Resposta ao uso intra-articular do plasma rico em plaquetas em equinos hígidos: aspectos clínicos, laboratoriais e ultrassonográficos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moraes, Ana Paula Lopes de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-04122013-154151/
Resumo: Os hemoderivados estão recebendo grande enfoque no tratamento de doenças articulares em equinos. O uso de plasma rico em plaquetas (PRP) é suportado pela grande quantidade de fatores de crescimento liberados. Esses fatores de crescimento são liberados quando as plaquetas são ativadas e os grânulos α sofrem degranulação. Além dos grânulos α, as plaquetas também liberam fatores de coagulação e outras glicoproteínas que interferem nos processos inflamatórios, aumentando as quantidades de interleucina e quimiocinas; grânulos densos liberam adenosina difostato, adenosina trifosfato, cálcio, histamina, serotonina e dopamina, que participam da homeostase tecidual; grânulos lambda possuem proteínas lisossomais. O PRP também possui componentes do plasma, incluindo hormônios, eletrólitos, e centenas de outras proteínas. Previamente à avaliação dos efeitos do PRP em articulações lesionadas de equinos, faz-se necessário avaliar seus efeitos em articulações hígidas, uma vez que a presença de todos esses componentes podem afetar os resultados. O objetivo desse trabalho é a obtenção de PRP asséptico e então a avaliação clínica, laboratorial e ultrassonográfica da aplicação intra-articular dessa substância em articulações hígidas. PRP (4 mL) foi injetado na articulação metacarpofalangeana de oito cavalos em um primeiro experimento e em seis cavalos no segundo experimento, enquanto na articulação contralateral foi administrado solução fisiológica (0,9%), 15 dias depois. No primeiro experimento foram utilizadas três aplicações com intervalos de sete dias entre elas, simulando o tratamento clínico comumente preconizado, enquanto no segundo experimento, foi realizada uma única injeção da substância, com intervalos curtos de avaliação, para verificar os efeitos inflamatórios agudos. Presença de dor, calor, efusão e claudicação foram avaliados, bem como análise física do líquido sinovial (LS), contagem de células nucleares, mensuração de prostaglandina E2 (PGE2), interleucina 1β(IL-1β), antagonista do receptor de interleucina-1 (IL-1ra), fator de necrose tumoral (TNF-α), AH (AH) e condroitim sulfato (CS). Os valores de ureia no LS foram utilizados como fator de correção. Todas as alterações descritas a seguir foram em comparação ao grupo SF. Após administração de PRP, observou-se turbidez do LS às 6 horas, piora na qualidade de mucina às 3 horas, aumento na contagem celular às 3, 6, 24 e 48 horas, maiores valores de PGE2 às 3 e 6 horas no grupo PRP em relação ao grupo SF. Todos os valores foram normalizados em 7 dias. As concentrações de CS, AH, IL-1β, IL-1ra e TNF-α não diferiram significativamente. Após três aplicações de PRP, com intervalo de sete dias, não foram observadas alterações articulares clínicas ou laboratoriais. Contudo, o exame ultrassonográfico mostrou aumento na vascularização da membrana sinovial no 14° dia de avaliação no grupo que recebeu PRP, sugerindo neovascularização induzida pelos fatores de crescimento. Esses achados sugerem que o PRP possui ação proinflamatória leve e transitória que não culmina com catabolismo da cartilagem.
