Análise eletromiográfica de três exercícios de core do Mat Pilates e suas implicações para a dor lombar crônica inespecífica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Ivye Leite dos Reis
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-27022015-102351/
Resumo: Devido a grande prevalência de lombalgia não-especifica, esse estudo buscou conhecer melhor sobre o uso do método Pilates no tratamento desta doença. Os objetivos foram descrever e comparar o padrão eletromiográfico da musculatura do core durante exercícios intermediários do Mat Pilates em pessoas saudáveis e com lombalgia não-específica, bem como relatar as diferenças entre os exercícios e a sequência de progressão de cada exercício para fins terapêuticos. A amostra foi composta por 32 pessoas (13 com lombalgia crônica não-específica e 19 saudáveis) com idade entre 18-45 anos e sem contato prévio com o Pilates. Os músculos multífido, oblíquo externo, oblíquo interno e reto abdominal foram avaliados eletromiograficamente e exercícios clássicos do repertório foram escolhidos (Single leg stretch, Criss-cross e Dead bug). Utilizou-se um eletromiógrafo de superfície de 8-canais, wireless, sincronizado com a variação angular de quadril e os dados coletados em 2 kHz. Analisamos (a) Root mean square (RMS) normalizado pela contração voluntaria máxima, (b) pico do envoltório normalizado pela contração voluntaria máxima; (c) tempo do pico de ativação e (d) co-contração entre a musculatura flexora e extensora (reto abdominal / oblíquo externo / oblíquo interno X multífido). Foram realizadas ANOVAs para medidas repetidas para comparar os exercícios entre si quanto as variáveis RMS e pico de ativação. E, ANOVAs 2 fatores para se comparar os grupos e exercícios para as variáveis tempo de pico de ativação e co-contração. Como resultados, obtivemos que o exercício criss-cross apresentou maiores valores de RMS para os flexores de tronco - reto abdominal, oblíquo externo e interno - quando comparado com os outros exercícios. Os maiores picos de ativação foram dos músculos oblíquo interno e externo no exercício Criss-cross, seguidos do Single leg stretch e do Dead bug, os quais se apresentaram mais similares entre si. O tempo do pico de ativação do reto abdominal e oblíquo externo mostraram-se mais adiantados para o Dead bug e Single leg stretch, enquanto que para o Criss-cross, foram mais atrasados em ambos os grupos. Tanto controles quanto lombálgicos apresentaram maiores índices de cocontração no exercício Dead bug e Single leg stretch, sendo que o Criss-cross apresenta o menor índice deles, com exceção da razão entre obliquo externo e multífido nos controles. Os grupos estudados foram semelhantes entre si em todos os exercícios em relação à co-contração, mas o tempo de pico do reto abdominal e do oblíquo externo dos lombálgicos apresentaram-se mais adiantados que os controles. Podemos concluir que os exercícios foram diferentes quanto a seu padrão de recrutamento do core mesmo tendo a mesma classificação dentro do método - intermediários- e que em termos de progressão clínica para o tratamento de lombalgia crônica, deveríamos iniciar com os exercícios menos desafiadores (Dead bug, Single leg stretch) e somente então evoluir para exercícios mais complexos que demandem de maior estabilização lombo-pélvica (Criss-cross). O método Pilates permitiu a ativação da musculatura estabilizadora lombo-pélvica mesmo em uma primeira sessão, tanto com indivíduos saudáveis quanto lombálgicos, podendo ser portanto indicado nos casos de reabilitação de indivíduos com lombalgia crônica não específica desde que com progressão adequada
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Os músculos multífido, oblíquo externo, oblíquo interno e reto abdominal foram avaliados eletromiograficamente e exercícios clássicos do repertório foram escolhidos (Single leg stretch, Criss-cross e Dead bug). Utilizou-se um eletromiógrafo de superfície de 8-canais, wireless, sincronizado com a variação angular de quadril e os dados coletados em 2 kHz. Analisamos (a) Root mean square (RMS) normalizado pela contração voluntaria máxima, (b) pico do envoltório normalizado pela contração voluntaria máxima; (c) tempo do pico de ativação e (d) co-contração entre a musculatura flexora e extensora (reto abdominal / oblíquo externo / oblíquo interno X multífido). Foram realizadas ANOVAs para medidas repetidas para comparar os exercícios entre si quanto as variáveis RMS e pico de ativação. E, ANOVAs 2 fatores para se comparar os grupos e exercícios para as variáveis tempo de pico de ativação e co-contração. Como resultados, obtivemos que o exercício criss-cross apresentou maiores valores de RMS para os flexores de tronco - reto abdominal, oblíquo externo e interno - quando comparado com os outros exercícios. Os maiores picos de ativação foram dos músculos oblíquo interno e externo no exercício Criss-cross, seguidos do Single leg stretch e do Dead bug, os quais se apresentaram mais similares entre si. O tempo do pico de ativação do reto abdominal