appear to differ significantly in their allele frequencies, being detected several alleles private to a single population. M ilicifolia population seemed to be philogenetically very dose to M aquifolia, once they share the majority of the alleles occurring. Populations seem to differ in high degree, as seen with the estimates of Cockerham's coefficient of coancestry <span lang=EN-US>Ɵ<span lang=EN-US>p <span lang=EN-US>= 0,147. Gene flow was estimated by private alleles and <span lang=EN-US>Ɵ<span lang=EN-US>p. It seems gene flow have occurred historically at low rates between populations of M aquifolia. This species and M ilicifolia seem not to be isolated, as the estimates of gene flow between them sometimes was higher than within M aquifolia. Two populations were analysed to detect spatial autocorrelation and the results show a moderate pattern of structuring in these populations, probably due to the species reproductive and ecological features related to pollen and seed dispersal. Several recommendations can be advanced to help establish germplasm collection, in situ conservation and sustainable management for these species.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKageyama, Paulo YoshioPerecin, Maria Beatriz2000-04-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20210104-184048/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-01-07T22:50:02Zoai:teses.usp.br:tde-20210104-184048Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-01-07T22:50:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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