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Além dos grânulos α, as plaquetas também liberam fatores de coagulação e outras glicoproteínas que interferem nos processos inflamatórios, aumentando as quantidades de interleucina e quimiocinas; grânulos densos liberam adenosina difostato, adenosina trifosfato, cálcio, histamina, serotonina e dopamina, que participam da homeostase tecidual; grânulos lambda possuem proteínas lisossomais. O PRP também possui componentes do plasma, incluindo hormônios, eletrólitos, e centenas de outras proteínas. Previamente à avaliação dos efeitos do PRP em articulações lesionadas de equinos, faz-se necessário avaliar seus efeitos em articulações hígidas, uma vez que a presença de todos esses componentes podem afetar os resultados. O objetivo desse trabalho é a obtenção de PRP asséptico e então a avaliação clínica, laboratorial e ultrassonográfica da aplicação intra-articular dessa substância em articulações hígidas. PRP (4 mL) foi injetado na articulação metacarpofalangeana de oito cavalos em um primeiro experimento e em seis cavalos no segundo experimento, enquanto na articulação contralateral foi administrado solução fisiológica (0,9%), 15 dias depois. No primeiro experimento foram utilizadas três aplicações com intervalos de sete dias entre elas, simulando o tratamento clínico comumente preconizado, enquanto no segundo experimento, foi realizada uma única injeção da substância, com intervalos curtos de avaliação, para verificar os efeitos inflamatórios agudos. Presença de dor, calor, efusão e claudicação foram avaliados, bem como análise física do líquido sinovial (LS), contagem de células nucleares, mensuração de prostaglandina E2 (PGE2), interleucina 1β(IL-1β), antagonista do receptor de interleucina-1 (IL-1ra), fator de necrose tumoral (TNF-α), AH (AH) e condroitim sulfato (CS). Os valores de ureia no LS foram utilizados como fator de correção. Todas as alterações descritas a seguir foram em comparação ao grupo SF. Após administração de PRP, observou-se turbidez do LS às 6 horas, piora na qualidade de mucina às 3 horas, aumento na contagem celular às 3, 6, 24 e 48 horas, maiores valores de PGE2 às 3 e 6 horas no grupo PRP em relação ao grupo SF. Todos os valores foram normalizados em 7 dias. As concentrações de CS, AH, IL-1β, IL-1ra e TNF-α não diferiram significativamente. Após três aplicações de PRP, com intervalo de sete dias, não foram observadas alterações articulares clínicas ou laboratoriais. Contudo, o exame ultrassonográfico mostrou aumento na vascularização da membrana sinovial no 14° dia de avaliação no grupo que recebeu PRP, sugerindo neovascularização induzida pelos fatores de crescimento. Esses achados sugerem que o PRP possui ação proinflamatória leve e transitória que não culmina com catabolismo da cartilagem.Blood derived products are being on foccus in articular disease treatment in horses. The rationale support for the use of platelet-rich plasma (PRP) lies in the concept that PRP provides many growth factors. These growth factors are released when platelets are activated and α-granules degranulated. Beyond α-granules, platelets also release coagulation factors and others glycoproteins that influence inflammation processes by increasing the number of interleukins and chemokines; dense granules release adenosine diphosphate, adenosine triphosphate, calcium, histamine, serotonin and dopamine, that are active in tissue homeostasis; lambda granules release lysosomal proteins. PRP also contains plasma components, including hormones, electrolytes, and hundreds of other proteins. Previously to the evaluation PRP effects on articular diseases of horses, it is necessary to evaluate its effects on healthy joint, because the presence of all these components may affect the results. The aim of the present study is obtain aseptic PRP and than to investigate the clinical, laboratorial and ultrasonographic effects of PRP administration in healthy equine´s joints. PRP (4 mL) was administered to metacarpophalangeal joint of eight horses in the first experiment and in six horses in the second experiment, while in the contralateral joint was administered saline (0,9 %), with 15 days later. In the first experiment, the administration were made with seven days interval between them, simulating clinical treatments commonly recommended, for the second experiment only one injection was administered, on a short evaluation interval, in order to verify the acute inflammatory effects. Pain, heat, effusion and lameness were evaluated, as so as physical analysis of sinovial fluid, score of nucleated cells, prostaglandin E2 (PGE2) measurement , interleukin 1β (IL-1β), receptor antagonist of interleukin 1 (IL-1ra), tumor necrosis factor-α (TNF-α), hialurônico acid (HA) and condroitim sulphate (CS). Urea values in the fluid were also measured and used as a correct factor. All changesmentioned are considered relative to saline control. After PRP administration, turbidity was observed at 6 hours, poor quality of mucin at 3 hours, number of nucleated cells increased at 3, 6, 24 and 48 hours, PGE2 values increased at 3 and 6 hours. All values were normalized in seven days. The concentration of CS, HA, IL-1β, IL-1ra and TNF-α did not significantly vary. After three applications of PRP with seven days intervals, articular changes were not observed in clinical or laboratorial findings. However, in PRP group, ultrasonographic examination showed vascular increase of synovial membrane on the 14° day of evalution, suggesting neovascularization induced by growth factors. These findings suggest that PRP had a transitory and low pro-inflammatory action that did not lead to cartilage catabolism.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBaccarin, Raquel Yvonne ArantesMoraes, Ana Paula Lopes de2013-06-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-04122013-154151/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:49Zoai:teses.usp.br:tde-04122013-154151Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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