e oblíquo externo mostraram-se mais adiantados para o Dead bug e Single leg stretch, enquanto que para o Criss-cross, foram mais atrasados em ambos os grupos. Tanto controles quanto lombálgicos apresentaram maiores índices de cocontração no exercício Dead bug e Single leg stretch, sendo que o Criss-cross apresenta o menor índice deles, com exceção da razão entre obliquo externo e multífido nos controles. Os grupos estudados foram semelhantes entre si em todos os exercícios em relação à co-contração, mas o tempo de pico do reto abdominal e do oblíquo externo dos lombálgicos apresentaram-se mais adiantados que os controles. Podemos concluir que os exercícios foram diferentes quanto a seu padrão de recrutamento do core mesmo tendo a mesma classificação dentro do método - intermediários- e que em termos de progressão clínica para o tratamento de lombalgia crônica, deveríamos iniciar com os exercícios menos desafiadores (Dead bug, Single leg stretch) e somente então evoluir para exercícios mais complexos que demandem de maior estabilização lombo-pélvica (Criss-cross). O método Pilates permitiu a ativação da musculatura estabilizadora lombo-pélvica mesmo em uma primeira sessão, tanto com indivíduos saudáveis quanto lombálgicos, podendo ser portanto indicado nos casos de reabilitação de indivíduos com lombalgia crônica não específica desde que com progressão adequadaDue to the high prevalence of non-specific low back pain, this study meant to learn more about the best use of the Pilates method in rehabilitation. The aims of the study were to describe and compare the core muscles electromyographic pattern during intermediate Mat Pilates exercises in healthy people and with low back pain. In addition, to report the differences between the exercise and the sequence of progression of each exercise for therapeutic purposes. The sample consisted of 32 people (13 with chronic non-specific low back pain and 19 healthy) aged between 18 and 45 years with no prior contact with Pilates. An electromyography analysis were done assessing the multifidus, external oblique, internal oblique and rectus abdominis muscles and exercises of the classical repertoire were chosen (Single leg stretch, Criss-cross and Dead bug). It was used a surface 8-channel electromyograph, wireless, synchronized with the hip angular variation and the data were acquired at 2 kHz. It were analysed: (a) Root mean square (RMS) normalized by maximum voluntary contraction, (b) peak of the linear envelope normalized by maximum voluntary contraction; (c) time of peak activation and (d) co-contraction of the flexor and extensor muscles (rectus abdominis / external oblique / internal oblique X multifidus). ANOVAs for repeated measures were performed to compare between exercises using the variables RMS and peak activation. Moreover, two-way ANOVAs compared groups and exercises for the variables time of peak activation and co-contraction. We observed that the criss-cross exercise had higher RMS values for the trunk flexors - rectus abdominis, external oblique and internal oblique - when compared to other exercises. The highest peaks of activation were observed for the internal and external oblique muscles in Criss-cross exercise, followed by the Single leg stretch and the Dead bug, which presented similar behaviour to each other. The time of peak activation of the external oblique and rectus abdominis showed up anticipated for the Dead bug and Single leg stretch, while for the Crisscross, delayed in both groups. Both groups had higher co-contraction rates in the Dead bug and Single leg stretch exercises, and the Criss-cross had the lowest indexes, with the exception of the ratio of external oblique and multifidus in control group. Both groups were similar in all exercises for co-contraction, but the low back pain group presented earlier time of peak of rectus abdominis and external oblique of than controls. We conclude that the exercises were different as their recruitment pattern, even with the same classification in the Pilates method - as intermediate exercises - and in terms of treatment progression of chronic low back pain, we may start with the least challenging exercises (Dead bug, Single leg stretch) and only then progress to more complex exercises that require greater lumbopelvic stabilization (Criss-cross). The Pilates method allowed the activation of the lumbopelvic stabilizing muscles even in a first session for both groups, and may therefore be indicated in cases of chronic nonspecific low back pain rehabilitation with proper progressionBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSacco, Isabel de Camargo NevesPereira, Ivye Leite dos Reis2014-12-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-27022015-102351/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-11-10T16:44:15Zoai:teses.usp.br:tde-27022015-102351Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-11-10T16:44:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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